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terça-feira, dezembro 30, 2003

Resíduos

Antes de passar os últimos três dias fora do Rio, tinha comentado sobre o conto do David Oscar Vaz no Rascunho. Falei que sua prosa elegante e sedutora havia me convencido a comprar seus dois livros no Submarino.

Pois bem, os livros chegaram ontem, e, até certo ponto surpreso, posso afirmar que Resíduos, estréia do escritor na ficção, é melhor do que eu imaginava. Posso falar com tranquilidade porque li seus nove contos em um só fôlego, ontem à noite.

Nas 144 páginas deste simpático livrinho da Ateliê Editorial (livrinho porque seu tamanho é menor - 12x18 cm - do que o tamanho padrão atual de 14x21 cm), encontrei personagens magníficos.

A prosa de David Oscar Vaz é, de fato, elegante, simples, econômica ou prolixa nos momentos certos. O autor brinca com o tempo com o poderio de alguém experiente, congelando momentos em certos contos para depois retomá-los mais tarde, depois de um passeio no passado remoto ou recente. Alguns podem pensar em flashbacks de filmes em novela. Eu penso em habilidade narrativa.

Não vou ficar resenhando Resíduos porque um blog não se propõe jamais a isso (ao que se propõe um blog mesmo?), mas fica meu convite, dica, intimação, que seja, para aqueles que gostam de uma boa literatura para comprarem e lerem o livro dele.

Coloco até o link para o Submarino, direto na tela do livro dele, para facilitar o trabalho de vocês. Por 18 reais, vale muito a pena.

segunda-feira, dezembro 29, 2003

Réveillon no Rio

Passei os últimos três dias entre duas pedras: Itaipuaçu e Itaipava. Nos dois lugares e no caminho entre eles, li Carnaval no Fogo - crônica de uma cidade excitante demais, do Ruy Castro.

O livro é bem bacana e, desordanadamente, fala da alma do carioca, nos situando entre a praia, o botequim e o carnaval. Algo como um casal que sai de mãos dadas da areia quente de Ipanema, compra duas cervas geladas no quiosque e já começa a sambar acompanhando o Simpatia É Quase Amor num final de tarde de fevereiro.

Por coincidência, o livro termina falando do Réveillon de Copa, seus shows, queima de fogos e encontro de cariocas, turistas, letrados, analfabetos, rubro-negros, vascaínos, tricolores etc.

Neste ano passarei o Réveillon exatamente assim: em Copa, bebendo, beijando, sorrindo, cantando (com os Los Hermanos) e vendo os fogos no meio de multidão.

sexta-feira, dezembro 26, 2003

Mais JB

Continuando minha leitura pelo JB, achei outro texto sobre o meio literário (não admiro que tenha chovido tanto nos últimos dias). Quem assina é a editora do Idéias, Cristiane Costa.

A jornalista abre o texto realçando as boas novidades do ano, como a FLIP e a profusão de revistas e sites literários que foram lançados, mas acaba amarga, falando de brigas e rixas.

Veladamente para os menos informados, mas explicitamente para alguns, cita o polêmico crítico literário Paulo Polzonoff Jr., que recentemente lançou um livro de "auto-ajuda literária" com o nome de O Cabotino, o acusando de alpinista intelectual.

Vamos ao trecho:

"E, neste último ítem, está o ponto negativo da polêmica: quando o seu autor usa a crítica como escada, subindo nas costas de nomes consagrados para aparecer, quando dispara calúnias a torto e a direito sobre coisas e pessoas que não conhece, revelando desinformação típica de um outsider, deixa de ser apenas um cabotino para se tornar um alpinista intelectual. E, desses, o meio intelectual brasileiro mostrou em 2003 que está cheio. Literalmente."

Continuando...eu já li o Polzonoff falar mal do casal Cristiane Costa e Paulo Pires (este último editor da Planeta, jornalista e escritor). Ele os acusou de panelinha, favorecimento ilícito e outras coisas mais. Eu, de longe, discordo veementemente. O Paulo Pires foi meu professor na ECO e jamais teve qualquer atitude em que se mostrasse anti-ético. Muito pelo contrário. A editora do Idéias eu só conheço de algumas palestras assistidas, mas tenho certeza que as acusações contra ela não procedem.

Mercado Editorial

Saiu nesta sexta uma interessante matéria sobre o mercado editorial na capa do Caderno B, do Jornal do Brasil. A jornalista procurou localizar os grandes eventos e entrevistar os jogadores do mercado.

