quarta-feira, março 31, 2004
2 a 1
Jogo difícil esta noite, mas os craques vão resolver a parada.
Jogo difícil esta noite, mas os craques vão resolver a parada.
Literatura Sitiada
Abaixo segue um artigo escrito pelo amigo Henrique Rodrigues que foi publicado no Globo algumas semanas atrás:
LITERATURA SITIADA
Henrique Rodrigues Pinto
Ao se observarem os meios de produção e difusão da literatura nos dias atuais, nota-se a permanência de um dentre os diversos quadros de exclusão social que o país apresenta.
Em conhecido estudo publicado na década de 70, Silviano Santiago já apontava para a questão. Ao definir um breve retrato da situação no Brasil, o professor e escritor afirma que a circulação da literatura se dá entre um grupo restrito de pessoas: o professor e aluno universitários, o próprio escritor e aquele indivíduo que lê por influência da família. “Todos esses leitores, estamos vendo, vivem dentro do bem-estar, do lazer e das comodidades educacionais inerentes à classe média, classe esta privilegiada por todos os milagres brasileiros desde os anos 30, tanto os econômicos e sociais quanto os culturais. O livro é, pois objeto de classe no Brasil e, incorporado a uma rica biblioteca particular e individual, é signo de certo status social.” Após quase três décadas, a situação não é diferente.
Tomando a publicação de uma obra como fio desse novelo, é de se espantar o quão difícil é a entrada de um autor inédito no mercado editorial. De fato, não é comercialmente viável arriscar na publicação de uma obra que poderá não ter saída. Por outro lado, escritores potenciais são ignorados a cada dia, fato para o qual Affonso Romano de Sant´Anna tem chamado a atenção em suas crônicas. Iniciativas como o Prêmio Sesc de Literatura, cujo vencedor terá a obra publicada e distribuída por uma grande editora, apontam para a necessidade de se identificar e promover talentos literários que não teriam chances de editar o seu livro sem indicações e apadrinhamentos.
Argumenta-se que o livro no Brasil é caro por uma série de motivos, os quais vão desde as edições de poucos exemplares até a dificuldade de distribuição, o que impediria a constituição de um mercado consumidor mais volumoso. Embora os motivos sejam reais, não podemos nos esquecer de que existe também uma grande falha na definição das prioridades de consumo. Não se vêem campanhas voltadas para a aquisição de livros, ao passo que determinados produtos (como telefones celulares – a propósito, bem mais caros que qualquer livro) hoje se converteram em objetos indispensáveis à vida cotidiana. Some-se o fato de que, salvo poucas exceções, não há programas de atualização de acervos para as bibliotecas públicas, os quais já poderiam absorver uma boa parcela das novas edições.
Uma vez que não há um sistema consistente de escoamento da produção literária, as poucas livrarias se concentram nas metrópoles, restringindo-se ainda àquelas localidades cuja população tem maior poder aquisitivo. Esse fato mantém uma situação que, embora seja característica de praticamente todas as manifestações culturais – incluam-se teatros, salas de cinema não-comercial, museus e galerias de arte –, ganha dimensão especial no que se refere à literatura. A despeito dos mais incríveis adventos tecnológicos, a leitura – principalmente a silenciosa – ainda é a mais eficiente maneira de adquirir conhecimento, o que a insere no conjunto de atividades realmente essenciais para a sobrevivência. Daí que as práticas leitoras constituam elemento fundamental para a formação da cidadania. Já a leitura literária se configura como um dos mais profundos meios suscitadores de experiência estética. Ter livros em casa, portanto, significa tornar disponível para a família um dos mais importantes bens culturais. É importante que, paralelamente, sejam promovidas atividades literárias tais como sessões de contação de histórias, encontros com escritores, leituras de poemas e projetos ligados ao estímulo da escrita criativa.
Muito há que se fazer para que o acesso à leitura literária deixe de ser exclusividade de uma elite. Se represada num perímetro estreito, a literatura representa um Brasil atrasado, coronelista e rançoso, do qual todos querem se distanciar. É imperioso que as fronteiras sociais que impõem limites à cultura sejam democraticamente abertas.
________________________________
* Henrique Rodrigues Pinto é Assessor Técnico em Literatura do Departamento Nacional do Sesc
Abaixo segue um artigo escrito pelo amigo Henrique Rodrigues que foi publicado no Globo algumas semanas atrás:
LITERATURA SITIADA
Henrique Rodrigues Pinto
Ao se observarem os meios de produção e difusão da literatura nos dias atuais, nota-se a permanência de um dentre os diversos quadros de exclusão social que o país apresenta.
Em conhecido estudo publicado na década de 70, Silviano Santiago já apontava para a questão. Ao definir um breve retrato da situação no Brasil, o professor e escritor afirma que a circulação da literatura se dá entre um grupo restrito de pessoas: o professor e aluno universitários, o próprio escritor e aquele indivíduo que lê por influência da família. “Todos esses leitores, estamos vendo, vivem dentro do bem-estar, do lazer e das comodidades educacionais inerentes à classe média, classe esta privilegiada por todos os milagres brasileiros desde os anos 30, tanto os econômicos e sociais quanto os culturais. O livro é, pois objeto de classe no Brasil e, incorporado a uma rica biblioteca particular e individual, é signo de certo status social.” Após quase três décadas, a situação não é diferente.
Tomando a publicação de uma obra como fio desse novelo, é de se espantar o quão difícil é a entrada de um autor inédito no mercado editorial. De fato, não é comercialmente viável arriscar na publicação de uma obra que poderá não ter saída. Por outro lado, escritores potenciais são ignorados a cada dia, fato para o qual Affonso Romano de Sant´Anna tem chamado a atenção em suas crônicas. Iniciativas como o Prêmio Sesc de Literatura, cujo vencedor terá a obra publicada e distribuída por uma grande editora, apontam para a necessidade de se identificar e promover talentos literários que não teriam chances de editar o seu livro sem indicações e apadrinhamentos.
Argumenta-se que o livro no Brasil é caro por uma série de motivos, os quais vão desde as edições de poucos exemplares até a dificuldade de distribuição, o que impediria a constituição de um mercado consumidor mais volumoso. Embora os motivos sejam reais, não podemos nos esquecer de que existe também uma grande falha na definição das prioridades de consumo. Não se vêem campanhas voltadas para a aquisição de livros, ao passo que determinados produtos (como telefones celulares – a propósito, bem mais caros que qualquer livro) hoje se converteram em objetos indispensáveis à vida cotidiana. Some-se o fato de que, salvo poucas exceções, não há programas de atualização de acervos para as bibliotecas públicas, os quais já poderiam absorver uma boa parcela das novas edições.
Uma vez que não há um sistema consistente de escoamento da produção literária, as poucas livrarias se concentram nas metrópoles, restringindo-se ainda àquelas localidades cuja população tem maior poder aquisitivo. Esse fato mantém uma situação que, embora seja característica de praticamente todas as manifestações culturais – incluam-se teatros, salas de cinema não-comercial, museus e galerias de arte –, ganha dimensão especial no que se refere à literatura. A despeito dos mais incríveis adventos tecnológicos, a leitura – principalmente a silenciosa – ainda é a mais eficiente maneira de adquirir conhecimento, o que a insere no conjunto de atividades realmente essenciais para a sobrevivência. Daí que as práticas leitoras constituam elemento fundamental para a formação da cidadania. Já a leitura literária se configura como um dos mais profundos meios suscitadores de experiência estética. Ter livros em casa, portanto, significa tornar disponível para a família um dos mais importantes bens culturais. É importante que, paralelamente, sejam promovidas atividades literárias tais como sessões de contação de histórias, encontros com escritores, leituras de poemas e projetos ligados ao estímulo da escrita criativa.
Muito há que se fazer para que o acesso à leitura literária deixe de ser exclusividade de uma elite. Se represada num perímetro estreito, a literatura representa um Brasil atrasado, coronelista e rançoso, do qual todos querem se distanciar. É imperioso que as fronteiras sociais que impõem limites à cultura sejam democraticamente abertas.
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* Henrique Rodrigues Pinto é Assessor Técnico em Literatura do Departamento Nacional do Sesc
Blig Sports no Estadão
O Blig Sports, site em que escrevo semanalmente, saiu no caderno de informática do Estadão. Estamos recebendo 1200 visitantes únicos por dia, uma marca bem legal.
Para quem ama esporte, vale muito a visita.
O Blig Sports, site em que escrevo semanalmente, saiu no caderno de informática do Estadão. Estamos recebendo 1200 visitantes únicos por dia, uma marca bem legal.
Para quem ama esporte, vale muito a visita.
terça-feira, março 30, 2004
Los Hermanos no Morro da Urca
O Los Hermanos (esse artigo no singular é proposital) vai tocar no Morro da Urca neste sábado, às 23h30. Os ingressos estão com preços salgados: 50 reais inteira e 25 de estudante (só a venda na UNE - absurdo e ilegal). Ambos já incluem o bondinho.
O site oficial da banda está com uma promoção que sorteará um par de ingressos para o show. É só mandar um e-mail para: internas@loshermanos.com.br
No assunto é para escrever a palavra "sorteio" e no corpo do e-mail colocar o nome completo.
O Los Hermanos (esse artigo no singular é proposital) vai tocar no Morro da Urca neste sábado, às 23h30. Os ingressos estão com preços salgados: 50 reais inteira e 25 de estudante (só a venda na UNE - absurdo e ilegal). Ambos já incluem o bondinho.
O site oficial da banda está com uma promoção que sorteará um par de ingressos para o show. É só mandar um e-mail para: internas@loshermanos.com.br
No assunto é para escrever a palavra "sorteio" e no corpo do e-mail colocar o nome completo.
Concurso literário
Como esse blog recebe alguns visitantes interessados em Literatura, nada melhor do que divulgar alguns concursos literários:
"XIII Concurso Internacional Literário (de OUTONO)
Contos, crônicas e poesias
Inscrições até 15/04/2004
A Edições AG convida escritores e poetas a participar do XIII Concurso Internacional Literário de Outono. Os autores que tiverem seus trabalhos selecionados serão convidados a participar da edição do livro em regime cooperativado.
Cada autor poderá participar nas categorias de conto, poesia e crônica, em obras de tema livre, com até (4) quatro trabalhos em cada categoria. "
Mais informações: entre aqui.
Como esse blog recebe alguns visitantes interessados em Literatura, nada melhor do que divulgar alguns concursos literários:
"XIII Concurso Internacional Literário (de OUTONO)
Contos, crônicas e poesias
Inscrições até 15/04/2004
A Edições AG convida escritores e poetas a participar do XIII Concurso Internacional Literário de Outono. Os autores que tiverem seus trabalhos selecionados serão convidados a participar da edição do livro em regime cooperativado.
Cada autor poderá participar nas categorias de conto, poesia e crônica, em obras de tema livre, com até (4) quatro trabalhos em cada categoria. "
Mais informações: entre aqui.
Oficina Literária do Sesc
Já era hora. Vou fazer minha primeira oficina literária. Não sei até que ponto isso ajuda ou acaba moldando um estilo, mas a verdade é que estava com vontade de fazer uma oficina literária, até para me forçar a escrever com mais freqüência e pensar um pouco sobre os textos.
Melhor ainda: será de graça. Mandei três textos para a Oficina do João Silvério Trevisan, do SESC, e acabei selecionado como um dos oito participantes (entre os 160 inscritos). Bem legal!
O curso é pela Internet, com seis horas semanais (segundas e quartas à noite). Esta é a 11a Oficina ministrada pelo escritor, que tem no currículo três (!) Jabutis.
Já era hora. Vou fazer minha primeira oficina literária. Não sei até que ponto isso ajuda ou acaba moldando um estilo, mas a verdade é que estava com vontade de fazer uma oficina literária, até para me forçar a escrever com mais freqüência e pensar um pouco sobre os textos.
Melhor ainda: será de graça. Mandei três textos para a Oficina do João Silvério Trevisan, do SESC, e acabei selecionado como um dos oito participantes (entre os 160 inscritos). Bem legal!
O curso é pela Internet, com seis horas semanais (segundas e quartas à noite). Esta é a 11a Oficina ministrada pelo escritor, que tem no currículo três (!) Jabutis.
segunda-feira, março 29, 2004
Enchente
Recebeu a notícia da morte do marido pelo telefone. Câncer. Fechou os olhos sem força, abaixou a cabeça, amoleceu os músculos do rosto. Os sulcos da idade à mostra, talhados como cortes na madeira de casca velha.
A neta perguntou para a vó:
- Que houve?
Ela abriu os olhos e toda a tristeza desceu rápido, com a força das águas presas durante anos por uma parede de represa que finalmente cedeu:
- Seu avô foi para o céu.
Recebeu a notícia da morte do marido pelo telefone. Câncer. Fechou os olhos sem força, abaixou a cabeça, amoleceu os músculos do rosto. Os sulcos da idade à mostra, talhados como cortes na madeira de casca velha.
A neta perguntou para a vó:
- Que houve?
Ela abriu os olhos e toda a tristeza desceu rápido, com a força das águas presas durante anos por uma parede de represa que finalmente cedeu:
- Seu avô foi para o céu.
Boquitas Pintadas
Manuel Puig é o escritor da semana.
Manuel Puig é o escritor da semana.
Vendido
Jorge Kajuru é um vendido! A Nike enfiou uma bolada em seu traseiro gordo e ele apresentou um programa de meia hora sobre a marca americana sorrindo.
Eu não veria nenhum problema nisso se “não fazer merchandising” fosse sua única bandeira de idoneidade.
Jorge Kajuru é um vendido! A Nike enfiou uma bolada em seu traseiro gordo e ele apresentou um programa de meia hora sobre a marca americana sorrindo.
Eu não veria nenhum problema nisso se “não fazer merchandising” fosse sua única bandeira de idoneidade.
domingo, março 28, 2004
O melhor do jornalismo do domingo
Duas matérias chamaram minha atenção neste domingo. No Globo, a ótima matéria capa de Esportes sobre o Bangu. Muito bem produzida, os repórteres juntaram oito dos 11 titulares da equipe de Moça Bonita que venceu o Estadual de 66, o último ganho por uma equipe pequena (nem contestem, o Bangu é pequeno).
O Globo está apostando nas reportagens de domingo para quebrar o marasmo do dia-a-dia do jornal. Desde a série "Os porões do futebol", O Globo tem acertado nas capas de domingo fazendo matérias especiais.
A outra matéria interessante da semana saiu na coluna da Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo. A reportagem acompanhou o grupo Jota Quest por quatro dias. Presenciaram os mineiros falando muita merda, como era de se esperar. Mas nada barra a frase proferida pelo vocalista Rogério Flausino, durante a apresentação da banda, em Natal:
- Graças a Deus o Brasil é um país que não tem terrorismo nem miscigenação".
Duas matérias chamaram minha atenção neste domingo. No Globo, a ótima matéria capa de Esportes sobre o Bangu. Muito bem produzida, os repórteres juntaram oito dos 11 titulares da equipe de Moça Bonita que venceu o Estadual de 66, o último ganho por uma equipe pequena (nem contestem, o Bangu é pequeno).
O Globo está apostando nas reportagens de domingo para quebrar o marasmo do dia-a-dia do jornal. Desde a série "Os porões do futebol", O Globo tem acertado nas capas de domingo fazendo matérias especiais.
A outra matéria interessante da semana saiu na coluna da Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo. A reportagem acompanhou o grupo Jota Quest por quatro dias. Presenciaram os mineiros falando muita merda, como era de se esperar. Mas nada barra a frase proferida pelo vocalista Rogério Flausino, durante a apresentação da banda, em Natal:
- Graças a Deus o Brasil é um país que não tem terrorismo nem miscigenação".
É o fim
Triste a ESPN Internacional passar poker na televisão. Uma das coisas mais sem graça de toda história da televisão mundial.
Triste a ESPN Internacional passar poker na televisão. Uma das coisas mais sem graça de toda história da televisão mundial.
sexta-feira, março 26, 2004
E agora, José?