Fico esperando uma matéria similar sobre os melhores livros do ano. E que não seja algo cooptado somente da lista dos mais vendidos, pois tivemos muitos livros bons que não entraram em top 10 de vendas.

quarta-feira, dezembro 24, 2003

David Oscar Vaz

Ontem, ao ler os contos que saíram na edição deste mês do Rascunho, tive uma boa surpresa. Confesso que nunca tinha ouvido falar em David Oscar Vaz, mas sua prosa segura e seu conto de uma sedução finíssima me conquistaram.

Uma breve consulta no google me revelou que Vaz tem dois livros publicados: Resíduos, que inclusive lhe rendeu o prêmio de revelação da APCA em 1997 e A Urna. Não resisti. Entrei no Submarino e comprei os dois.

Espero que chegue amanhã, para que possa passar o feriado lendo um bom livro.

terça-feira, dezembro 23, 2003

Mote de ano novo

Tem um conto meu no Paralelos. O link direto é este aqui. Críticas, por e-mail, são bem-vindas.

Lula e o skatista

Não tem cabimento algum o presidente receber um skatista em pleno horário de trabalho numa segunda-feira. O país adora esporte - eu também - mas essas visitas já estão passando do limite. Toda semana vai uma penca de esportistas apertarem a mão do Lula, que os recepciona sorridente, enquanto uma pilha de papéis devem estar se acumulando em seu gabinete.

Imagem é tudo, dirão os Duda Mendonças da vida, e posar com esportistas e artistas faz um bem danado para o Lulinha Paz e Amor. Mas e o limite?

Daqui a pouco vai aparecer um deputado do PT com o agasalho do COB (ou da CBF), numa fila de cumprimentos por uma medalha de bronze no sul-americano de qualquer coisa, para discutir com o presidente um ponto da Reforma da Previdência.

Brincando, brincando, acho que é mais fácil achar o Lula nesses eventos ou viajando do que em seu gabinete.

segunda-feira, dezembro 22, 2003

Uma péssima peça de teatro e uma reflexão

Ontem, eu e a Bá fomos ao CCBB assistir uma peça de teatro chamada A Violência na Cidade. Durante mais de uma hora, os atores ficaram lendo documentos históricos, fazendo vozes variadas, quase todas inteligíveis, provocando bocejos de grande parte da platéia. O público estava sentado em duas arquibancadas colocadas frente a frente, separadas por um vão de um metro. A interpretação acontecia nesse vão, ou com os atores sentados em lugares reservados nas próprias arquibancadas, provocando aquela insuportável rotina de ficar virando o pescoço para trás (não que se tivesse muito a assistir).

Pois a peça era isso: não tinha argumento, não tinha plot, não tinha cenário e não tinha interação de atores, ou seja, literalmente aquilo não poderia ser chamado de teatro. Mas estava no CCBB (a temporada terminou ontem), sendo bancada pelos contribuintes. Era uma simples tentativa de transgressão, que falhou redondamente, mas, na opinião do diretor, deve ser válida para algum propósito que desconheço.

Conversando com a Bá, depois da peça, no Manuel e Joaquim, ela disse que isso acontece muito no teatro com diretores que leram demais, e querem transformar sua pesquisa em algo inovador. Porém, o que acontece, é que muitas vezes esse inovador acaba sendo algo intransponível para o grande público. E o espetáculo acaba sendo chato, chato.

Neste A Violência na Cidade, por exemplo, o desespero foi tão grande que após os aplausos educados de práxis, um dos atores começou a puxar "Mangueira seu cenário é uma beleza", pedindo o acompanhamento do público. A música é ótima, melhor que o resto da peça, mas é absurda sua inserção, já que a encenação sugere o tempo todo documentos históricos dos séculos XV, XVI, XVII, XVIII e XIX.

sábado, dezembro 20, 2003

Dinheiro compra tudo (no futebol)

A FIFA estava numa enrrascada. A pneumonia asiática tinha cancelado o Mundial sub-20, que aconteceria na China, por tempo indeterminado. Eis que entram os sheiks dos Emirados Árabes, dispostos a bancar toda a competição e organizá-la em poucos meses. A FIFA exulta.

Os sheiks só pediram duas coisas: que se mantivesse seus retratos gigantencos nos estádios e que eles próprios entregassem as medalhas e taças aos campeões.

A FIFA não só aceita como dá um agradozinho depois do sucesso do Mundial, elegendo Ismail Mattar, dos Emirados Árabes, como melhor jogador do campeonato.

Eu não dou três dias para algum sheik arrematar (olha o duplo sentido) o troféu do jogador e exibi-lo em sua estante.

sexta-feira, dezembro 19, 2003

À Sangue Frio

Optei pelo caminho mais simples e barato, e, ao invés de ler o livro do Truman Capote, aluguei o DVD. O filme (de 1967) é bom, mas fiquei curioso em saber como foi o tratamento dado ao caso no livro, pois a história contada na película foi completamente cinematográfica.

O mais interessante do DVD é o trailer. Foi assistindo que soube que toda a filmagem foi realizada nos exatos locais onde aconteceu o crime e por onde passaram os dois fugitivos. Legal isso. Coisa de diretor de cinema perfeccionista.

Essa opção entre ler o livro ou assistir o filme é interessante, principalmente neste caso, pois eu vi o À Sangue Frio na livraria, só que custava uns 45 reais. Passou algum tempo e acabei achando o DVD e alugando por 3 reais. Não é do meu feitio escolher o caminho mais fácil, ainda mais quando se trata de livros, mas a diferença de preço é absurda. Como os livros estão caros no país!

quinta-feira, dezembro 18, 2003

Chat com Elek e Marcelino

Retirado do site Capitu:

"O Capitu organizou uma discussão sobre a produção e atividade literária em 2003 (comentários e debates sobre os lançamentos, autores, editores, surpresas e o mercado editorial).

Hoje 19 horas: bate-papo (chat)
Dentro da programação do Balanço das Letras o Capitu promove chat com o jornalista da Folha de São Paulo, Cassiano Elek Machado e o escritor e agitador cultural Marcelino Freire, autor de Balé Ralé e um dos principais nomes da 'Geração 90'.
Hoje, logo mais às 19 horas"


Aliás, o Capitu melhorou bastante de um mês para cá. Vale a pena a visita!

Flamengo

Desesperadora a notícia de que o Flamengo contratou o Abel Braga para ser o treinador da equipe em 2004. Eu esperei para escrever hoje para estar mais calmo, mas não consigo.

Como o Flamengo contrata um técnico que nunca ganhou nada de importante, e nos dois últimos anos caiu com o Botafogo e quase repetiu a façanha com a Ponte? Foi baseado nisso que o Flamengo o contratou? Ou será porque o Abelão ficou os últimos seis meses trabalhando sem receber na Ponte e o Flamengo planeja fazer o mesmo com ele?

Eu já tinha um pé atrás em relação ao Márcio Braga e ao Júnior (como coordenador). Eles prometeram um técnico jovem e com a pele rubro-negra, mas trouxeram um sujeito de 51 anos, puro motivador, que jogou e dirigiu o Vasco e Botafogo e nunca sequer entrou na Gávea.

O início do ano parece já estar comprometido. Fico imaginando a tortura que será o Brasileiro com o Abel no comando. Ainda por cima se os dois jogadores da Ponte que ele quer trazer (não basta ter contratado Fabinho e Luciano Baiano neste ano?) vierem mesmo aqui pro Rio.


quarta-feira, dezembro 17, 2003

Fotos

Como no meu blog eu não posso postar imagens, coloco o link para as fotos do Bip do último sábado. Logo na primeira foto que está no Pentimento, eu apareço junto com a Bá, Rosana, Marcelo e Karen.

Lá tem a legenda...

Concurso literário

Retirado do Portal Literal:

"Mal anunciou os vencedores de 2003, o Prêmio Literário Livraria Asabeça já abriu as inscrições para sua terceira edição. Os interessados podem se inscrever até 30 de junho de 2004, e o resultado sairá no final do ano. O regulamento prevê um vencedor para contos/crônicas e outro para poesia, tendo como prêmio a publicação de um livro de cada autor pelo Grupo Editorial Scortecci. Mas em 2003 acabou havendo dois poetas vencedores, além de um agraciado com menção honrosa, e todos terão livros publicados. Mais informações podem ser obtidas no site www.concursoliterario.com.br, pelo e-mail concursoliterario@asabeca.com.br ou pelos telefones (011) 3031-2298 e (011) 3032-8848."