Pronto. A imprensa carioca mostrou sua força e conseguiu: Felipe convocado.
Entra no lugar do Alex, cortado por lesão na coxa.
Quero saber se agora ele continuará decidindo as partidas ou se acomodará no Flamengo, onde está com salários atrasados. Com a amarelinha no currículo recente, acho que antes do meio do ano ele estará jogando na Europa. E o Fla não ganhará nada na transação.
Pronto. A imprensa carioca mostrou sua força e conseguiu: Felipe convocado.
Entra no lugar do Alex, cortado por lesão na coxa.
Quero saber se agora ele continuará decidindo as partidas ou se acomodará no Flamengo, onde está com salários atrasados. Com a amarelinha no currículo recente, acho que antes do meio do ano ele estará jogando na Europa. E o Fla não ganhará nada na transação.
Roteiro básico para uma vida sem livros*
Um país que deseja acabar com os livros não precisa nem de prática nem de habilidade, basta seguir passo a passo os 20 mandamentos abaixo:
1.Aumente o número de editoras até chegar à seguinte equação: haverá no país mais editoras que livrarias.
2. Cada editora deve diminuir a tiragem de cada livro e aumentar os títulos publicados periodicamente.
3. Abarrote as livrarias, diminuindo o tempo de exposição de cada exemplar, pois haverá um rodízio natural.
4. As livrarias não comprarão mais livros, passarão a alugar suas estantes.
5. As livrarias pequenas tenderão a se extinguir ou mudar de ramo, pois não possuirão espaço suficiente para expor todas as novidades. Só sobrarão as mega stores.
6. Em virtude do acúmulo de títulos, os jornais só darão a resenha ou crítica 3 ou 4 meses depois do lançamento.
7. Como o livro já estará na livraria há 3 meses, mas ninguém vai saber, ele será devolvido pra editora, pois não terá vendido o suficiente para continuar sendo exposto com destaque, mesmo porque já haverá outro livro mais novo no lugar, que só será resenhado pela mídia 3 ou 4 meses depois e assim por diante.
8. O setor de Marketing das editoras escolherá previamente o livro em que irá investir todos os seus recursos de divulgação na mídia. O resto cairá na vala comum.
9. Os suplementos literários passarão a resenhar somente os livros de editoras que anunciarem em suas páginas.
10. Só serão vendidos nas livrarias os títulos que tiveram farta exposição na mídia, ou seja, os que já nasceram best sellers.
11. As livrarias aumentarão cada vez mais sua porcentagem, chegando a 60%.
12. As editoras passarão a procurar uma tecnologia cada vez mais moderna para baratear os custos, mas deixarão o preço final igual ao de sempre.
13. As distribuidoras contratarão equipes cada vez menos especializadas, de preferência, vendedores que nunca tenham lido um livro na vida. Alegarão que isso atrapalha.
14. O direito autoral dos escritores será diminuído dos atuais 10% para 5%.
15. As editoras extinguirão os departamentos de avaliação de originais, pois só serão publicados livros de gente conhecida, celebridades, não necessariamente escritores.
16. As editoras contratarão escritores que passarão a escrever somente livros com potencial de venda, com elementos ditados previamente pelos departamentos de Marketing.
17. Só serão publicados livros de ficção que sejam baseados em fatos reais, de preferência chocantes, com a verdade nua e crua como fio condutor da trama e que possam aflorar no leitor uma emoção muito grande.
18. As livrarias passarão a incrementar cada vez mais seus espaços com bares, cafés, restaurantes, pontos de encontro, vendendo games, bichinhos de pelúcia, miniaturas, cigarros importados, bonequinhos, pôsteres, baralhos e outros acepipes.
19. Aos escritores sérios, só restará a alternativa de se mancomunarem em confrarias, onde ficarão se auto citando, auto parodiando, auto elogiando e punhetando-se uns aos outros.
20. Só terão amplo destaque na mídia os escritores que acabaram de morrer e que, em vida, jamais viram seus nomes impressos nos jornais.
ROTEIRO DAS MELHORES LIVRARIAS
FNAC (Rio e São Paulo)
Local ideal para você comprar o seu aparelho de DVD, TVs com tela plana de 89 polegadas e micros digitais importados do Japão.
LETRAS & EXPRESSÕES (Rio)
Num ambiente agradável e arejado, você poderá escolher charutos cubanos, incrementar sua coleção de motos em miniatura, comprar mimosos bonequinhos de cristal e ainda vai curtir saborosas delicatessens. Não deixe de experimentar a torta de limão.
LIVRARIA DA VILA (São Paulo)
Amplo sortimento de enroladinhos de salsicha, espetinhos de queijo de coalho, amendoins, empadas da fazenda, café de coador, tudo muito caseiro, muito simples, você vai se sentir em casa.
LIVRARIA DA TRAVESSA (Rio)
Lugar ideal para você degustar a maravilhosa salada básica da casa, com generosas porções de rúcula, tomate seco e mussarela de búfala. Tem as atendentes mais gostosas do Rio de Janeiro.
SARAIVA MEGA STORE (Rio e São Paulo)
É lá que você vai encontrar o maior acervo de CDs da praça, todos com preços que variam entre R$ 39,70 (os nacionais) e R$ 91,70 (os japoneses). O melhor café expresso que você já tomou na vida. Tem também revistas importadas.
ARGUMENTO (Rio)
Tem vários tipos de cerveja, tira-gostos incríveis e sanduíches variados. Imperdível a panqueca de espinafre com requeijão.
SICILIANO (Rio e São Paulo)
Infelizmente, esta livraria não acompanhou a tendência atual, mas tem sempre um Habib¿s por perto, onde você vai poder se embrenhar na exótica cozinha árabe. Esfihas de carne, queijo e escarola a R$ 0,49 e quibes sempre crocantes a R$ 0,89 na promoção.
*Lista elaborada pelo escritor Furio Lonza
Um país que deseja acabar com os livros não precisa nem de prática nem de habilidade, basta seguir passo a passo os 20 mandamentos abaixo:
1.Aumente o número de editoras até chegar à seguinte equação: haverá no país mais editoras que livrarias.
2. Cada editora deve diminuir a tiragem de cada livro e aumentar os títulos publicados periodicamente.
3. Abarrote as livrarias, diminuindo o tempo de exposição de cada exemplar, pois haverá um rodízio natural.
4. As livrarias não comprarão mais livros, passarão a alugar suas estantes.
5. As livrarias pequenas tenderão a se extinguir ou mudar de ramo, pois não possuirão espaço suficiente para expor todas as novidades. Só sobrarão as mega stores.
6. Em virtude do acúmulo de títulos, os jornais só darão a resenha ou crítica 3 ou 4 meses depois do lançamento.
7. Como o livro já estará na livraria há 3 meses, mas ninguém vai saber, ele será devolvido pra editora, pois não terá vendido o suficiente para continuar sendo exposto com destaque, mesmo porque já haverá outro livro mais novo no lugar, que só será resenhado pela mídia 3 ou 4 meses depois e assim por diante.
8. O setor de Marketing das editoras escolherá previamente o livro em que irá investir todos os seus recursos de divulgação na mídia. O resto cairá na vala comum.
9. Os suplementos literários passarão a resenhar somente os livros de editoras que anunciarem em suas páginas.
10. Só serão vendidos nas livrarias os títulos que tiveram farta exposição na mídia, ou seja, os que já nasceram best sellers.
11. As livrarias aumentarão cada vez mais sua porcentagem, chegando a 60%.
12. As editoras passarão a procurar uma tecnologia cada vez mais moderna para baratear os custos, mas deixarão o preço final igual ao de sempre.
13. As distribuidoras contratarão equipes cada vez menos especializadas, de preferência, vendedores que nunca tenham lido um livro na vida. Alegarão que isso atrapalha.
14. O direito autoral dos escritores será diminuído dos atuais 10% para 5%.
15. As editoras extinguirão os departamentos de avaliação de originais, pois só serão publicados livros de gente conhecida, celebridades, não necessariamente escritores.
16. As editoras contratarão escritores que passarão a escrever somente livros com potencial de venda, com elementos ditados previamente pelos departamentos de Marketing.
17. Só serão publicados livros de ficção que sejam baseados em fatos reais, de preferência chocantes, com a verdade nua e crua como fio condutor da trama e que possam aflorar no leitor uma emoção muito grande.
18. As livrarias passarão a incrementar cada vez mais seus espaços com bares, cafés, restaurantes, pontos de encontro, vendendo games, bichinhos de pelúcia, miniaturas, cigarros importados, bonequinhos, pôsteres, baralhos e outros acepipes.
19. Aos escritores sérios, só restará a alternativa de se mancomunarem em confrarias, onde ficarão se auto citando, auto parodiando, auto elogiando e punhetando-se uns aos outros.
20. Só terão amplo destaque na mídia os escritores que acabaram de morrer e que, em vida, jamais viram seus nomes impressos nos jornais.
ROTEIRO DAS MELHORES LIVRARIAS
FNAC (Rio e São Paulo)
Local ideal para você comprar o seu aparelho de DVD, TVs com tela plana de 89 polegadas e micros digitais importados do Japão.
LETRAS & EXPRESSÕES (Rio)
Num ambiente agradável e arejado, você poderá escolher charutos cubanos, incrementar sua coleção de motos em miniatura, comprar mimosos bonequinhos de cristal e ainda vai curtir saborosas delicatessens. Não deixe de experimentar a torta de limão.
LIVRARIA DA VILA (São Paulo)
Amplo sortimento de enroladinhos de salsicha, espetinhos de queijo de coalho, amendoins, empadas da fazenda, café de coador, tudo muito caseiro, muito simples, você vai se sentir em casa.
LIVRARIA DA TRAVESSA (Rio)
Lugar ideal para você degustar a maravilhosa salada básica da casa, com generosas porções de rúcula, tomate seco e mussarela de búfala. Tem as atendentes mais gostosas do Rio de Janeiro.
SARAIVA MEGA STORE (Rio e São Paulo)
É lá que você vai encontrar o maior acervo de CDs da praça, todos com preços que variam entre R$ 39,70 (os nacionais) e R$ 91,70 (os japoneses). O melhor café expresso que você já tomou na vida. Tem também revistas importadas.
ARGUMENTO (Rio)
Tem vários tipos de cerveja, tira-gostos incríveis e sanduíches variados. Imperdível a panqueca de espinafre com requeijão.
SICILIANO (Rio e São Paulo)
Infelizmente, esta livraria não acompanhou a tendência atual, mas tem sempre um Habib¿s por perto, onde você vai poder se embrenhar na exótica cozinha árabe. Esfihas de carne, queijo e escarola a R$ 0,49 e quibes sempre crocantes a R$ 0,89 na promoção.
*Lista elaborada pelo escritor Furio Lonza
As gaivotas
6:11
Passou um grupo de umas 200 gaivotas voando em formação de V em direção a Baia de Guanabara. Quando eu estava me preparando para achar isso comum - 200 gaivotas, afinal - um grupo ainda maior apareceu na mesma formação voando sobre o prédio.
Não tinha idéia que essa era uma cena natural no Rio. Quanta coisa estranha acontece às 6h da manhã e eu não sabia. Deixa eu preparar um café para não alucinar mais.
Passou um grupo de umas 200 gaivotas voando em formação de V em direção a Baia de Guanabara. Quando eu estava me preparando para achar isso comum - 200 gaivotas, afinal - um grupo ainda maior apareceu na mesma formação voando sobre o prédio.
Não tinha idéia que essa era uma cena natural no Rio. Quanta coisa estranha acontece às 6h da manhã e eu não sabia. Deixa eu preparar um café para não alucinar mais.
6:03
Não consegui mais dormir. Assisti meu primeiro nascer do sol (tirando em noite virada por night) em anos. Assim pensando rápido, mas nem tão rápido, porque meu raciocínio tá lento (tô catando milho aqui), a última vez que vi o sol nascer por ter acordado cedo foi quando me alistei na aeronáutica, no dia 2 de janeiro de 1997.
Aliás, essa história de ter que madrugar na porta das Forças Armadas no segundo dia do ano para não servir é uma das heranças mais escrotas da ditadura...ou ninguém precisa mais fazer isso e só o otário aqui precisou madrugar neste dia e voltar lá outras quatro vezes para ser dispensado?
Foda ter consciência, e, hoje, especificamente, sede, que foi o motivo que me acordou. Quem mandou beber? Dá nisso. Pior é tentar trabalhar e demorar 40 minutos para escrever um texto merda que normalmente demoro 15 para checar e fazer.
Não consegui mais dormir. Assisti meu primeiro nascer do sol (tirando em noite virada por night) em anos. Assim pensando rápido, mas nem tão rápido, porque meu raciocínio tá lento (tô catando milho aqui), a última vez que vi o sol nascer por ter acordado cedo foi quando me alistei na aeronáutica, no dia 2 de janeiro de 1997.
Aliás, essa história de ter que madrugar na porta das Forças Armadas no segundo dia do ano para não servir é uma das heranças mais escrotas da ditadura...ou ninguém precisa mais fazer isso e só o otário aqui precisou madrugar neste dia e voltar lá outras quatro vezes para ser dispensado?
Foda ter consciência, e, hoje, especificamente, sede, que foi o motivo que me acordou. Quem mandou beber? Dá nisso. Pior é tentar trabalhar e demorar 40 minutos para escrever um texto merda que normalmente demoro 15 para checar e fazer.
5:12
Tem algo entre o silêncio e a obscenidade estar acordado a tal hora.
Tem algo entre o silêncio e a obscenidade estar acordado a tal hora.
quinta-feira, março 25, 2004
A capa da Ilustrada
Estou muito clippeiro ultimamente, mas vai lá. Retirado do site EraoDito, do escritor Marcelino Freire:
"OS CEM MENORES CONTOS BRASILEIROS DO SÉCULO
A antologia Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século foi capa hoje do caderno Ilustrada, da Folha. Clique aqui para ler. Se não conseguir, leia algumas informações, a saber: a microantologia será lançada no dia 12 de abril, a partir das 19 horas, na livraria do Espaço Unibanco de Cinema, na Rua Augusta. O livro reúne 100 autores, deste século XXI e de todo o Brasil, em 100 microcontos inéditos, feitos exclusivamente para o projeto. O desafio: cada conto não poderia ultrapassar 50 LETRAS (sem contar título, pontuação e espaço). Conheça, clicando aqui, a relação dos que toparam a empreitada. Antes, saiba: o projeto é uma realização da Ateliê Editorial, em parceria com a eraOdito editOra. O projeto gráfico é assinado por Silvana Zandomeni. A quantidade de página: 216. O preço ainda será definido. A obra conta, ainda, com um microprefácio (de 50 PALAVRAS) assinado por Italo Moriconi, organizador da antologia de Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século (Editora Objetiva). Mais informações e contato: mjfreire@uol.com.br / eraodito@uol.com.br".
Estou muito clippeiro ultimamente, mas vai lá. Retirado do site EraoDito, do escritor Marcelino Freire:
"OS CEM MENORES CONTOS BRASILEIROS DO SÉCULO
A antologia Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século foi capa hoje do caderno Ilustrada, da Folha. Clique aqui para ler. Se não conseguir, leia algumas informações, a saber: a microantologia será lançada no dia 12 de abril, a partir das 19 horas, na livraria do Espaço Unibanco de Cinema, na Rua Augusta. O livro reúne 100 autores, deste século XXI e de todo o Brasil, em 100 microcontos inéditos, feitos exclusivamente para o projeto. O desafio: cada conto não poderia ultrapassar 50 LETRAS (sem contar título, pontuação e espaço). Conheça, clicando aqui, a relação dos que toparam a empreitada. Antes, saiba: o projeto é uma realização da Ateliê Editorial, em parceria com a eraOdito editOra. O projeto gráfico é assinado por Silvana Zandomeni. A quantidade de página: 216. O preço ainda será definido. A obra conta, ainda, com um microprefácio (de 50 PALAVRAS) assinado por Italo Moriconi, organizador da antologia de Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século (Editora Objetiva). Mais informações e contato: mjfreire@uol.com.br / eraodito@uol.com.br".