Aumento no preço dos ingressos

Eu sou contra o aumento no preço de ingressos dos jogos do Brasileirão. O futebol brasileiro sempre sobreviveu graças ao povão, e os estádios só têm tanta graça como espetáculo pela presença de todo tipo de pessoa, das humildes as mais abastadas, convivendo juntas sob o sol escaldante e o concreto duro.

Além de afastar o torcedor pobre, normalmente o mais fiel, dos estádios - afinal, poucos têm 45 reais por mês disponíveis para gastar em entrada e ainda acabar sofrendo - a justificativa dos dirigentes foi a pior possível.

Além de nojenta e elitista - no pior dos sentidos - a declaração de alguns cartolas já começam a causar náuseas também na Europa.

No The Guardian de hoje, uma das manchetes é a seguinte:

Brazilian game aims to price out poor

Triste e sem nenhum retorno financeiro prático, já que as organizadas continuarão a entrar de graça e os estádios ficarão ainda mais vazios e sem alma.

terça-feira, dezembro 16, 2003

IMPRESSÕES 6

então você acorda e não me vê. Levanta e vem correndo, cambaleante, esbarrando nas paredes, e me encontra na sala, lendo um livro em silêncio, deitado no sofá. Me olha, sorri, corre para o meu peito, fecha os olhos e escuta que ele está batendo apressado, fazendo companhia ao seu.

Você se aninha no meu peito, me empurra para o canto do sofá para ganhar espaço num abraço, entrelaçar de pernas, esquentar dos pés. Abre seus olhos verdes e negros, beija minha boca e sente o gosto forte de café.


segunda-feira, dezembro 15, 2003

Camus

Hoje estava relendo Camus, e me deparei com o seguinte parágrafo na abertura de uma resenha sobre A Náusea, primeiro romance do Sartre.

''Um romance nunca passa de uma filosofia posta em imagens. Em um bom romance, toda filosofia passou pelas imagens. Mas basta que ela ultrapasse as personagens e a ação, que apareça como uma etiqueta sobre a obra, para que a intriga perca sua autenticidade e o romance, sua vida."

Além da beleza e da perspicácia do parágrafo, ainda mais aplicado ao livro do Sartre (quem leu A Náusea há de concordar), dá aquela saudade dos tempos em que não vivemos, onde uma resenha podia ser negativa, e não apenas uma louvação sem fim. Criticar faz bem a um livro e a seu autor, ainda mais quando feita com embasamento e parcimônia.

Esta resenha foi escrita em 1938, quando o Camus tinha 25 anos, para o Alger Republicain. Nesta época ele ainda morava na Argélia e nem sonhava em conhecer, ficar amigo e brigar com o Sartre. Ela pode ser lida na íntegra no livro A Inteligência e o Cadafalso, que reúne resenhas do Camus que saíram na imprensa argelina e francesa.

Vitória dos "macaquitos"

Um áudio aberto ao final da vitória brasileira na semifinal do Mundial sub-20 captou uma pérola que diz tudo sobre o sentimento de eliminar os argentinos. Um zagueiro botinudo deles chorava e algum brasileiro gritou:

"Chora, chorão!"

Simples e humilhante.

Zidane melhor do mundo

Segundo o jornal espanhol Marca, o meia francês será o vencedor do prêmio (da FIFA) de melhor jogador de futebol de 2003, que será entregue nesta noite, na Suiça.

Vamos ver se a notícia se confirma mais tarde. Seria uma premiação justo.

domingo, dezembro 14, 2003

Miguel Conde

Outra indicação deste domingo é o blog do Miguel Conde, que tem escritos um contos bem bacanas no seu blog, o Olivetti 22, e também no Portal Literal.

Gosto de Samba

Para comemorar o final de semana de samba (sexta no Escravos da Mauá e sábado no Bip), adicionei nas indicações o blog da Paula, o Gosto de Samba.

Passe e olhe a camisa do Simpatia é Quase Amor no Carnaval 2004. O bloco de Ipanema é o meu preferido.

sábado, dezembro 13, 2003

Sabino

Andando pela Internet, descobri hoje o blog do jornalista Mauro Ventura. Encontrei uma passagem que merece ser postada aqui. É um fax, escrito pelo Fernando Sabino, agradecendo o texto da matéria que o Ventura fez na ocasião da comemoração dos 80 anos do autor.

"Caro amigo Mauro, como você fez referência (na sua magnífica matéria, a propósito dos 80 anos que cometi a imprudência de completar) à minha ´autobiografia não autorizada´ ocorreu-me que maior recompensa eu não poderia merecer: a apresentação, na abertura do livro, de trechos do artigo de sua autoria, que tanto me comoveu. Espero contar com a sua aprovação desde já (se na época da publicação a Editora também aprovar, como acredito). Fico aguardando em resposta um palavra sua. E que possamos fazer disso um pretexto para nos vermos e trocarmos idéias (na certeza de que você sairá perdendo). Com um abraço fraterno do seu amigo, Fernando Sabino."

O mais interessante, na minha opinião, vem a seguir:

"Liguei correndo para ver se não era trote. Não era. Fernando contou que está escrevendo sua´autobiografia não autorizada por mim mesmo` utilizando como personagem Eduardo Marciano, o mesmo do best seller ´Encontro marcado`. "

sexta-feira, dezembro 12, 2003

Noite dos suicidas

Além do lançamento da Agenda Música Brasileira de 2004, também rolará no sábado outro happening interessante: a noite dos suicidas - um evento literário (leitura de cinco contistas) + shows das banda Acabou La Tequila & Latuya.

O resto do serviço, eu vou copiar descaradamente do Epiderme:

O evento organizado por Leonardo Vieira de Almeida começa as 21H deste sábado no Espaço Cultural da Constituição e conta com a presenças dos escritores Helena Ortiz, Mônica Montone, Mara Coradello, Leonardo Vieira de Almeida e Löis Lancaster, além de shows com as bandas Acabou la tequila e Latuya. Tudo isso por apenas 5 pilas.

Serviço
Dia 13/12, sábado, a partir das 21:00h
Espaço Cultural da Constituição. Rua da Constituição no. 34.
Próximo à Praça Tiradentes.
Tel: 2242-3102/2242-3704
Ingresso: R$5,00

+ Informações: site do evento, onde já se encontram os contos que serão lidos.

Contos e chopes

Ontem a noite foi bastante agradável. A palestra no Museu da República, que discutia alguns aspectos do conto, foi boa, mas faltou a espontaneidade entre os escritores e o público para ela deslanchar. Heloísa Seixas, Luís Pimentel e Jair Ferreira dos Santos tiveram bons momentos, mas na hora das perguntas pareceram muito preocupados em responde-las com uma extensão que muitas delas não mereciam (uma pergunta insistente era a de diferenciar conto e crônica, que, sinceramente, não leva a lugar algum), o que atravancou o debate.

Depois da palestra, eu, Bá, Augusto Sales, Mara Coradello, e Mariel Reis saímos em peregrinação atrás de um barzinho para uma cerveja, e acabamos no Espírito do Chopp. O papo foi interessante e valeu a pena por rever o Sales e o Mariel, com os quais já tinha conversado uma vez na Lapa, e conhecer a Mara, de quem o livro, O Colecionador de Segundos, eu gostei bastante e já comentei aqui.

quinta-feira, dezembro 11, 2003

Um Táxi para Viena d’Áustria

Sabendo que iria ficar um tempo mofando na sala de espera do médico e no ônibus de ida e volta, peguei um livro do Antônio Torres - do qual a palestra eu me arrependo cada vez mais de ter perdido - para continuar a ler.

Eu tinha parado de ler Um Táxi para Viena d’Áustria uns dois meses antes, porque até aquele ponto estava achando que o livro não deslanchava. Também estava sem ler há mais de uma semana, ou seja, precisava daquele livro muito bom que te coloca nos trilhos da leitura novamente.

Porém, Um Táxi... foi além do que eu pedia. A segunda parte do livro (vou chamar de segunda parte, mas na verdade é a partir do capítulo IX) tem muito a ver comigo. É meio estranho escrever essa frase, porque sempre que li isso dando um riso de escárnio, pois não sou daqueles que se procuram em livros.

Mas essa ligação aconteceu, especialmente neste capítulo IX, intitulado Diário de um desempregado, assassino potencial ou consumado, obviamente impune etc.

Um Táxi... vale muito a pena. Recomendo a leitura. Linguagem simples, personagem interessante em momento limite da vida, ambiente conhecido (Rio) e figurantes reconhecíveis.