Banheira
Ninguém comentou nada, mas o gol da vitória do Flamengo, marcado pelo fraco e muito sortudo lateral Roger, foi irregular. Reparem que no momento da cabeçada do Fabiano Eller, o Pimentel estava dentro do gol (depois da linha), ou seja, apenas um jogador - o goleiro - estava entre Roger e a linha de fundo.
Como dizia Mario Vianna (com dois enes):
- Banheira!
Ninguém comentou nada, mas o gol da vitória do Flamengo, marcado pelo fraco e muito sortudo lateral Roger, foi irregular. Reparem que no momento da cabeçada do Fabiano Eller, o Pimentel estava dentro do gol (depois da linha), ou seja, apenas um jogador - o goleiro - estava entre Roger e a linha de fundo.
Como dizia Mario Vianna (com dois enes):
- Banheira!
quarta-feira, março 24, 2004
Um certo goleiro frustrado
Ela é uma bela escritora
Da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo:
"Nem novela, nem teatro: um dos projetos de Ana Paula Arosio para quando terminarem as gravações de 'Um Só Coração', em abril, é a literatura. A atriz tem dedicado boas horas vagas à redação de contos. Só não sabe ainda se vai publicá-los em um livro".
Convide-a para publicar na Paralelos, Sales. A Milene não está treinando com a Seleção feminina de futebol? Imagina que beleza essa moça tomando cerveja numa mesa de escritores.
Da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo:
"Nem novela, nem teatro: um dos projetos de Ana Paula Arosio para quando terminarem as gravações de 'Um Só Coração', em abril, é a literatura. A atriz tem dedicado boas horas vagas à redação de contos. Só não sabe ainda se vai publicá-los em um livro".
Convide-a para publicar na Paralelos, Sales. A Milene não está treinando com a Seleção feminina de futebol? Imagina que beleza essa moça tomando cerveja numa mesa de escritores.
Para o pessoal do mercado editorial
Retirado do Publish News:
"A editora Rosari lança hoje o livro Fontes Digitais Brasileiras: de 1989 a 2001 (180 pp., R$ 85) em co-edição com a Associação dos Designers Gráficos (ADG Brasil). Trata-se da primeira grande obra de referência sobre tipografia digital editada no País. Apresentando 270 fontes, criadas por 63 designers de tipos, o livro mostra um panorama, ainda que desigual, extremamente representativo da produção tipográfica nacional dos últimos tempos. Em suas páginas de formato grande (30 x 30 cm), a obra traz também textos introdutórios feitos pelos organizadores Priscila Farias e Gustavo Piqueira e pelos membros responsáveis pela triagem das fontes - Claudio Rocha, Cecilia Consolo e Tony de Marco.
Cada categoria de fontes (textos, manipuladas, modulares, pixeladas, desenhadas, grunge, vernaculares e dingbats) também possui um texto introdutório e cada família tipográfica vem acompanhada de informações técnicas como plataformas e caracteres disponíveis, contato dos autores e como adquirir as fontes. O coquetel de lançamento será oferecido hoje, em São Paulo, na Galeria ADG (Rua Cônego Eugênio Leite, 876) a partir das 20h30."
Pena que seja tão caro.
Retirado do Publish News:
"A editora Rosari lança hoje o livro Fontes Digitais Brasileiras: de 1989 a 2001 (180 pp., R$ 85) em co-edição com a Associação dos Designers Gráficos (ADG Brasil). Trata-se da primeira grande obra de referência sobre tipografia digital editada no País. Apresentando 270 fontes, criadas por 63 designers de tipos, o livro mostra um panorama, ainda que desigual, extremamente representativo da produção tipográfica nacional dos últimos tempos. Em suas páginas de formato grande (30 x 30 cm), a obra traz também textos introdutórios feitos pelos organizadores Priscila Farias e Gustavo Piqueira e pelos membros responsáveis pela triagem das fontes - Claudio Rocha, Cecilia Consolo e Tony de Marco.
Cada categoria de fontes (textos, manipuladas, modulares, pixeladas, desenhadas, grunge, vernaculares e dingbats) também possui um texto introdutório e cada família tipográfica vem acompanhada de informações técnicas como plataformas e caracteres disponíveis, contato dos autores e como adquirir as fontes. O coquetel de lançamento será oferecido hoje, em São Paulo, na Galeria ADG (Rua Cônego Eugênio Leite, 876) a partir das 20h30."
Pena que seja tão caro.
Pato
O Oscar caiu que nem um patinho no factóide criado pela imprensa esportiva. A verdade é que para quem bota dinheiro no esporte (tvs e anunciantes) tirar o presidente é uma coisa, mas esvaziar o produto que eles têm para vender - no caso, a Copa Davis - é outra.
Estão querendo colocar o Guga como anti-patriota por já ter "conseguido o que queria" e mesmo assim não defender o Brasil na Davis. Usaram as declarações do Oscar, que sempre fala sem pensar e exalta a seleção do país, como laranja da história. Tentaram usar o Zagallo antes, mas o velhinho foi comedido.
Eu acho que não vão conseguir o seu objetivo. Todo mundo sabe que o Guga tem muita garra para jogar a Davis pelo Brasil. O que ele fez - reuinir os jogadores e peitar a federação velhaca - é histórico e só merece aplausos.
O Oscar caiu que nem um patinho no factóide criado pela imprensa esportiva. A verdade é que para quem bota dinheiro no esporte (tvs e anunciantes) tirar o presidente é uma coisa, mas esvaziar o produto que eles têm para vender - no caso, a Copa Davis - é outra.
Estão querendo colocar o Guga como anti-patriota por já ter "conseguido o que queria" e mesmo assim não defender o Brasil na Davis. Usaram as declarações do Oscar, que sempre fala sem pensar e exalta a seleção do país, como laranja da história. Tentaram usar o Zagallo antes, mas o velhinho foi comedido.
Eu acho que não vão conseguir o seu objetivo. Todo mundo sabe que o Guga tem muita garra para jogar a Davis pelo Brasil. O que ele fez - reuinir os jogadores e peitar a federação velhaca - é histórico e só merece aplausos.
terça-feira, março 23, 2004
Tempos dourados
Para os saudosistas, acho que essa geração atual do futebol brasileiro é sensacional. Quando, em qualquer época, tivemos os três melhores jogadores do momento? Dois sim, com Pelé e Garrincha, mas sempre teve um Puskas e Di Stefano pela frente.
Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká, sem a possibilidade de determinar qualquer ordem, são os melhores do futebol mundial em 2004. Zidane, apagado neste ano, e Henry, excelente, mas ainda sem enfrentar times de peso, estão na cola.
Para os saudosistas, acho que essa geração atual do futebol brasileiro é sensacional. Quando, em qualquer época, tivemos os três melhores jogadores do momento? Dois sim, com Pelé e Garrincha, mas sempre teve um Puskas e Di Stefano pela frente.
Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká, sem a possibilidade de determinar qualquer ordem, são os melhores do futebol mundial em 2004. Zidane, apagado neste ano, e Henry, excelente, mas ainda sem enfrentar times de peso, estão na cola.
Sem virar o disco
Não quero ser aquele chato recorrente que repete toda hora o mesmo assunto, mas esse Toto Bola, a Tele Sena da Loterj, a do escândalo, é um absurdo.
Ele começa com 100.000 reias, acumula por quatro semanas consecutivas e sempre sai com 500.000. Existe alguma explicação matemática para isso? Impossível. É pura safazeza com o dinheiro dos pobre coitados que compram a cartelinha achando que vão ficar ricos.
Eles podem até pagar os 500.000 finais (com muitos descontos no Imposto de Renda, obviamente), mas e o dinheiro dos concursos anteriores? Vai pro bolso de quem? Só capitalizando no banco...
Ah, o Toto Bola acumulou...não digam?!...semana que vem o prêmio sai: R$ 500.000,00.
Não quero ser aquele chato recorrente que repete toda hora o mesmo assunto, mas esse Toto Bola, a Tele Sena da Loterj, a do escândalo, é um absurdo.
Ele começa com 100.000 reias, acumula por quatro semanas consecutivas e sempre sai com 500.000. Existe alguma explicação matemática para isso? Impossível. É pura safazeza com o dinheiro dos pobre coitados que compram a cartelinha achando que vão ficar ricos.
Eles podem até pagar os 500.000 finais (com muitos descontos no Imposto de Renda, obviamente), mas e o dinheiro dos concursos anteriores? Vai pro bolso de quem? Só capitalizando no banco...
Ah, o Toto Bola acumulou...não digam?!...semana que vem o prêmio sai: R$ 500.000,00.
Prêmio Guarani
Saíram os vencedores do Prêmio Guarani 2003 , uma espécie de Oscar Brasileiro (desculpe a discrição óbvia) organizado por alguns críticos. Vai aí embaixo a relação completa dos vencedores. Na minha opinião, 2003 foi um ano rico em produções, mas sem nenhum melhor inconteste. Julguem por si só:
"Já em sua nona edição, o Prêmio GUARANI de Cinema Brasileiro vem elegendo, desde 1996, os melhores de cada ano na sétima arte nacional. Em 2003, 30 produções estiveram aptas a concorrer à premiação, por terem sido exibidas comercialmente nos cinemas de Porto Alegre/RS. E o grande vitorioso foi O HOMEM QUE COPIAVA, de Jorge Furtado, que ganhou em 5 categorias (filme, direção, ator, edição e roteiro original). Essa obra vai estar ao lado dos antigos vencedores, “Cidade de Deus” (2003), “Bicho de Sete Cabeças” (2002), “Cronicamente Inviável” (2001), “Por Trás do Pano” (2000), “Central do Brasil” (1999), “O que é isso, Companheiro?” (1998), “Como Nascem os Anjos” (1997) e “Terra Estrangeira” (1997).
O júri do GUARANI 2004 foi composto por 25 profissionais, entre críticos de cinema, cineastas, jornalistas, produtores e publicitários. São eles: Aurora Miranda (jornalista/CE), Liandro Lindner (jornalista/RS), Marcelo Janot (crítico/RJ), Alexandra Del’Arco (documentarista/MG), Francisco Russo (crítico site AdoroCinema.com/SP), Daniel Gralha (cinéfilo/RS), Paulo Kralik (editor Argumento.net/RS), Ticiano Osório (crítico jornal Zero Hora/RS), Ricardo Matsumoto (crítico revista Set/RJ), Roberto Sadovski (crítico revista Set/RJ), Jair Giacomini (cinéfilo/RS), Chico Izidro (jornalista/RS), Miriam Amaral (produtora/RS), Vera Carneiro (relações públicas/RS), Daniel Bacchieri (jornalista/RS), Zizo Asnis (publicitário site Oviajante.com.Br/RS), Renato Martins (crítico site RenatoMartins.com.Br/RS), Roberto Tietzmann (cineasta/RS), Leo Faria (crítico/SP), Marcelo Hessell (critico site Omelete.com.Br/SP), Angélica Brito (crítica site CineClick.com.Br/SP), Celso Sabadin (crítico/SP), Tarcísio Puiati (cineasta/RS), Adriana Androvandi (jornalista jornal Correio do Povo/RS), e este que vos escreve, Robledo Milani (editor site Argumento.net e produtor Programa de Cinema TVCOM/RS).
E a lista completa de vencedores do GUARANI 2004 é:
Melhor Filme: O HOMEM QUE COPIAVA (16 votos)
Quase Lá: “Durval Discos” e “Amarelo Manga” (3 votos cada)
Melhor Ator: LÁZARO RAMOS, “O Homem que Copiava” (9 votos)
Quase Lá: Matheus Nachtergaele, “Amarelo Manga” (7 votos)
Melhor Atriz: SIMONE SPOLADORE, “Desmundo” (7 votos)
Quase Lá: Débora Falabella, “Dois Perdidos Numa Noite Suja”, e Etty Fraser, “Durval Discos” (6 votos cada)
Melhor Ator Coadjuvante: CHICO DIAZ, “Amarelo Manga” (7 votos)
Quase Lá: Wagner Moura, “Deus é Brasileiro” (6 votos)
Melhor Atriz Coadjuvante: LEONA CAVALLI, “Amarelo Manga” (9 votos)
Quase Lá: Maria Luiza Mendonça, “Carandiru” (6 votos)
Melhor Direção: JORGE FURTADO, “O Homem que Copiava” (14 votos)
Quase Lá: Cláudio Assis, “Amarelo Manga” (5 votos)
Melhor Edição: O HOMEM QUE COPIAVA (17 votos)
Quase Lá: “Carandiru” (3 votos)
Melhor Roteiro Original: O HOMEM QUE COPIAVA (19 votos)
Quase Lá: “Amarelo Manga” (3 votos)
Melhor Roteiro Adaptado: DESMUNDO (8 votos)
Quase Lá: “Dois Perdidos Numa Noite Suja” e “O Homem do Ano” (5 votos cada)
Melhor Figurino: LISBELA E O PRISIONEIRO (10 votos)
Quase Lá: “Desmundo” (8 votos)
Melhor Direção de Arte: CARANDIRU (8 votos)
Quase Lá: “O Homem que Copiava” (6 votos)
Melhor Trilha Sonora: DURVAL DISCOS (12 votos)
Quase Lá: “Apolônio Brasil” (7 votos)
Melhor Fotografia: AMARELO MANGA (11 votos)
Quase Lá: “O Homem que Copiava” e “Acquaria” (4 votos)
Melhor Som: CARANDIRU (11 votos)
Quase Lá: “O Homem que Copiava” (5 votos)
Melhor Maquiagem: CARANDIRU (10 votos)
Quase Lá: “Desmundo” (7 votos)
Melhores Efeitos Especiais: ACQUARIA (14 votos)
Quase Lá: “O Homem que Copiava” (6 votos)
Revelação do Ano: WAGNER MOURA, “Deus é Brasileiro” (9 votos)
Quase Lá: Ailton Graça, “Carandiru” (8 votos)
Melhor Documentário: ÔNIBUS 174 (18 votos)
Quase Lá: “Nelson Freire” (6 votos)
Melhor Filme Estrangeiro: AS HORAS, EUA (9 votos)
Quase Lá: “As Invasões Bárbaras”, Canadá (6 votos)
Melhor Filme – Júri Popular: LISBELA E O PRISIONEIRO (38,67%)
Quase Lá: “O Homem que Copiava” (35,33%)
*esta categoria foi decidida através de enquete realizada no site ARGUMENTO.net
O resultado geral, por filme, portanto, foi o seguinte:
O HOMEM QUE COPIAVA – 5 guaranis (filme, direção, ator, edição e roteiro original)
AMARELO MANGA – 3 guaranis (ator coadjuvante, atriz coadjuvante e fotografia)
CARANDIRU – 3 guaranis (direção de arte, som e maquiagem)
DESMUNDO – 2 guaranis (atriz e roteiro adaptado)
LISBELA E O PRISIONEIRO – 2 guaranis (filme/júri popular e figurino)
DEUS É BRASILEIRO – 1 guarani (revelação)
DURVAL DISCOS – 1 guarani (trilha sonora)
ACQUARIA – 1 guarani (efeitos especiais)
ÔNIBUS 174 – 1 guarani (documentário)
AS HORAS – 1 guarani (filme estrangeiro)"
Saíram os vencedores do Prêmio Guarani 2003 , uma espécie de Oscar Brasileiro (desculpe a discrição óbvia) organizado por alguns críticos. Vai aí embaixo a relação completa dos vencedores. Na minha opinião, 2003 foi um ano rico em produções, mas sem nenhum melhor inconteste. Julguem por si só:
"Já em sua nona edição, o Prêmio GUARANI de Cinema Brasileiro vem elegendo, desde 1996, os melhores de cada ano na sétima arte nacional. Em 2003, 30 produções estiveram aptas a concorrer à premiação, por terem sido exibidas comercialmente nos cinemas de Porto Alegre/RS. E o grande vitorioso foi O HOMEM QUE COPIAVA, de Jorge Furtado, que ganhou em 5 categorias (filme, direção, ator, edição e roteiro original). Essa obra vai estar ao lado dos antigos vencedores, “Cidade de Deus” (2003), “Bicho de Sete Cabeças” (2002), “Cronicamente Inviável” (2001), “Por Trás do Pano” (2000), “Central do Brasil” (1999), “O que é isso, Companheiro?” (1998), “Como Nascem os Anjos” (1997) e “Terra Estrangeira” (1997).
O júri do GUARANI 2004 foi composto por 25 profissionais, entre críticos de cinema, cineastas, jornalistas, produtores e publicitários. São eles: Aurora Miranda (jornalista/CE), Liandro Lindner (jornalista/RS), Marcelo Janot (crítico/RJ), Alexandra Del’Arco (documentarista/MG), Francisco Russo (crítico site AdoroCinema.com/SP), Daniel Gralha (cinéfilo/RS), Paulo Kralik (editor Argumento.net/RS), Ticiano Osório (crítico jornal Zero Hora/RS), Ricardo Matsumoto (crítico revista Set/RJ), Roberto Sadovski (crítico revista Set/RJ), Jair Giacomini (cinéfilo/RS), Chico Izidro (jornalista/RS), Miriam Amaral (produtora/RS), Vera Carneiro (relações públicas/RS), Daniel Bacchieri (jornalista/RS), Zizo Asnis (publicitário site Oviajante.com.Br/RS), Renato Martins (crítico site RenatoMartins.com.Br/RS), Roberto Tietzmann (cineasta/RS), Leo Faria (crítico/SP), Marcelo Hessell (critico site Omelete.com.Br/SP), Angélica Brito (crítica site CineClick.com.Br/SP), Celso Sabadin (crítico/SP), Tarcísio Puiati (cineasta/RS), Adriana Androvandi (jornalista jornal Correio do Povo/RS), e este que vos escreve, Robledo Milani (editor site Argumento.net e produtor Programa de Cinema TVCOM/RS).
E a lista completa de vencedores do GUARANI 2004 é:
Melhor Filme: O HOMEM QUE COPIAVA (16 votos)
Quase Lá: “Durval Discos” e “Amarelo Manga” (3 votos cada)
Melhor Ator: LÁZARO RAMOS, “O Homem que Copiava” (9 votos)
Quase Lá: Matheus Nachtergaele, “Amarelo Manga” (7 votos)
Melhor Atriz: SIMONE SPOLADORE, “Desmundo” (7 votos)
Quase Lá: Débora Falabella, “Dois Perdidos Numa Noite Suja”, e Etty Fraser, “Durval Discos” (6 votos cada)
Melhor Ator Coadjuvante: CHICO DIAZ, “Amarelo Manga” (7 votos)
Quase Lá: Wagner Moura, “Deus é Brasileiro” (6 votos)
Melhor Atriz Coadjuvante: LEONA CAVALLI, “Amarelo Manga” (9 votos)
Quase Lá: Maria Luiza Mendonça, “Carandiru” (6 votos)
Melhor Direção: JORGE FURTADO, “O Homem que Copiava” (14 votos)
Quase Lá: Cláudio Assis, “Amarelo Manga” (5 votos)
Melhor Edição: O HOMEM QUE COPIAVA (17 votos)
Quase Lá: “Carandiru” (3 votos)
Melhor Roteiro Original: O HOMEM QUE COPIAVA (19 votos)
Quase Lá: “Amarelo Manga” (3 votos)
Melhor Roteiro Adaptado: DESMUNDO (8 votos)
Quase Lá: “Dois Perdidos Numa Noite Suja” e “O Homem do Ano” (5 votos cada)
Melhor Figurino: LISBELA E O PRISIONEIRO (10 votos)
Quase Lá: “Desmundo” (8 votos)
Melhor Direção de Arte: CARANDIRU (8 votos)
Quase Lá: “O Homem que Copiava” (6 votos)
Melhor Trilha Sonora: DURVAL DISCOS (12 votos)
Quase Lá: “Apolônio Brasil” (7 votos)
Melhor Fotografia: AMARELO MANGA (11 votos)
Quase Lá: “O Homem que Copiava” e “Acquaria” (4 votos)
Melhor Som: CARANDIRU (11 votos)
Quase Lá: “O Homem que Copiava” (5 votos)
Melhor Maquiagem: CARANDIRU (10 votos)
Quase Lá: “Desmundo” (7 votos)
Melhores Efeitos Especiais: ACQUARIA (14 votos)
Quase Lá: “O Homem que Copiava” (6 votos)
Revelação do Ano: WAGNER MOURA, “Deus é Brasileiro” (9 votos)
Quase Lá: Ailton Graça, “Carandiru” (8 votos)
Melhor Documentário: ÔNIBUS 174 (18 votos)
Quase Lá: “Nelson Freire” (6 votos)
Melhor Filme Estrangeiro: AS HORAS, EUA (9 votos)
Quase Lá: “As Invasões Bárbaras”, Canadá (6 votos)
Melhor Filme – Júri Popular: LISBELA E O PRISIONEIRO (38,67%)
Quase Lá: “O Homem que Copiava” (35,33%)
*esta categoria foi decidida através de enquete realizada no site ARGUMENTO.net
O resultado geral, por filme, portanto, foi o seguinte:
O HOMEM QUE COPIAVA – 5 guaranis (filme, direção, ator, edição e roteiro original)
AMARELO MANGA – 3 guaranis (ator coadjuvante, atriz coadjuvante e fotografia)
CARANDIRU – 3 guaranis (direção de arte, som e maquiagem)
DESMUNDO – 2 guaranis (atriz e roteiro adaptado)
LISBELA E O PRISIONEIRO – 2 guaranis (filme/júri popular e figurino)
DEUS É BRASILEIRO – 1 guarani (revelação)
DURVAL DISCOS – 1 guarani (trilha sonora)
ACQUARIA – 1 guarani (efeitos especiais)
ÔNIBUS 174 – 1 guarani (documentário)
AS HORAS – 1 guarani (filme estrangeiro)"
Muda de posição, garoto
Tá na hora do Athirson parar de fingir que ainda é lateral e admitir que já joga de meia-esquerda. Com o Felipe está atuando na direita, ele encaixaria muito bem na posição. Já Rivaldo...
Tá na hora do Athirson parar de fingir que ainda é lateral e admitir que já joga de meia-esquerda. Com o Felipe está atuando na direita, ele encaixaria muito bem na posição. Já Rivaldo...
segunda-feira, março 22, 2004
Live from Carioca
Depois de beber por sete dias seguidos - uns dias menos, outros mais e alguns eu não lembro - vou deixar a cerveja de lado para jogar bola.
Recomendo! Futebol...não beber sete dias seguidos.
Depois de beber por sete dias seguidos - uns dias menos, outros mais e alguns eu não lembro - vou deixar a cerveja de lado para jogar bola.
Recomendo! Futebol...não beber sete dias seguidos.
Caderno em branco
A Mara deixou um aviso no seu Caderno Branco de Mora Mey que pretende deixar o seu caderno em branco durante um tempo para se dedicar a escrita de novos livros.
Para quem quiser ler textos dela, agora resta a Paralelos. Neste link você encontra um conto dela. Para saber mais sobre o livro da moça, O colecionador de segundos, acesse o meu arquivo, pois comentei-o em outubro.
A Mara deixou um aviso no seu Caderno Branco de Mora Mey que pretende deixar o seu caderno em branco durante um tempo para se dedicar a escrita de novos livros.
Para quem quiser ler textos dela, agora resta a Paralelos. Neste link você encontra um conto dela. Para saber mais sobre o livro da moça, O colecionador de segundos, acesse o meu arquivo, pois comentei-o em outubro.
Sirene
O bicho tá pegando.
O bicho tá pegando.
Joga nada
Normalmente, as notas dos jogadores após as partidas são escritas de modo burocrático. A orientação é esquecer qualquer sentimento e informação anterior e concentrar apenas na atuação do jogador em campo. Mas este não foi o caso das notas dadas pelo Globo a dois jogadores do Flamengo na edição de hoje. E, adianto, assim ficou muito mais divertido:
"Júnior Baiano: O velho entregador de sempre. Estava mal colocado no segundo gol vascaíno, deixando Alex Alves livre para cabecear. Depois, acusou dores na coluna. Está na hora de parar * Nota 2.
Douglas Silva: Com seu visual de jogador de times dos torneio da MTV, jogou com seriedade, dando chutões quando necessário. Pouco para jogar no Flamengo * Nota 5."
Normalmente, as notas dos jogadores após as partidas são escritas de modo burocrático. A orientação é esquecer qualquer sentimento e informação anterior e concentrar apenas na atuação do jogador em campo. Mas este não foi o caso das notas dadas pelo Globo a dois jogadores do Flamengo na edição de hoje. E, adianto, assim ficou muito mais divertido:
"Júnior Baiano: O velho entregador de sempre. Estava mal colocado no segundo gol vascaíno, deixando Alex Alves livre para cabecear. Depois, acusou dores na coluna. Está na hora de parar * Nota 2.
Douglas Silva: Com seu visual de jogador de times dos torneio da MTV, jogou com seriedade, dando chutões quando necessário. Pouco para jogar no Flamengo * Nota 5."
sábado, março 20, 2004
O exelente (sic) ensino universitário brasileiro
Esta é imperdível. Mérito para Fernando Paiva, que escreveu este texto hilário para a Revista Paradoxo:
"Que até analfabetos passam no vestibular de algumas universidades particulares nós já sabemos. Não faz muito tempo que uma matéria na TV mostrou a aprovação no vestibular da universidade Estácio de Sá de um rapaz que só sabia assinar seu próprio nome. Pois agora, talvez para economizar dinheiro, parece que essas faculdades de fundo de quintal estão contratando seus ex-alunos de publicidade para bolar suas propagandas! O resultado é o que vemos na foto ao lado, enviada para esta coluna pelo leitor Alysson Steimacher.
Não sei o que é pior: o erro ortográfico ou a cara-de-pau de botar esse outdoor elogiando resultados pífios. Seis dos nove cursos listados tiraram nota “C” e um, o de odontologia, ficou com “D”! Em vez de “excelentes” esses resultados me parecem é “xexelentes”! Essas notas são o tipo de informação que um publicitário em sã consciência omitiria ao criar o outdoor. Melhor teria sido dedicar os agradecimentos apenas aos alunos do curso de jornalismo, único que teve conceito “A”. Aliás, onde estavam eles que não ajudaram na revisão desse texto? O Centro Universitário de Maringá (Cesumar) é, segundo o leitor, a universidade particular mais importante da cidade paranaense."
Esta é imperdível. Mérito para Fernando Paiva, que escreveu este texto hilário para a Revista Paradoxo:
"Que até analfabetos passam no vestibular de algumas universidades particulares nós já sabemos. Não faz muito tempo que uma matéria na TV mostrou a aprovação no vestibular da universidade Estácio de Sá de um rapaz que só sabia assinar seu próprio nome. Pois agora, talvez para economizar dinheiro, parece que essas faculdades de fundo de quintal estão contratando seus ex-alunos de publicidade para bolar suas propagandas! O resultado é o que vemos na foto ao lado, enviada para esta coluna pelo leitor Alysson Steimacher.
Não sei o que é pior: o erro ortográfico ou a cara-de-pau de botar esse outdoor elogiando resultados pífios. Seis dos nove cursos listados tiraram nota “C” e um, o de odontologia, ficou com “D”! Em vez de “excelentes” esses resultados me parecem é “xexelentes”! Essas notas são o tipo de informação que um publicitário em sã consciência omitiria ao criar o outdoor. Melhor teria sido dedicar os agradecimentos apenas aos alunos do curso de jornalismo, único que teve conceito “A”. Aliás, onde estavam eles que não ajudaram na revisão desse texto? O Centro Universitário de Maringá (Cesumar) é, segundo o leitor, a universidade particular mais importante da cidade paranaense."
Leitura não descartável
Hoje os cadernos culturais do Rio acertaram a mão. No Globo, a excelente crônica do Arnaldo Bloch sobre crescer sendo judeu no Brasil, aproveitando o mote do filme do Mel Gibson. No JB, a entrevista da Cecília Giannetti com o Saramago, onde ele fala sobre o lançamento do seu novo romance: "Ensaio sobre a Lucidez".
Boa leitura neste sábado nublado.
Hoje os cadernos culturais do Rio acertaram a mão. No Globo, a excelente crônica do Arnaldo Bloch sobre crescer sendo judeu no Brasil, aproveitando o mote do filme do Mel Gibson. No JB, a entrevista da Cecília Giannetti com o Saramago, onde ele fala sobre o lançamento do seu novo romance: "Ensaio sobre a Lucidez".
Boa leitura neste sábado nublado.
sexta-feira, março 19, 2004
Uma passagem sem explicações
O cachorro sente muito a sua falta, sabe? Tem momentos que acho que até mais do que eu. Está nervoso com a casa nova, mas ao mesmo tempo contemplativo e solitário como o dono provisório. Levanta as orelhas quando ouve o barulho da porta, ou do vento, ou de algo que só ele escuta, da mesma maneira que levanto a sobrancelha quando acredito ouvir o telefone.
Ele chora por você, Ana, baixinho, quase com vergonha. Chora de saudade e finge que é pulga. Será possível que cachorro consiga dissimular emoções?
Eu também choro, sabe? Do nada. Ouvindo rádio, esbarrando em livros que você tocou. Até ao lembrar de como você odiou ler o Kundera eu me pego com os olhos marejados. Sou bobo, bobinho, você me conhece.
E você, sente saudades? Chora sem hora marcada?
O cachorro sente muito a sua falta, sabe? Tem momentos que acho que até mais do que eu. Está nervoso com a casa nova, mas ao mesmo tempo contemplativo e solitário como o dono provisório. Levanta as orelhas quando ouve o barulho da porta, ou do vento, ou de algo que só ele escuta, da mesma maneira que levanto a sobrancelha quando acredito ouvir o telefone.
Ele chora por você, Ana, baixinho, quase com vergonha. Chora de saudade e finge que é pulga. Será possível que cachorro consiga dissimular emoções?
Eu também choro, sabe? Do nada. Ouvindo rádio, esbarrando em livros que você tocou. Até ao lembrar de como você odiou ler o Kundera eu me pego com os olhos marejados. Sou bobo, bobinho, você me conhece.
E você, sente saudades? Chora sem hora marcada?
Emilio Vega
Eu sempre tive extrema dificuldade para fazer elogios para pessoas desconhecidas. Com amigos, familiares e namorada não tenho muito esse problema, mas com desconhecidos eu morro de vergonha.
Resumindo, eu não tenho o menor cacoete para bancar o fã. Acho que se o Zico estivesse sentado ao meu lado, não fazendo absolutamente nada, eu sequer comentaria que era rubro-negro. Portanto, essa fase de adolescente que quando vê um ídolo, e aqui no Rio isso nem é tão difícil, sai correndo atrás para pedir um autógrafo, eu não tive. E nem terei.
Mas ontem, no lançamento do livro na Argumento, eu fiquei com vontade de falar para alguém que estava lá: "Sou seu fã, li quase todos os seus livros e acho você foda".
Mas não falei.
Eu sempre tive extrema dificuldade para fazer elogios para pessoas desconhecidas. Com amigos, familiares e namorada não tenho muito esse problema, mas com desconhecidos eu morro de vergonha.
Resumindo, eu não tenho o menor cacoete para bancar o fã. Acho que se o Zico estivesse sentado ao meu lado, não fazendo absolutamente nada, eu sequer comentaria que era rubro-negro. Portanto, essa fase de adolescente que quando vê um ídolo, e aqui no Rio isso nem é tão difícil, sai correndo atrás para pedir um autógrafo, eu não tive. E nem terei.
Mas ontem, no lançamento do livro na Argumento, eu fiquei com vontade de falar para alguém que estava lá: "Sou seu fã, li quase todos os seus livros e acho você foda".