Transcrevo aqui um trecho deste nono capítulo:

“Desci pelas escadas, como sempre faço, dispensando o elevador. Para aquecer as canelas. Pensei: e se estivesse chovendo? Ia ter que me enfurnar no botequim da esquina ou ficar na portaria, bestando, lendo jornal, papeando com o porteiro sobre o tempo, sobre o futebol ou a carestia e, pior: irai ter que cumprimentar tudo quanto é morador do prédio que entra e sai, alguns tendo a delicadeza de me poupar certas perguntinhas: “Está de férias? Está de licença? Está doente?”Mesma já tendo uma resposta ensaiada vezes sem conta para essas ocasiões (agora-trabalho-em-casa), iria ficar chateado comigo mesmo se tivesse que usá-la. Por que não dizer logo que estou desempregado? Às vezes digo isso, na lata, mas só quando estou de porre. E aí me divirto com a reação dos circunstantes. Ah, sim, bom, mas...Quem mandou perguntar?”

quarta-feira, dezembro 10, 2003

O primeiro mico

Marcio Braga assumiu e os jornais correram para saber nomes dos primeiros reforços. Acho que não saiu da boca dele, mas no Lance disseram que Paulo César, ex Flu, já estava quase certo e os pratas-da-casa Athirson e Reinaldo seriam os próximos alvos.

Agora a realidade: acabei de ler no Terra que o Paulo César acertou com o Santos. Em alguns dias o Athirson anuncia que vai para o Corinthians e o Reinaldo que vai ficar na Europa. E o Flamengo aguarda ansioso a volta do craque (sic) Andrezinho, que está brilhando com a camisa da Seleção Brasileira no Mundial sub-20.

Contos da meia-noite

Essa série é realmente boa! No primeiro dia, a Marília Pêra esteve a altura do Machado. Ontem, representando um conto do Moacyr Scliar chamado Zap, acho que o Abujamra conseguiu suplantar o texto do escritor gaúcho - não que Zap seja fraco, mas ganhou muito com a encenação televisiva.

Quem ainda não assistiu, é bom ficar atento, porque o programa é rapidinho. Nenhum dos dois textos passou dos dez minutos. Comparando com o Cena Aberta, da Globo, o Contos da meia-noite é muito mais pró-literatura e menos televisivo.

Bicões de lançamento

Quem disse que brasileiro não entra em livraria por nada desse mundo? Por um bom salgadinho, qualquer um finge até folhear Ulisses:

"Joaquim Ferreira dos Santos informa que eram tantos os famintos que a livraria Argumento fechou as portas e exigiu convite para o lançamento de Querido mundo, de Miguel Falabella. Segundo o colunista, as bandejas de canapês eram esvaziadas em segundos tal a fúria da turbamulta que vai a esses eventos apenas para descolar uma boca livre."

terça-feira, dezembro 09, 2003

Sábado no Bip-Bip

Sábado, às 19h, acontecerá o lançamento da Agenda da Músuca Brasileira de 2004. O convite foi-me enviado pelo amigo Luís Pimentel, que editou o livro. Eis o texto:

"Agenda Música Brasileira será lançada neste sábado no Bip-Bip

Será lançada neste sábado, dia 13, no bar Bip-Bip (templo da MPB no Rio de Janeiro), com direito a roda de samba e choro, a Agenda Música Brasileira 2004, registro de datas, fatos, nascimentos e mortes, momentos bons ou ruins que marcaram a história da música e dos músicos do país. O Bip fica na Rua Almirante Gonçalves, 50, em Copacabana.''


Estarei lá!

Palestra do Antônio Torres

Acabei perdendo a palestra sobre Caminhos do Romance por chegar ao Museu da República às 19h, quando o auditório já estava lotado e não podia entrar mais ninguém.

O motivo foi o transito, que me fez perder uma hora para chegar ao Jardim Botânico para pegar o raio x da coluna, e mais 40 minutos para voltar até o Catete.

Quinta-feira não repitirei o erro e estarei lá acompanhando a palestra sobre contos.

Exame

Fui buscar o resultado do raio X da minha coluna. O laudo não revelou grandes problemas:

Discreta escoliose na região lombar direita.

segunda-feira, dezembro 08, 2003

Contos da meia-noite

Parece que vem coisa boa por aí. A TV Cultura estréia hoje, às 0h, uma série de 150 programetes chamada "Contos da meia-noite", onde atores interpretaram algumas das melhores histórias da nossa literatura em monólogos encenados em um cenário com fundo preto.