Mas não falei.
quinta-feira, março 18, 2004
Pedintes
Ontem fui beber no Plebeu e em menos de duas horas seis (SEIS!) pessoas vieram pedir dinheiro na mesa. Até que um aceitou um pouco de comida, mesmo assim com cara de contrariado.
Crianças, homens sadios, bêbados adultos, mulheres com bebê. A verdade é que além do desemprego monstro, trabalhar para ganhar salário mínimo - na ponta do lápis - não compensa , quando se pode ganhar muito mais (muito mais mesmo) mendigando o mesmo número de horas por dia.
Esse é um assunto triste, mas que vale ser tocado. Acho que o aumento da mendigagem é reflexo direto do Governo assistencialista dos Garotinhos aqui ano Rio. Com restaurante a 1 real, café da manhã, hotel e até salão de beleza, além dos cheques-igrejas distribuídos na encolha pelo próprio Governador, as pessoas vão perdendo a necessidade de trabalhar e se habituando as regalias.
Como o Governo do Estado não passa das medidas assistencialistas para as de investimento em emprego, educação, saúde etc., as pessoas que são dependentes disso ficarão eternamente vivendo abaixo da linha da pobreza e, sub-humanamente, acomodadas na miséria.
Ontem fui beber no Plebeu e em menos de duas horas seis (SEIS!) pessoas vieram pedir dinheiro na mesa. Até que um aceitou um pouco de comida, mesmo assim com cara de contrariado.
Crianças, homens sadios, bêbados adultos, mulheres com bebê. A verdade é que além do desemprego monstro, trabalhar para ganhar salário mínimo - na ponta do lápis - não compensa , quando se pode ganhar muito mais (muito mais mesmo) mendigando o mesmo número de horas por dia.
Esse é um assunto triste, mas que vale ser tocado. Acho que o aumento da mendigagem é reflexo direto do Governo assistencialista dos Garotinhos aqui ano Rio. Com restaurante a 1 real, café da manhã, hotel e até salão de beleza, além dos cheques-igrejas distribuídos na encolha pelo próprio Governador, as pessoas vão perdendo a necessidade de trabalhar e se habituando as regalias.
Como o Governo do Estado não passa das medidas assistencialistas para as de investimento em emprego, educação, saúde etc., as pessoas que são dependentes disso ficarão eternamente vivendo abaixo da linha da pobreza e, sub-humanamente, acomodadas na miséria.
Estão sentindo falta do careca
E o Real Madrid, hein?!
Os galácticos estão se arrastando em campo. Sem Ronaldo, machucado e ocupado em assediar a Carolina Dieckman, a equipe quase não passou pelo Bayern na Liga dos Campeões, empatou no Espanhol e ontem perdeu a final da Copa do Rey para o Zaragoza do Sávio.
E o Real Madrid, hein?!
Os galácticos estão se arrastando em campo. Sem Ronaldo, machucado e ocupado em assediar a Carolina Dieckman, a equipe quase não passou pelo Bayern na Liga dos Campeões, empatou no Espanhol e ontem perdeu a final da Copa do Rey para o Zaragoza do Sávio.
quarta-feira, março 17, 2004
Quem é?
A campainha tocou estridente, duas, três vezes seguidas. Acordei assustado e resolvi levantar. A cama de casal desarrumada e alta demais, os lençóis embolados e sujos. Armadilhas que meu corpo de velho teriam que vencer para chegar até a porta, que, nesta hora, já era esmurrada.
Tive medo, pressa. Saltei da cama com a urgência de sair daquele pesadelo corriqueiro: alguém esmurrando minha porta. Por que e em que situação uma pessoa precisa esmurrar a porta de outra?
A campainha tocou estridente, duas, três vezes seguidas. Acordei assustado e resolvi levantar. A cama de casal desarrumada e alta demais, os lençóis embolados e sujos. Armadilhas que meu corpo de velho teriam que vencer para chegar até a porta, que, nesta hora, já era esmurrada.
Tive medo, pressa. Saltei da cama com a urgência de sair daquele pesadelo corriqueiro: alguém esmurrando minha porta. Por que e em que situação uma pessoa precisa esmurrar a porta de outra?
Ão, ão, ão, Junior Baiano não!
O Abel é que nem criança que coloca o dedo na tomada, recebe uma descarga elétrica, e dois minutos depois faz a mesma merda novamente.
Junior Baiano volta ao time. Contra o Vasco...
O Abel é que nem criança que coloca o dedo na tomada, recebe uma descarga elétrica, e dois minutos depois faz a mesma merda novamente.
Junior Baiano volta ao time. Contra o Vasco...
Explodiu o trem e ligou a TV
Duas passagens do excelente artigo escrito por Guilherme Fiuza para o No.Mínimo. Leiam, que vale muito a pena:
"Enquanto isso, os sanguinários que explodiram os trens em Madri correm para a frente da televisão. Ali, se deliciarão com a dimensão épica que a sociedade civilizada lhes dará: falarão de suas prováveis convicções religiosas, estratégias políticas, sofisticação tecnológica, da revolução geopolítica que se anuncia, quem sabe até uma nova ordem mundial. Tudo ilustrado pela mais colorida estética pacifista, rostos pintados em passeatas monumentais, comoventes e óbvias, repletas de cartazes e plaquetas de “basta”, “paz”, “fora Bush”. O que seria dos sanguinários sem a racionalidade dos cultos, para lhes tirar do vazio da barbárie e lhes dar sentido?"
"Mas quem é mesmo a Al Qaeda? Quem a representa, quem manda nela, quem obedece a ela, quem exatamente a financia, onde ela se reúne na face da Terra? Quantos grupelhos terroristas desconexos ainda colocarão bombas por aí em nome do mito de Osama, destruidor do império americano? Como os espanhóis e o mundo conseguem temer com tanta convicção um sujeito que, se vivo estiver, está submetido a todo tipo de asfixia financeira, física e social? Depois da invasão do Iraque, Saddam Hussein foi tido como o general oculto da resistência. Até o dia em que o encontraram encurralado num buraco, incomunicável, sem autoridade nem para pedir um sanduíche."
Para ler o artigo inteiro, clique aqui.
Duas passagens do excelente artigo escrito por Guilherme Fiuza para o No.Mínimo. Leiam, que vale muito a pena:
"Enquanto isso, os sanguinários que explodiram os trens em Madri correm para a frente da televisão. Ali, se deliciarão com a dimensão épica que a sociedade civilizada lhes dará: falarão de suas prováveis convicções religiosas, estratégias políticas, sofisticação tecnológica, da revolução geopolítica que se anuncia, quem sabe até uma nova ordem mundial. Tudo ilustrado pela mais colorida estética pacifista, rostos pintados em passeatas monumentais, comoventes e óbvias, repletas de cartazes e plaquetas de “basta”, “paz”, “fora Bush”. O que seria dos sanguinários sem a racionalidade dos cultos, para lhes tirar do vazio da barbárie e lhes dar sentido?"
"Mas quem é mesmo a Al Qaeda? Quem a representa, quem manda nela, quem obedece a ela, quem exatamente a financia, onde ela se reúne na face da Terra? Quantos grupelhos terroristas desconexos ainda colocarão bombas por aí em nome do mito de Osama, destruidor do império americano? Como os espanhóis e o mundo conseguem temer com tanta convicção um sujeito que, se vivo estiver, está submetido a todo tipo de asfixia financeira, física e social? Depois da invasão do Iraque, Saddam Hussein foi tido como o general oculto da resistência. Até o dia em que o encontraram encurralado num buraco, incomunicável, sem autoridade nem para pedir um sanduíche."
Para ler o artigo inteiro, clique aqui.
Os melhores títulos da semana
"Zeca Pagodinho não é ético. É etílico", do José Simão, ontem.
"Rebaixados jogam ovos nos quase rebaixados", na página de esportes do Globo, hoje.
"Zeca Pagodinho não é ético. É etílico", do José Simão, ontem.
"Rebaixados jogam ovos nos quase rebaixados", na página de esportes do Globo, hoje.
terça-feira, março 16, 2004
Lançamento de livro na Argumento
Essa beleza de capa (lindamente produzida por Raul Loureiro) esconde um triste significado, quem diria. O escritor Rodrigo Lacerda, dono de uma prosa premiada, veterano de três livros, conta em Vista do Rio a história da amizade de infância de dois vizinhos.
Mais sobre o livro não posso dizer, porque ainda não li, mas quem já leu diz que vale muito a pena.
O livro será lançado nesta quarta-feira, em São Paulo, na Livraria da Vila, Rua Fradique Coutinho, 915 - Vila Madalena, às 19h.
No dia seguinte, a Vista do Rio será lançado na Cidade Maravilhosa, na Argumento, Rua Dias Ferreira, 417 - Leblon, às 20h.
O amigo Augusto Salles, editor da Paralelos, manda avisar que: "Ainda sobre o livro do Rodrigo, quem quiser ganhar um exemplar autografado pode participar do sorteio que a revista Paralelos está promovendo. Basta mandar um e-mail para promo@paralelos.org com uma frase de no máximo 20 palavras sobre a cidade inspiradora do romance. "
Moleza! Estarei quinta no lançamento.
Essa beleza de capa (lindamente produzida por Raul Loureiro) esconde um triste significado, quem diria. O escritor Rodrigo Lacerda, dono de uma prosa premiada, veterano de três livros, conta em Vista do Rio a história da amizade de infância de dois vizinhos.
Mais sobre o livro não posso dizer, porque ainda não li, mas quem já leu diz que vale muito a pena.
O livro será lançado nesta quarta-feira, em São Paulo, na Livraria da Vila, Rua Fradique Coutinho, 915 - Vila Madalena, às 19h.
No dia seguinte, a Vista do Rio será lançado na Cidade Maravilhosa, na Argumento, Rua Dias Ferreira, 417 - Leblon, às 20h.
O amigo Augusto Salles, editor da Paralelos, manda avisar que: "Ainda sobre o livro do Rodrigo, quem quiser ganhar um exemplar autografado pode participar do sorteio que a revista Paralelos está promovendo. Basta mandar um e-mail para promo@paralelos.org com uma frase de no máximo 20 palavras sobre a cidade inspiradora do romance. "
Moleza! Estarei quinta no lançamento.
Seleção permanente e técnico estrangeiro
Algumas federações e atletas deveriam ter a humildade de admitir que a formação de uma seleção permanente e a contratação de um técnico estrangeiro de comprovado sucesso poderia contribuir bastante para o crescimento do esporte olímpico brasileiro.
Esse ucraniano Oleg não sei das quantas é um gênio, tanto que transformou a Daiane dos Santos (vulgo Baloubet du Rouet), uma atleta de muito potencial técnico, mas que sequer tinha ido para a Olimpíada anterior, em melhor do mundo em piruetas femininas.
E o custo de trazer o ucraniano? Três mil dólares! O que, convenhamos, em termos de esportes profissionais, com as verbas alocadas pelo COB, não é nada.
Atletismo, natação, tênis de mesa poderiam ser os próximos a aderirem à realidade.
Xiiii, eu chamei a Daiane de Baloubet du Rouet? Ato falho.
Algumas federações e atletas deveriam ter a humildade de admitir que a formação de uma seleção permanente e a contratação de um técnico estrangeiro de comprovado sucesso poderia contribuir bastante para o crescimento do esporte olímpico brasileiro.
Esse ucraniano Oleg não sei das quantas é um gênio, tanto que transformou a Daiane dos Santos (vulgo Baloubet du Rouet), uma atleta de muito potencial técnico, mas que sequer tinha ido para a Olimpíada anterior, em melhor do mundo em piruetas femininas.
E o custo de trazer o ucraniano? Três mil dólares! O que, convenhamos, em termos de esportes profissionais, com as verbas alocadas pelo COB, não é nada.
Atletismo, natação, tênis de mesa poderiam ser os próximos a aderirem à realidade.
Xiiii, eu chamei a Daiane de Baloubet du Rouet? Ato falho.
Novos e velhos links
Dei uma rearrumada nos links, já que o blogger desalojou muita gente (falta alguém?). Aproveitei para adicionar uns blogs e sites bem legais, que valem visita.
Investiguem a barra da direita!
Dei uma rearrumada nos links, já que o blogger desalojou muita gente (falta alguém?). Aproveitei para adicionar uns blogs e sites bem legais, que valem visita.
Investiguem a barra da direita!
segunda-feira, março 15, 2004
PD-Literatura
Está no ar a nova edição do projeto diário de literatura. Tem um conto meu lá: Postais do mar do Caribe. Um aperitivo...
"Sorriu bêbado, com seus olhos azuis e minha mãe não resistiu ao galanteio grosseiro em língua esquisita. Acabaram na parede da boate e foi ali que fui concebida, num sarro-transa, num gozo suado, só dele, e num riso nervoso, o dela."
Está no ar a nova edição do projeto diário de literatura. Tem um conto meu lá: Postais do mar do Caribe. Um aperitivo...
"Sorriu bêbado, com seus olhos azuis e minha mãe não resistiu ao galanteio grosseiro em língua esquisita. Acabaram na parede da boate e foi ali que fui concebida, num sarro-transa, num gozo suado, só dele, e num riso nervoso, o dela."
domingo, março 14, 2004
Sobre o anúncio do Zeca
Ainda não vi o tal anúncio do Zeca Pagodinho, mas quando li na capa do Globo (por dois dias seguidos – o que está por trás disso eu nem comento), pensei:
“Putz, o Zeca é a Luma da vez”.
Em princípio, pensei que tinha sido uma pisada na bola do cantor, pois, sem dúvida alguma, ele rompeu o contrato com a cervejaria de Itu.
Mas depois, pensando sobre o assunto (sim, eu pensei sobre o assunto – hoje é domingo e estou de folga), lembrei da biografia do Zeca que li este ano. O cara é um puta cantor, deve ser gente boníssima, ajuda seus velhos amigos gravando uma música de cada um em seus cds (e deixando de lado as suas), o que garante, pelo que consta no livro, pelo menos 30 mil reais para cada, além de ter construído uma escola de música para crianças e jovens em Xerém.
Portanto, acho que esse dinheiro será muito bem aplicado e é um belo tapa na cara do dono da agência que está ganhando milhões pelo “sucesso” de sua campanha Experimenta.
Se fosse o Zeca, não pararia por aí. Daria não um tapa, mas um tabefe bem dado na cara do publicitário africano, fazendo propaganda (gratuita) de uma aguardente daquelas bem vagabundas.
Poderia ser até aquela fictícia, inventada pelos humoristas do Rock e Gol da MTV, a aguardente Curió, a que passarinho não bebe.
“Mas eu bebo”, o Zeca diria.
Ou aqui do Bohemias. As portas estão abertas:
“Bohemias, eu bebo...opa...eu leio...porra, Bohemias...eu leio bebendo”.
Obs: como humorista eu sou um ótimo jornalista.
Ainda não vi o tal anúncio do Zeca Pagodinho, mas quando li na capa do Globo (por dois dias seguidos – o que está por trás disso eu nem comento), pensei:
“Putz, o Zeca é a Luma da vez”.
Em princípio, pensei que tinha sido uma pisada na bola do cantor, pois, sem dúvida alguma, ele rompeu o contrato com a cervejaria de Itu.
Mas depois, pensando sobre o assunto (sim, eu pensei sobre o assunto – hoje é domingo e estou de folga), lembrei da biografia do Zeca que li este ano. O cara é um puta cantor, deve ser gente boníssima, ajuda seus velhos amigos gravando uma música de cada um em seus cds (e deixando de lado as suas), o que garante, pelo que consta no livro, pelo menos 30 mil reais para cada, além de ter construído uma escola de música para crianças e jovens em Xerém.
Portanto, acho que esse dinheiro será muito bem aplicado e é um belo tapa na cara do dono da agência que está ganhando milhões pelo “sucesso” de sua campanha Experimenta.