Além dos indispensáveis contos de Machado, teremos Scliar, João do Rio, Ligia Fagundes Telles etc, numa série que poderá virar livro e DVD, dependendo do sucesso do projeto.

O conto de estréia será Um apólogo, de Machado de Assis, interpretado por Marília Pêra.

domingo, dezembro 07, 2003

Melhores livros de 2003

Caso alguém se guie pela lista de melhores livros de 2003 do Globo, estaria perdido.

Em termos de romance, o ano foi muito melhor que Patrícia Melo, Paulo Coelho e Chico Buarque (que, no entanto, foi muito bem indicado em teatro pela Ópera do Malandro).

Aliás, a lista de literatura é tão estranha (Sex and the City não deveria entrar em televisão?), que li apenas dois dos quinze livros selecionados, contra três peças, cinco filmes nacionais e seis estrangeiros.

Eleições no Flamengo

A mesmice, um lunático ou o despreparado?

Que percam todos!

sexta-feira, dezembro 05, 2003

Comentaristas esportivos

Como gerou certa polêmica no Blig Sports, coloco aqui uma parte de um texto meu para o site:

"Analisar a partida também não é só ficar preso em dizer se um time está jogando no 3-5-2 ou 4-4-2, porque quem acompanha futebol sabe que com a bola rolando isso não é tão estático assim. Comentarista de televisão tem que opinar, prever substituições, alternativas para os dois times, e muito mais, tudo isso com frieza e conhecimento de causa.

Entre os achismos e a enxurrada de informações temos um buraco não explorado pela maioria dos comentaristas de televisão. O mais pesaroso é que a maioria dos comentaristas que ficam parecendo um consulta esportiva do google poderiam estar fazendo um papel muito mais interessante para nós, telespectadores se tivessem mais coragem."


A integra do texto está aqui.

quinta-feira, dezembro 04, 2003

Citação

De Rubem Fonseca, ao ser perguntado no México, onde recebeu o Prêmio Juan Rulfo pelo conjunto de sua obra, sobre o que é preciso para ser um escritor:

“Quatro coisas: primeiro é preciso saber ler, entender e compreender o que se lê. Segundo, ser uma pessoa atenta e estar motivado. A terceira condição é a paciência, e a quarta a imaginação. Há, porém, mais uma coisa que é necessária para se tornar um escritor: a coragem. Coragem para dizer aquilo que não pode ser dito. Para se dizer o que não se quer ouvir (grifo meu).”

Reforma Política

Caso esta Reforma Política seja aprovada do modo como está tramitando no Congresso estaremos sentenciados a conviver com os caciques da maracutaia nacional pelo resto dos nossos dias. Um dos artigos da Reforma institui a Lista de candidatos por partido. Traduzindo: passaremos a votar apenas na legenda e o próprio partido definirá quem serão os eleitos para o Congresso.

E por que isso é péssimo? Pois assim, nunca teremos a renovação nos quadros dos grandes partidos, e os manda-chuvas de cada partido ganharão uma verdadeira cadeira vitalícia em Brasília.

quarta-feira, dezembro 03, 2003

Nenê

O Nenê jogou demais ontem. Fez 21 pontos e pegou 13 rebotes em sua melhor partida na temporada. Com certeza se entusiamou por saber que o jogo estava sendo trasnmitido ao vivo para o Brasil.

Parabéns, garoto. Você vai longe. E o Denver ainda venceu. A equipe, que ano passado foi a pior da NBA com 17 vitórias e 65 derrotas, está muito melhor esse ano (11v-6d) e estaria classificada para os playoffs se a temporada regular terminasse hoje.

Daiane dos Santos

Eu posso estar sendo maldoso a toa, mas essa Daiane dos Santos tem uma cara de quem vai decepcionar nas Olimpíadas. Taí, toda pimposa, mas quando chegar na hora H vai refugar, assim como fez o cavalo do Rodrigo Pessoa. Quem sabe até pior. Pode acabar dando com a cabeça no chão depois de tentar o tripo twist carpado, esticado, mal dado.

De qualquer jeito, parabéns pelos títulos conquistados, mas eu não espararia medalha de ouro dessa moça.

Parabéns, meu amor

Minha Bazinha encheu o namorado de orgulho. Passou em 1o lugar para a 2a fase da UNI-RIO em Teoria do Teatro. Minha atriz predileta ainda vai brilhar muito nos palcos e bancos universitários.

terça-feira, dezembro 02, 2003

Ciclo de Palestras - A Arte da Criação Literária

Mais um evento gratuito de literatura. Serão cinco palestras na próxima semana, envolvendo nomes bastantes interessantes. As palestras acontecerão no Museu da República, no Catete, das 18h30 às 20h. Para participar, é necessário ligar para o telefone 32373943, e reservar seu lugar.

Aí está o programa:

8/12 Segunda > Caminhos do Romance > Antônio Torres, Cecília Costa e Lívia Garcia-Roza. Mediação: Suzana Vargas.

9/12 Terça > Caminhos da Poesia > Afonso Henriques Neto, Ivan Junqueira e Marco Lucchesi. Mediação; Suzana Vargas

10/12 Quarta > Pensando a Literatura Infantil > Anna Cláudia Ramos, Furio Lonza e Luiz Antonio Aguiar. Mediação: Ninfa Parreiras

11/12 Quinta > Alguns aspectos do Conto > Heloísa Seixas, Jair Ferreira dos Santos e Luis Pimentel. Mediação: Roberta Rangel.

12/12 Sexta > Como se faz uma crônica > Edney Silvestre e Mauro Ventura. Mediação: Suzana Vargas.


Médicos

Já repararam que os médicos hoje em dia dão cada vez menos diagnósticos? Você vai lá, fala o seu problema, ele te examina, faz aquela fleuma toda de quem passou mais de 10 anos estudando e manda você fazer uns exames e voltar lá depois com os resultados.

Nem adianta tentar arrancar algum diagnóstico preliminar, porque sem exames na mão ou a presença de advogados e testemunhas no recinto, eles não falam nada. Acho que tem medo de se preciptar, sei lá.

Aí lá vai você, perder outro dia indo a outro médico, fazer outro exame, e no final das contas, quando você chega para o diagnóstico definitivo, seu corpo já deu conta de curar o problema sozinho.

- Você teve um (resfriado, infecção, probleminha nas costas).

Cinema no lugar do futebol

Como as costas ainda não estão 100%, troquei o futebol com os amigos pelo cinema com a namorada. Para não ir muito longe, decidimos assistir o filme do Paissandu mesmo, apesar da reticências iniciais ao filme, Callas Forever.

No entanto, o filme é muito interessante e conta com uma estupenda atuação da Fanny Ardant, que parece que não envelhece nunca. Ela interpreta a Maria Callas com 53 anos, e deve ter mais do que isso. Porém, em alguns momentos do filme, você até duvida que ela possa ter 40, tamanha vigorosidade da atriz e também de sua personagem.

segunda-feira, dezembro 01, 2003

Site de cultura

Descobri hoje este site. Bacana.

Rubem Fonseca e Gabo*

O escritor colombiano Gabriel García Márquez entregou sábado, 29, o prêmio de literatura Juan Rulfo a Rubem Fonseca, na Feira Internacional do Livro de Guadalajara. Os dois autores são amigos de longa data. O brasileiro Rubem Fonseca foi eleito por unanimidade por um júri composto por sete intelectuais em agosto passado. O Prêmio Juan Rulfo de Literatura Latino-americana e do Caribe está na 13ª edição e oferece US$ 100 mil ao ganhador.

fonte:JB

Anos 40

Para quem ainda não percebeu, sou fã do Zizinho. Tenho sua biografia autografada e tudo mais, como já contei em texto para o BliG Sports.

Por essas e outras que, eventualmente, comprarei o livro Anos 40 - Viagem à década sem Copa, que acabou de ser escrito por Roberto Sander, repórter do Sportv.

Para os que não acompanham futebol, a Copa do Mundo, que teve sua primeira edição em 1930 e - isso todo mundo sabe - é disputada de quatro em quatro anos, só não ocorreu neste período em duas ocasiões, em 1942 e 1946, quando o mundo estava em guerra ou se recuperando dela.

O livro deve falar do futebol que era jogado no mundo exatamente neste período. Por mais patriotas que sejamos, contam os antigos que seria duro bater a Argentina, cheia de craques, naquelas Copas do Mundo que nunca aconteceram.

Mas nós também tínhamos grandes jogadores míticos, num intervalo de tempo em que conviveram em nossas chachas craques do início do nosso futebol, como Leonidas da Silva, Heleno de Freitas e Domingos da Guia, e futuros mestres da Copa de 50, como o próprio Zizinho e Ademir Queixada.

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