Se fosse o Zeca, não pararia por aí. Daria não um tapa, mas um tabefe bem dado na cara do publicitário africano, fazendo propaganda (gratuita) de uma aguardente daquelas bem vagabundas.
Poderia ser até aquela fictícia, inventada pelos humoristas do Rock e Gol da MTV, a aguardente Curió, a que passarinho não bebe.
“Mas eu bebo”, o Zeca diria.
Ou aqui do Bohemias. As portas estão abertas:
“Bohemias, eu bebo...opa...eu leio...porra, Bohemias...eu leio bebendo”.
Obs: como humorista eu sou um ótimo jornalista.
sábado, março 13, 2004
Carrero chama para porrada literária
Acredito não ser pegadinha, então vou noticiar aqui uma coisa que acho bastante relevante.
Conforme coloquei aqui no blog, no último sábado (recorram ao arquivo ao lado), o crítico literário Manuel da Costa Pinto deu uma porradinha no novo livro do pernambucano Raimundo Carrero. Se houve outra crítica negativa, eu não sei, mas o fato é que o próprio escritor lançou um blog especialmente para discutir seu livro (ou as críticas ao seu livro, como queiram).
Internet e literatura estão inegavelmente ligadas no século XXI. Posso destacar aqui escritores que utilizam a rede para publicar contos inéditos, como a Mara Coradello e a Índigo, outros que usam para dividir as agruras do processo criativo, de edição e lançamento (como era o Carmem, do J.P. Cuenca e, de certa forma, é o da Cecília Giannetti), e há os que utilizam para noticiar eventos ligados à literatura, como o Marcelino Freire. Isso sem falar nos sites literários, como a Paralelos, O Caixote e outros.
Mas acredito ser a primeira vez que um escritor que, pelo que sei, não tem nada a ver com a Internet, recorre a rede, e a um blog!, e não um texto em jornal ou em site importante de cultura, para debater seu livro.
São os novos tempos. Camus e Sartre brigaram pela revista. Será que os mesmo brigariam por blogs hoje em dia?
Acredito não ser pegadinha, então vou noticiar aqui uma coisa que acho bastante relevante.
Conforme coloquei aqui no blog, no último sábado (recorram ao arquivo ao lado), o crítico literário Manuel da Costa Pinto deu uma porradinha no novo livro do pernambucano Raimundo Carrero. Se houve outra crítica negativa, eu não sei, mas o fato é que o próprio escritor lançou um blog especialmente para discutir seu livro (ou as críticas ao seu livro, como queiram).
Internet e literatura estão inegavelmente ligadas no século XXI. Posso destacar aqui escritores que utilizam a rede para publicar contos inéditos, como a Mara Coradello e a Índigo, outros que usam para dividir as agruras do processo criativo, de edição e lançamento (como era o Carmem, do J.P. Cuenca e, de certa forma, é o da Cecília Giannetti), e há os que utilizam para noticiar eventos ligados à literatura, como o Marcelino Freire. Isso sem falar nos sites literários, como a Paralelos, O Caixote e outros.
Mas acredito ser a primeira vez que um escritor que, pelo que sei, não tem nada a ver com a Internet, recorre a rede, e a um blog!, e não um texto em jornal ou em site importante de cultura, para debater seu livro.
São os novos tempos. Camus e Sartre brigaram pela revista. Será que os mesmo brigariam por blogs hoje em dia?
Friedmans
Ainda estou digerindo o filme. E não quero estragar o cinema de ninguém. Portanto, ainda não comentarei o documentário, pois precisaria entrar em detalhes que influenciariam as pessoas na hora de ver o filme.
Ainda estou digerindo o filme. E não quero estragar o cinema de ninguém. Portanto, ainda não comentarei o documentário, pois precisaria entrar em detalhes que influenciariam as pessoas na hora de ver o filme.
Nova prosa brasileira
O site Trópico, do UOL, (que só pode ser visitado por assinantes do portal) colocou no ar um dossiê sobre quem são os novos autores da prosa brasileira. A repórter, Carolina Stanisci, entrevistou alguns críticos literários e a partir daí montou um grupo com 26 nomes.
Alguns dos selecionados são óbvios e incontestáveis, como Rubens Figueiredo e Bernardo Carvalho, outros são discutíveis, e não sou besta de citar nomes, mas o que me espantou foi que a maioria absoluta não é nova coisa nenhuma. Noventa por cento dos citados têm cinco, seis livros publicados, e já passou dos 45 anos de idade. Só em literatura mesmo que uma pessoa de 45 anos ainda é considerada um Jovem Promissor (usando o personagem de Simulacros, do Sergio Sant'anna).
Apenas dois dos 26 escritores selecionados têm menos de 35 anos (Bruno Zeni (29 anos) e Ronaldo Bressane (34)). Mas a matéria está ótima, muitos autores citados, que conheço apenas da leitura de contos isolados, devem publicar coisas interessantes nos próximos anos e, no mais, é bola pra frente, porque a literatura brasileira está ficando mais visível(embora ainda pouco lida).
O site Trópico, do UOL, (que só pode ser visitado por assinantes do portal) colocou no ar um dossiê sobre quem são os novos autores da prosa brasileira. A repórter, Carolina Stanisci, entrevistou alguns críticos literários e a partir daí montou um grupo com 26 nomes.
Alguns dos selecionados são óbvios e incontestáveis, como Rubens Figueiredo e Bernardo Carvalho, outros são discutíveis, e não sou besta de citar nomes, mas o que me espantou foi que a maioria absoluta não é nova coisa nenhuma. Noventa por cento dos citados têm cinco, seis livros publicados, e já passou dos 45 anos de idade. Só em literatura mesmo que uma pessoa de 45 anos ainda é considerada um Jovem Promissor (usando o personagem de Simulacros, do Sergio Sant'anna).
Apenas dois dos 26 escritores selecionados têm menos de 35 anos (Bruno Zeni (29 anos) e Ronaldo Bressane (34)). Mas a matéria está ótima, muitos autores citados, que conheço apenas da leitura de contos isolados, devem publicar coisas interessantes nos próximos anos e, no mais, é bola pra frente, porque a literatura brasileira está ficando mais visível(embora ainda pouco lida).
sexta-feira, março 12, 2004
Na captura dos Friedmans
Na semana do seminário "A Arte da Crítica" não dá para ignorar um filme que recebe quatro estrelas na Folha e bonequinho aplaudindo de pé no Globo, no segundo acompanhado ainda do elogio obra prima.
Assistirei hoje mesmo. As expectativas, entretanto, são perigosamente altas.
Na semana do seminário "A Arte da Crítica" não dá para ignorar um filme que recebe quatro estrelas na Folha e bonequinho aplaudindo de pé no Globo, no segundo acompanhado ainda do elogio obra prima.
Assistirei hoje mesmo. As expectativas, entretanto, são perigosamente altas.
Stop the hate
A imprensa tem que ser muito cautelosa ao acusar o ETA ou a Al Quaeda pelo atentado em Madrid. Vivemos num mundo carregado de ódio e rancor. Foi com a ajuda da reação da imprensa e da população americana que a Casa Branca ordenou o massacre ao Afeganistão. Morreram centenas de pessoas, unicamente "culpadas" de terem nascido em um país opressor religioso e culturamente e onde uma organização terrorista tinha uma célula importante.
Culpar o ETA, identificar a tal carta com os árabes e a Al Quaeda, sem nenhum investigação rigorosa, é leviandade. Pena que nenhum autoridade espanhola, ainda mais com custos políticos, pode vir a público e falar que a raiva tem que ser direcionada para nós mesmos, a humanidade, imperfeita, enormemente imperfeita, que criou as estruturas condicionantes para o aparecimento de tamanha barbárie.
A imprensa tem que ser muito cautelosa ao acusar o ETA ou a Al Quaeda pelo atentado em Madrid. Vivemos num mundo carregado de ódio e rancor. Foi com a ajuda da reação da imprensa e da população americana que a Casa Branca ordenou o massacre ao Afeganistão. Morreram centenas de pessoas, unicamente "culpadas" de terem nascido em um país opressor religioso e culturamente e onde uma organização terrorista tinha uma célula importante.
Culpar o ETA, identificar a tal carta com os árabes e a Al Quaeda, sem nenhum investigação rigorosa, é leviandade. Pena que nenhum autoridade espanhola, ainda mais com custos políticos, pode vir a público e falar que a raiva tem que ser direcionada para nós mesmos, a humanidade, imperfeita, enormemente imperfeita, que criou as estruturas condicionantes para o aparecimento de tamanha barbárie.
Muito triste
"Carne queimada"*
"Ia de trem para o trabalho. Pouco antes de chegar à estação de El Pozo, o trem parou depois de escutarmos um barulho ensurdecedor. Pensei que eram dois trens que se chocavam. Abrimos as portas e descemos. Ao fundo, vi a catástrofe. Havia uma mulher sentada num banco, com o corpo ensangüentado. Ela disse que tinha frio e eu coloquei minha jaqueta sobre seus ombros. Depois entrei no trem, por um dos buracos. Um homem me pediu que ajudasse uma pessoa a seu lado. Estava preso nos ferros retorcidos e não pude fazer nada. Uma mulher se apoiava contra a parede e tapava uma ferida que tinha na perna. Beijei-a para tranqüilizá-la e tirei-a dali. Por todos lados havia mãos, pernas, membros mutilados, que se misturavam com pedaços do trem. Três horas depois, minhas mãos cheiravam a carne queimada, porque tudo cheirava a carne queimada".
*LUIS MIGUEL GÓMEZ, de 25 anos, trabalhador da construção civil, em depoimento à repórter Priscila Guilayn, do Globo.
"Carne queimada"*
"Ia de trem para o trabalho. Pouco antes de chegar à estação de El Pozo, o trem parou depois de escutarmos um barulho ensurdecedor. Pensei que eram dois trens que se chocavam. Abrimos as portas e descemos. Ao fundo, vi a catástrofe. Havia uma mulher sentada num banco, com o corpo ensangüentado. Ela disse que tinha frio e eu coloquei minha jaqueta sobre seus ombros. Depois entrei no trem, por um dos buracos. Um homem me pediu que ajudasse uma pessoa a seu lado. Estava preso nos ferros retorcidos e não pude fazer nada. Uma mulher se apoiava contra a parede e tapava uma ferida que tinha na perna. Beijei-a para tranqüilizá-la e tirei-a dali. Por todos lados havia mãos, pernas, membros mutilados, que se misturavam com pedaços do trem. Três horas depois, minhas mãos cheiravam a carne queimada, porque tudo cheirava a carne queimada".
*LUIS MIGUEL GÓMEZ, de 25 anos, trabalhador da construção civil, em depoimento à repórter Priscila Guilayn, do Globo.
quinta-feira, março 11, 2004
Geração BBB
A Bá tá trabalhando num lugar que oferece cursos de longa duração (dois anos) para atores, com ênfase em TV e vídeo. O curso teve alguns comerciais veiculados na Globo, o que levou todo tipo de pessoa a ligar para, presumivelmente, saber sobre as aulas. Mas não é bem esse o caso.
É impressionante a geração que vem por aí. A transcrição abaixo é de um telefonema de um moleque de 10 anos. Quer ser famoso...
- Olha só, se eu fizer esse curso eu vou entrar em Celebridade quando?
- ...
- E em Chocolate com Pimenta e Da Cor do Pecado?
- João...
- Eu quero entrar nas três ao mesmo tempo. Celebridade, Chocolate com Pimenta e Da Cor do Pecado.
- João, deixa eu falar...
- E em Malhação? Eu quero ser ator da Malhação.
- João, chama sua mãe para eu falar com ela.
A Bá tá trabalhando num lugar que oferece cursos de longa duração (dois anos) para atores, com ênfase em TV e vídeo. O curso teve alguns comerciais veiculados na Globo, o que levou todo tipo de pessoa a ligar para, presumivelmente, saber sobre as aulas. Mas não é bem esse o caso.
É impressionante a geração que vem por aí. A transcrição abaixo é de um telefonema de um moleque de 10 anos. Quer ser famoso...
- Olha só, se eu fizer esse curso eu vou entrar em Celebridade quando?
- ...
- E em Chocolate com Pimenta e Da Cor do Pecado?
- João...
- Eu quero entrar nas três ao mesmo tempo. Celebridade, Chocolate com Pimenta e Da Cor do Pecado.
- João, deixa eu falar...
- E em Malhação? Eu quero ser ator da Malhação.
- João, chama sua mãe para eu falar com ela.
Berrei sua presença
Ela falou que iria me deixar, e emudeci. Luana disse que não agüentava meu jeito, olhares reprovadores, longos silenciosos misteriosos e chorou. Eu calei. Limpou a lágrima com raiva, como se não fosse permitido derramá-la, era ela quem dizia adeus. Passou o punho, daquela cor amarelada, um desbotamento espontâneo, sobre os olhos castanhos e disse o derradeiro tchau. Fiz que sim com a cabeça, atordoado, jamais esperava que ela me deixasse. A postura grave, o olhar atônito, calado, consentindo. Luana bateu a porta e comecei a chorar, num espasmo alto, soluçar no peito, engasgar futuro, de cinco minutos de choro. Gritei seu nome. Alto. Berrei sua presença. Lá embaixo alguém buzinou, outro amolou a faca, fingindo não escutar meu apelo. Barulhos normais; nem o silêncio me respondeu. Entendi sua solidão.
Ela falou que iria me deixar, e emudeci. Luana disse que não agüentava meu jeito, olhares reprovadores, longos silenciosos misteriosos e chorou. Eu calei. Limpou a lágrima com raiva, como se não fosse permitido derramá-la, era ela quem dizia adeus. Passou o punho, daquela cor amarelada, um desbotamento espontâneo, sobre os olhos castanhos e disse o derradeiro tchau. Fiz que sim com a cabeça, atordoado, jamais esperava que ela me deixasse. A postura grave, o olhar atônito, calado, consentindo. Luana bateu a porta e comecei a chorar, num espasmo alto, soluçar no peito, engasgar futuro, de cinco minutos de choro. Gritei seu nome. Alto. Berrei sua presença. Lá embaixo alguém buzinou, outro amolou a faca, fingindo não escutar meu apelo. Barulhos normais; nem o silêncio me respondeu. Entendi sua solidão.
O debate no jornal
Quem, como eu, não pôde acompanhar in loco o debate de Literatura no seminário "A Arte da Crítica", pode ler na matéria que saiu no JB um pouco do que rolou.
Quem, como eu, não pôde acompanhar in loco o debate de Literatura no seminário "A Arte da Crítica", pode ler na matéria que saiu no JB um pouco do que rolou.
Cerveja
1 lata = 9 latas
1 lata = 9 latas
quarta-feira, março 10, 2004
Pós-debate
Não pude ir ao debate no CCBB - que soube ter sido acalorado - mas depois fui tomar uma cervejinha com o pessoal "da literatura" atrás do prédio dos Correios. Gente boa, papo fácil.
Não pude ir ao debate no CCBB - que soube ter sido acalorado - mas depois fui tomar uma cervejinha com o pessoal "da literatura" atrás do prédio dos Correios. Gente boa, papo fácil.
Eu agarantxu
Estou lendo o excelente Matéria de Memória, do Cony, presente do amigo Marcelo Moutinho. Mesmo antes de terminar, já recomendo bastante.
Estou lendo o excelente Matéria de Memória, do Cony, presente do amigo Marcelo Moutinho. Mesmo antes de terminar, já recomendo bastante.
Nenê
Tá no ar a coluna da Rede TV! desta semana. Ela também pode ser lida no bom e velho BligSports.
Tá no ar a coluna da Rede TV! desta semana. Ela também pode ser lida no bom e velho BligSports.
terça-feira, março 09, 2004
Passaralho de blog
A maioria do pessoal que tinha blog no blogger (que no Brasil é ligado a Globo.com) tá fora do ar, pois estourou um limite de espaço irrisório que o pessoal do Citta América estipulou.
Não me surpreende nem um pouco isso. A Globo.com é especialista em passaralho. Só está inventando uma nova modalidade. "Passaralho de blog".
A maioria do pessoal que tinha blog no blogger (que no Brasil é ligado a Globo.com) tá fora do ar, pois estourou um limite de espaço irrisório que o pessoal do Citta América estipulou.
Não me surpreende nem um pouco isso. A Globo.com é especialista em passaralho. Só está inventando uma nova modalidade. "Passaralho de blog".
A Arte da Crítica
Hoje rolará o debate de literatura do seminário "A Arte da Crítica", às 18h30, no 4o andar do CCBB. A distribuição de senhas acontecerá meia hora antes.
Os participantes serão:
Literatura - 9 de março, terça:
Adriana Lisboa, Cecília Costa, Paulo Roberto Pires, Silviano Santiago. Moderadora: Susana Schild
Por motivo de trabalho, não poderei comparecer, mas, se rolar mesmo o chopp após a palestra, estarei lá. Tem conversa que começamos ontem, no Ernesto, que precisamos continuar.
Hoje rolará o debate de literatura do seminário "A Arte da Crítica", às 18h30, no 4o andar do CCBB. A distribuição de senhas acontecerá meia hora antes.
Os participantes serão:
Literatura - 9 de março, terça:
Adriana Lisboa, Cecília Costa, Paulo Roberto Pires, Silviano Santiago. Moderadora: Susana Schild
Por motivo de trabalho, não poderei comparecer, mas, se rolar mesmo o chopp após a palestra, estarei lá. Tem conversa que começamos ontem, no Ernesto, que precisamos continuar.
segunda-feira, março 08, 2004
Especial Rocinante na Paralelos
Novidades na Paralelos. Entrou no ar o especial Rocinante, com resenhas sobre os livros desta nobre coleção da Editora 7Letras que aposta em novos escritores. Como já coloquei aqui em dezembro, entrevistei o Tony Monti e resenhei seu livro - O Mentiroso.
Além disso, na edição de março foi publicado um conto meu sobre o Catete. Espero que gostem e comentem.
Novidades na Paralelos. Entrou no ar o especial Rocinante, com resenhas sobre os livros desta nobre coleção da Editora 7Letras que aposta em novos escritores. Como já coloquei aqui em dezembro, entrevistei o Tony Monti e resenhei seu livro - O Mentiroso.
Além disso, na edição de março foi publicado um conto meu sobre o Catete. Espero que gostem e comentem.
8/3
Parabéns para as três mulheres mais importantes da minha vida!
Parabéns para as três mulheres mais importantes da minha vida!
Ela não está só
Eis que a Folha de São Paulo me dá um susto no domingo. Não é que o jogador de basquete mais alto do país, um molque de 16 anos chamado Rafael Rodrigues, de 2,12m, nasceu em Passa Tempo (MG), terra que a Bá morou durante anos.
Para quem não sabe, essa cidade fica logo ao lado do Bono, e é vizinha da cidade fantasma de Skinny. Hohoho.
Eis que a Folha de São Paulo me dá um susto no domingo. Não é que o jogador de basquete mais alto do país, um molque de 16 anos chamado Rafael Rodrigues, de 2,12m, nasceu em Passa Tempo (MG), terra que a Bá morou durante anos.
Para quem não sabe, essa cidade fica logo ao lado do Bono, e é vizinha da cidade fantasma de Skinny. Hohoho.
Radiobrás
Ontem fiz a prova da RADIOBRÁS (isto mesmo, com acento - lembram da polêmica da Petrobras?). Foi mais por desencargo de consciência, afinal um empreguinho público, com estabilidade, na selva de desemprego que é o jornalismo, não faria mal a ninguém (apesar do salário baixo).
Impressionante o número de pessoas conhecidas na prova, galera que vi pelos corredores da ECO ou amigos (e colegas de trabalho) como o Cauê. Detalhe que nenhum dos dois sabia que o outro faria a prova, talvez por não estar dando muita bola mesmo.
Saiu o gabarito da dita cuja agora a pouco, e, se minha nota foi regular, 73%, pelo menos tive as notas mínimas em todas as cinco matérias (Português, Inglês, Info, Raciocínio Lógico e Conhecimentos Gerais) para que minha redação - um editorial radiofônico sobre a chegada a Marte (de robôs da NASA - diga-se de passagem) - fosse corrigida.
Minhas chances de passar no concurso? Nulas! Com 218 candidatos para 2 vagas, a única resposta que posso encontra para 216 pessoas levantarem 6 da manhã de um domingo da cama é masoquismo.
Será que o filho do Valdomiro e do Dirceu fizeram a prova?
Ontem fiz a prova da RADIOBRÁS (isto mesmo, com acento - lembram da polêmica da Petrobras?). Foi mais por desencargo de consciência, afinal um empreguinho público, com estabilidade, na selva de desemprego que é o jornalismo, não faria mal a ninguém (apesar do salário baixo).
Impressionante o número de pessoas conhecidas na prova, galera que vi pelos corredores da ECO ou amigos (e colegas de trabalho) como o Cauê. Detalhe que nenhum dos dois sabia que o outro faria a prova, talvez por não estar dando muita bola mesmo.
Saiu o gabarito da dita cuja agora a pouco, e, se minha nota foi regular, 73%, pelo menos tive as notas mínimas em todas as cinco matérias (Português, Inglês, Info, Raciocínio Lógico e Conhecimentos Gerais) para que minha redação - um editorial radiofônico sobre a chegada a Marte (de robôs da NASA - diga-se de passagem) - fosse corrigida.
Minhas chances de passar no concurso? Nulas! Com 218 candidatos para 2 vagas, a única resposta que posso encontra para 216 pessoas levantarem 6 da manhã de um domingo da cama é masoquismo.
Será que o filho do Valdomiro e do Dirceu fizeram a prova?
sábado, março 06, 2004
Raimundo Carrero
Uma pequena polêmica à vista na literatura brasileira. O crítico literário Manuel da Costa Pinto, colunista da Folha e ex-editor da Cult, deu “uma porradinha” no pernambucano Raimundo Carrero. Na sua crítica, que saiu neste sábado na Folha, o Manuel escreveu que o novo livro do Carrero “reproduz esses clichês narrativos com uma linguagem recheada de lugares comuns”.
Durante o texto, o Manuel tece alguns elogios ao experimentalismo do Carreiro, e deixa claro que as críticas recaem somente sobre esse novo livro - Ao Redor do Escorpião...Uma Tarântula? (Iluminuras) - que repetiria formas experimentalistas cansadas, não avançando e que acabariam criando uma linguagem maçante.
Deixando o resumo de lado, e falando em primeira pessoa, devo confessar que nunca li nenhum livro do Carrero. O Mariel me indicou certa vez, numa conversa de bar, mas o nome só me voltou a cabeça quando li as críticas positivas e as entrevistas desse novo livro.
A Bá, inclusive, já encomendou o livro - o criticado pelo Manuel - na Saraiva (já que não tinha nenhum exemplar na loja) e devo tê-lo em mãos nos próximos dias. A crítica da Folha, apesar de negativa, me deixou ainda mais curioso para ler o escritor.
Porém, creio que talvez o Manuel esteja certo e o mais indicado seria uma visitinha a um sebo para conhecer o Carrero antes da "tarântula".
By the way, Raimundo Carrero é nome confirmado na FLIP.
Uma pequena polêmica à vista na literatura brasileira. O crítico literário Manuel da Costa Pinto, colunista da Folha e ex-editor da Cult, deu “uma porradinha” no pernambucano Raimundo Carrero. Na sua crítica, que saiu neste sábado na Folha, o Manuel escreveu que o novo livro do Carrero “reproduz esses clichês narrativos com uma linguagem recheada de lugares comuns”.
Durante o texto, o Manuel tece alguns elogios ao experimentalismo do Carreiro, e deixa claro que as críticas recaem somente sobre esse novo livro - Ao Redor do Escorpião...Uma Tarântula? (Iluminuras) - que repetiria formas experimentalistas cansadas, não avançando e que acabariam criando uma linguagem maçante.
Deixando o resumo de lado, e falando em primeira pessoa, devo confessar que nunca li nenhum livro do Carrero. O Mariel me indicou certa vez, numa conversa de bar, mas o nome só me voltou a cabeça quando li as críticas positivas e as entrevistas desse novo livro.
A Bá, inclusive, já encomendou o livro - o criticado pelo Manuel - na Saraiva (já que não tinha nenhum exemplar na loja) e devo tê-lo em mãos nos próximos dias. A crítica da Folha, apesar de negativa, me deixou ainda mais curioso para ler o escritor.
Porém, creio que talvez o Manuel esteja certo e o mais indicado seria uma visitinha a um sebo para conhecer o Carrero antes da "tarântula".
By the way, Raimundo Carrero é nome confirmado na FLIP.
Olaria 1 x 0 Flamengo
De volta ao mundo real.
De volta ao mundo real.
sexta-feira, março 05, 2004
99.999
Se estavam contando comigo - devido a próximidade e faixa etária condizente com o público alvo - aviso aos organizadores do show-festa-evento que o DJ Fat Boy Slim fará na Praia do Flamengo, neste domingo, que não vou.
Uma pena. Estarei ocupado cortando as unhas do pé.
Se estavam contando comigo - devido a próximidade e faixa etária condizente com o público alvo - aviso aos organizadores do show-festa-evento que o DJ Fat Boy Slim fará na Praia do Flamengo, neste domingo, que não vou.
Uma pena. Estarei ocupado cortando as unhas do pé.
Chora, Emiliano
Meu amigo tricolor-argentino deve estar segurando as lágrimas de emoção ao saber que o ídolo Ricardo Gomes é o novo técnico do Flu.
Meu amigo tricolor-argentino deve estar segurando as lágrimas de emoção ao saber que o ídolo Ricardo Gomes é o novo técnico do Flu.
quinta-feira, março 04, 2004
Quase Verdade
Big Fish, ou Peixe Grande, na tradução literal para o português, é um filmaço. Mas não se apresenta como tal, o que torna mais saboroso acompanhar as peripécias de Edward Bloom, um cruzamento do pai, de Quase Memória, do Cony, com Forrest Gump, sem as idiotices patrióticas do filme americano.
Indicação do amigo Marcelo, assisti ontem com a Bá e me diverti. Sai do cinema leve, satisfeito por ver um filme bem-humorado sem cair na comédia rasgada, e acabei nem me irritando com o empate ridículo do Flamengo logo depois.
O diretor Tim Burton acertou a mão ao filmar histórias fantásticas com uma lente quase real, escondendo bem os efeitos de computação que certamente utilizou. A linearidade do filme funciona bem porque quase não se nota que a história é contada linearmente, parecendo que a película é não-linear, como suporia as fantásticas histórias.
A atuações de Ewan McGregor e Albert Finney estão bem seguras, e conseguem realizar com segurança a transição de um Ed Bloom jovem, de 18 a 35 anos, para um velho de 70.
Para quem viu o filme, recomendo uma visita ao site, que conta com desenhos ilustrados das histórias de Ed Bloom.
Big Fish, ou Peixe Grande, na tradução literal para o português, é um filmaço. Mas não se apresenta como tal, o que torna mais saboroso acompanhar as peripécias de Edward Bloom, um cruzamento do pai, de Quase Memória, do Cony, com Forrest Gump, sem as idiotices patrióticas do filme americano.
Indicação do amigo Marcelo, assisti ontem com a Bá e me diverti. Sai do cinema leve, satisfeito por ver um filme bem-humorado sem cair na comédia rasgada, e acabei nem me irritando com o empate ridículo do Flamengo logo depois.
O diretor Tim Burton acertou a mão ao filmar histórias fantásticas com uma lente quase real, escondendo bem os efeitos de computação que certamente utilizou. A linearidade do filme funciona bem porque quase não se nota que a história é contada linearmente, parecendo que a película é não-linear, como suporia as fantásticas histórias.
A atuações de Ewan McGregor e Albert Finney estão bem seguras, e conseguem realizar com segurança a transição de um Ed Bloom jovem, de 18 a 35 anos, para um velho de 70.
Para quem viu o filme, recomendo uma visita ao site, que conta com desenhos ilustrados das histórias de Ed Bloom.
FLIP
O site da Festa Literária Internacional de Parati (FLIP) está no ar!
O evento acontecerá em julho (7-11). Espero estar lá!
O site da Festa Literária Internacional de Parati (FLIP) está no ar!
O evento acontecerá em julho (7-11). Espero estar lá!
Quarenta anos esta noite
"Meu irmão mais moço, Paulo Gustavo, estava armado, esperando a descida da favela".
Credito da foto: Sérgio Borges
Desceram, Francis.
"Meu irmão mais moço, Paulo Gustavo, estava armado, esperando a descida da favela".
Credito da foto: Sérgio Borges
Desceram, Francis.
Esporte Interativo
Toda quarta estará no ar no site do Esporte Interativo, da Rede TV!, uma coluna minha sobre NBA. Para quem tiver curiosidade, aqui está o link direto.
Toda quarta estará no ar no site do Esporte Interativo, da Rede TV!, uma coluna minha sobre NBA. Para quem tiver curiosidade, aqui está o link direto.
Novidades paralelas
Nova edição da Paralelos no ar. Destaque para a entrevista com o onipresente Paulo Pires e o especial com escritores mineiros.
Nova edição da Paralelos no ar. Destaque para a entrevista com o onipresente Paulo Pires e o especial com escritores mineiros.
quarta-feira, março 03, 2004
Solidão Compartilhada
Ana e Paulo não brigaram. Quando Paulo saiu de casa e disse que chegaria muito tarde naquela noite, Ana não sentiu ciúme, mas saudade. Relembrou fatos e situações colocando sentimentos que na ocasião não existiram. Tinha uma saudade fantasiada, de coisas que nunca tinha de fato acontecido.
Imediatamente sentiu uma vontade de beija-lo e abraça-lo. Dizer um eu te amo sincero, sussurrado, como um sopro tímido de carinho. Apressou-se até a porta, mas ao invés de abri-la, estacou. Observou Paulo pelo olho mágico. Ele já abrira a porta do elevador, por onde entrou e sumiu, sem saber daquilo que Ana tivera breve vontade de fazer. Mas faltara-lhe ímpeto, irresponsabilidade e ela estacou.
Quando viu que o elevador descera, abriu a porta. Caminhou devagar, os pés ainda úmidos, o chão gelado e sujo, e viu o elevador fazer a contagem regressiva: 3, 2, 1.
Desejou que o elevador voltasse, com Paulo dentro, e ela lhe diria tudo. Juro. Desejou que morasse num andar baixo, e como nos filmes pudesse gritar da sacada: “Volta, meu amor”. Mas morava no oitavo andar, apartamento de fundos.
Ana e Paulo não brigam. Ele olhou para o rosto dela de modo assustador. Os cenhos crispados, a boca pronta para despejar trovões. Ana baixou os olhos para os punhos do namorado, temendo encontrá-los cerrados. Assim media a gravidade da situação quando era criança, e o pai corria atrás dela para uma boa surra.
As mãos de Paulo estavam abertas, e não se fecharam. A boca fez caminho contrário. Engoliu os desatinos a seco, equilibrou os músculos enraivecidos e ligou a televisão. Sem mirar a tela, fechou os olhos com gosto, e, assim continuou, enquanto tirava um cigarro com maestria do bolso direito da calça jeans. Levou-o a boca e com a mão esquerda procurou, ainda de olhos fechados, o isqueiro zippo prateado. Acendeu o cigarro e guardou o isqueiro de volta no bolso.
Ana adorava estas pequenas habilidades do namorado. Despreocupou-se da quase discussão e passou a observar a fumaça fugidia que saía da chama acessa. Apagou a luz da sala, e deixou o namorado, que permanecia de olhos fechados, dividir sua luz com a tela azulada da televisão e alaranjada do cigarro.
Paulo fumava em silêncio, e quando a TV se calou e escureceu, numa cena noturna do filme, Ana sorriu ternamente ao ver o queixo do namorado, coberto por uma discreta barba por fazer, se iluminar em contornos laranjas.
Ana e Paulo não brigarão. Paulo pensava em Déborah Secco enquanto fodia forte sua namorada. Gozou rápido. Ana não o sentiu gozando em silêncio. Olhava as poeiras dançando no filete de luz do sol da manha, que entrava no quarto escuro. Assustou-se com a sensação de peso perdido, depois que Paulo levantou, no que ela achava que era o meio da transa.
Recriminou-se mentalmente por ter ficado alheia. A pergunta “se ele não queria mais” foi freada, por sorte, na ponta da língua, quando viu o namorado dando um nó na camisinha gozada.
Paulo foi para o banheiro e trancou a porta. Ligou o velho gás do apartamento sem medo de qualquer explosão. Equilibrou-se em um só pé, esticando o outro em direção ao jato d’água, para saber se ela já estava morna.
Ana continuou deitada por mais alguns minutos. Depois abriu a janela, se arrependendo em seguida por ter desfeito o filete de luz que a encantara no momento em que o namorado a penetrara mecanicamente. No armário pegou uma calcinha limpa e vestiu-a. Em seguida, colocou a camisola do lado avesso, mas não percebeu.
Paulo sentiu um arrepio na nuca, que o fez tremer e dobrar os joelhos. Abriu a cortina do box em busca da namorada ou de alguma razão para aquele súbito arrepio. Voltou a tremer ao sentir a água morna tocar o pau meio mole, que já voltava a endurecer. Pensava em Ana.
Ana e Paulo [não] se amam. Ele cheirava a cebola, ela a alho. Beijaram-se displicentemente fazendo o jantar, e depois sorriram, envergonhados, pelo mau-hálito mútuo.
Paulo se enterneceu com a cumplicidade daquela cena de casal, de uma intimidade tão anti-idealizada, mas preferiu culpar mentalmente as cebolas pelas lágrimas derramadas. Ana não percebeu enternecimento ou as lágrimas. Pensava que precisava aprender a fazer torta de limão para agradar o namorado. Olhou para Paulo e deu novo sorriso, tímido, discreto, apenas com um lado da boca. Ele achou que Ana fazia cara de pena, por vê-lo chorando e não saber como reagir.
Agarrou-a pela cintura e puxou-a para junto de si. Com a mão, assim suja mesmo, alisou o pescoço dela com a direita e a bunda, só coberta pela calcinha fina, com a esquerda. Ela o beijou com volúpia, mesmo sem entender o porquê daquela demonstração de afeto tão afoita.
Paulo encostou a cabeça no ombro da namorada, levou uma das mãos sujas de cebola ao rosto, e percebeu que continuava com os olhos marejados. Ficou longos segundos com a cabeça recostada em Ana, que, naquele momento, teve a certeza de que não entendia o namorado. Mas o amava, sempre em silêncio, no intervalo entre as suas esparsas conversas, sem olhos nos olhos. Apenas gestos e toques. Constantes interrogações de um caminho desconhecido. Sentiu-se ternamente excitada.
Acordaram cansados e com fome no meio da noite. Ele cheirava a alho, ela a cebola.
Ana e Paulo ainda não se conhecem.
Conto publicado originalmente no Argumento.
Ana e Paulo não brigaram. Quando Paulo saiu de casa e disse que chegaria muito tarde naquela noite, Ana não sentiu ciúme, mas saudade. Relembrou fatos e situações colocando sentimentos que na ocasião não existiram. Tinha uma saudade fantasiada, de coisas que nunca tinha de fato acontecido.
Imediatamente sentiu uma vontade de beija-lo e abraça-lo. Dizer um eu te amo sincero, sussurrado, como um sopro tímido de carinho. Apressou-se até a porta, mas ao invés de abri-la, estacou. Observou Paulo pelo olho mágico. Ele já abrira a porta do elevador, por onde entrou e sumiu, sem saber daquilo que Ana tivera breve vontade de fazer. Mas faltara-lhe ímpeto, irresponsabilidade e ela estacou.
Quando viu que o elevador descera, abriu a porta. Caminhou devagar, os pés ainda úmidos, o chão gelado e sujo, e viu o elevador fazer a contagem regressiva: 3, 2, 1.
Desejou que o elevador voltasse, com Paulo dentro, e ela lhe diria tudo. Juro. Desejou que morasse num andar baixo, e como nos filmes pudesse gritar da sacada: “Volta, meu amor”. Mas morava no oitavo andar, apartamento de fundos.
Ana e Paulo não brigam. Ele olhou para o rosto dela de modo assustador. Os cenhos crispados, a boca pronta para despejar trovões. Ana baixou os olhos para os punhos do namorado, temendo encontrá-los cerrados. Assim media a gravidade da situação quando era criança, e o pai corria atrás dela para uma boa surra.
As mãos de Paulo estavam abertas, e não se fecharam. A boca fez caminho contrário. Engoliu os desatinos a seco, equilibrou os músculos enraivecidos e ligou a televisão. Sem mirar a tela, fechou os olhos com gosto, e, assim continuou, enquanto tirava um cigarro com maestria do bolso direito da calça jeans. Levou-o a boca e com a mão esquerda procurou, ainda de olhos fechados, o isqueiro zippo prateado. Acendeu o cigarro e guardou o isqueiro de volta no bolso.
Ana adorava estas pequenas habilidades do namorado. Despreocupou-se da quase discussão e passou a observar a fumaça fugidia que saía da chama acessa. Apagou a luz da sala, e deixou o namorado, que permanecia de olhos fechados, dividir sua luz com a tela azulada da televisão e alaranjada do cigarro.
Paulo fumava em silêncio, e quando a TV se calou e escureceu, numa cena noturna do filme, Ana sorriu ternamente ao ver o queixo do namorado, coberto por uma discreta barba por fazer, se iluminar em contornos laranjas.
Ana e Paulo não brigarão. Paulo pensava em Déborah Secco enquanto fodia forte sua namorada. Gozou rápido. Ana não o sentiu gozando em silêncio. Olhava as poeiras dançando no filete de luz do sol da manha, que entrava no quarto escuro. Assustou-se com a sensação de peso perdido, depois que Paulo levantou, no que ela achava que era o meio da transa.
Recriminou-se mentalmente por ter ficado alheia. A pergunta “se ele não queria mais” foi freada, por sorte, na ponta da língua, quando viu o namorado dando um nó na camisinha gozada.
Paulo foi para o banheiro e trancou a porta. Ligou o velho gás do apartamento sem medo de qualquer explosão. Equilibrou-se em um só pé, esticando o outro em direção ao jato d’água, para saber se ela já estava morna.
Ana continuou deitada por mais alguns minutos. Depois abriu a janela, se arrependendo em seguida por ter desfeito o filete de luz que a encantara no momento em que o namorado a penetrara mecanicamente. No armário pegou uma calcinha limpa e vestiu-a. Em seguida, colocou a camisola do lado avesso, mas não percebeu.
Paulo sentiu um arrepio na nuca, que o fez tremer e dobrar os joelhos. Abriu a cortina do box em busca da namorada ou de alguma razão para aquele súbito arrepio. Voltou a tremer ao sentir a água morna tocar o pau meio mole, que já voltava a endurecer. Pensava em Ana.
Ana e Paulo [não] se amam. Ele cheirava a cebola, ela a alho. Beijaram-se displicentemente fazendo o jantar, e depois sorriram, envergonhados, pelo mau-hálito mútuo.
Paulo se enterneceu com a cumplicidade daquela cena de casal, de uma intimidade tão anti-idealizada, mas preferiu culpar mentalmente as cebolas pelas lágrimas derramadas. Ana não percebeu enternecimento ou as lágrimas. Pensava que precisava aprender a fazer torta de limão para agradar o namorado. Olhou para Paulo e deu novo sorriso, tímido, discreto, apenas com um lado da boca. Ele achou que Ana fazia cara de pena, por vê-lo chorando e não saber como reagir.
Agarrou-a pela cintura e puxou-a para junto de si. Com a mão, assim suja mesmo, alisou o pescoço dela com a direita e a bunda, só coberta pela calcinha fina, com a esquerda. Ela o beijou com volúpia, mesmo sem entender o porquê daquela demonstração de afeto tão afoita.
Paulo encostou a cabeça no ombro da namorada, levou uma das mãos sujas de cebola ao rosto, e percebeu que continuava com os olhos marejados. Ficou longos segundos com a cabeça recostada em Ana, que, naquele momento, teve a certeza de que não entendia o namorado. Mas o amava, sempre em silêncio, no intervalo entre as suas esparsas conversas, sem olhos nos olhos. Apenas gestos e toques. Constantes interrogações de um caminho desconhecido. Sentiu-se ternamente excitada.
Acordaram cansados e com fome no meio da noite. Ele cheirava a alho, ela a cebola.
Ana e Paulo ainda não se conhecem.
Conto publicado originalmente no Argumento.
Chiquinho, traz uma InterbrewAmBev bem gelada
Pronto, venderam nossa cerveja para os belgas. A partir da semana que vem beberemos cerveja cara e quente. Eu vou para o supermercado daqui a pouco comprar uns engradados de Bohemia para estocar. Imaginem se os belgas decidem acabar com a marca centenária e ficar só com a Brahma? Deus me livre.
O CADE embarreirou bastante a criação da Ambev alguns anos atrás, pois o pessoal estava preocupado com a história de concentração de mercado e aumento de preço. Mas o que os especialistas não sabiam (ou não falaram) é que mais dia menos dia algum gringo ia comprar nossa cerveja com uma proposta de "sociedade".
O mais triste dessa história - tá, o resto não é tão triste, mas isso... - é que a maior cervejaria nacional passou a ser a Nova Schin!
Como diria Sílvio Luís...Queimou, queimou o filme brasileiro!
Pronto, venderam nossa cerveja para os belgas. A partir da semana que vem beberemos cerveja cara e quente. Eu vou para o supermercado daqui a pouco comprar uns engradados de Bohemia para estocar. Imaginem se os belgas decidem acabar com a marca centenária e ficar só com a Brahma? Deus me livre.
O CADE embarreirou bastante a criação da Ambev alguns anos atrás, pois o pessoal estava preocupado com a história de concentração de mercado e aumento de preço. Mas o que os especialistas não sabiam (ou não falaram) é que mais dia menos dia algum gringo ia comprar nossa cerveja com uma proposta de "sociedade".
O mais triste dessa história - tá, o resto não é tão triste, mas isso... - é que a maior cervejaria nacional passou a ser a Nova Schin!
Como diria Sílvio Luís...Queimou, queimou o filme brasileiro!
terça-feira, março 02, 2004
Cronologia de um suicida confesso
Aos seis anos escondeu-se debaixo da cadeira, na varanda, para ver o desespero da mãe ao achar que ele havia se jogado.
Aos dez, caiu do penhasco vinte sete vezes seguidas, de propósito, jogando a última fase de Mario Bross.
Aos 16, numa terça-feira chuvosa, entrou em coma alcoólico depois de beber duas garrafas de whisky do pai. Acordou, no hospital, vomitando e sorrindo.
Aos 19, a mãe, depois de muito relutar, deu um carro para ele. Na mesma noite, o Gol estava num poste do Aterro. Quebrou o nariz e dois dentes da frente.
Aos 22, o pai morreu ao tomar três viagras e ter uma parada cardíaca. Ele tomou cinco, e teve a ereção mais longa de sua vida.
Aos 24, engasgou com uma ervilha. E não morreu.
Aos seis anos escondeu-se debaixo da cadeira, na varanda, para ver o desespero da mãe ao achar que ele havia se jogado.
Aos dez, caiu do penhasco vinte sete vezes seguidas, de propósito, jogando a última fase de Mario Bross.
Aos 16, numa terça-feira chuvosa, entrou em coma alcoólico depois de beber duas garrafas de whisky do pai. Acordou, no hospital, vomitando e sorrindo.
Aos 19, a mãe, depois de muito relutar, deu um carro para ele. Na mesma noite, o Gol estava num poste do Aterro. Quebrou o nariz e dois dentes da frente.
Aos 22, o pai morreu ao tomar três viagras e ter uma parada cardíaca. Ele tomou cinco, e teve a ereção mais longa de sua vida.
Aos 24, engasgou com uma ervilha. E não morreu.
Bá afastando o narigudo
A primeira foto!
A primeira foto!
Não esqueçam do Toto-Bola
Alô, alô futura CPI do Valdomiro. Não esqueçam de investigar o Toto-Bola. A Tele-Sena da Loterj acumula toda vez três ou quatro vezes antes de pagar seu prêmio. Nem um João Alves da vida conseguiria explicar tamanha coincidência.
Alô, alô futura CPI do Valdomiro. Não esqueçam de investigar o Toto-Bola. A Tele-Sena da Loterj acumula toda vez três ou quatro vezes antes de pagar seu prêmio. Nem um João Alves da vida conseguiria explicar tamanha coincidência.
Chrrasqueiro
Outra de esporte e da Folha, mas essa merece ser reproduzida. Alô amigos tricolores:
"Temático
Dirigentes do Rio apelidaram Valdyr Espinosa como 'churrasqueiro', por ter fama de ser amigo dos atletas. Curiosamente, foi em uma churrascaria que ele anunciou sua demissão do Flu."
Informações de coxia me garantem que se Vanderlei Luxemburgo não acertar, o Flu tentará, nesta ordem, acertar com:
Alcir Portela, Sergio Cosme, Jair Pereira, Carbone ou Antonio Lopes Filho. A contratação de todos ao mesmo tempo também não está descartada.
Mauro Galvão e Luisinho Quintanilha foram sondados como reforços para o setor de marcação do Flu, mas informaram os dirigentes da Unimed Tratamentos Geriátricos e Psicológicos S/A que estão mesmo aposentados.
Outra de esporte e da Folha, mas essa merece ser reproduzida. Alô amigos tricolores:
"Temático
Dirigentes do Rio apelidaram Valdyr Espinosa como 'churrasqueiro', por ter fama de ser amigo dos atletas. Curiosamente, foi em uma churrascaria que ele anunciou sua demissão do Flu."
Informações de coxia me garantem que se Vanderlei Luxemburgo não acertar, o Flu tentará, nesta ordem, acertar com:
Alcir Portela, Sergio Cosme, Jair Pereira, Carbone ou Antonio Lopes Filho. A contratação de todos ao mesmo tempo também não está descartada.
Mauro Galvão e Luisinho Quintanilha foram sondados como reforços para o setor de marcação do Flu, mas informaram os dirigentes da Unimed Tratamentos Geriátricos e Psicológicos S/A que estão mesmo aposentados.
Mais esporte
Sensacional a matéria do colunista da Folha Regis Andaku sobre a baderna que foi a mudança de capitão na equipe da Copa Davis. Uma pena que o envolvido na confusão seja o boa-praça Jaime Oncins, que parece ter sido levado a aceitar o cargo com o coração ao invés da razão.
Acabou levando a pecha de traidor, por aceitar a nomeação do corrupto presidente da CBT, Nelson Nastás, e se queimou. Os jogadores podem fazer um boicote branco na próxima convocação do Brasil para a Davis, alegando contusões falsas para não jogar.
Seria interessante, já que, pelo que sei, seria a primeira vez que atletas tentariam mudar o comando de Confederações corruptas de esporte ao invés de se esconder com medo de retaliação.
Sensacional a matéria do colunista da Folha Regis Andaku sobre a baderna que foi a mudança de capitão na equipe da Copa Davis. Uma pena que o envolvido na confusão seja o boa-praça Jaime Oncins, que parece ter sido levado a aceitar o cargo com o coração ao invés da razão.
Acabou levando a pecha de traidor, por aceitar a nomeação do corrupto presidente da CBT, Nelson Nastás, e se queimou. Os jogadores podem fazer um boicote branco na próxima convocação do Brasil para a Davis, alegando contusões falsas para não jogar.
Seria interessante, já que, pelo que sei, seria a primeira vez que atletas tentariam mudar o comando de Confederações corruptas de esporte ao invés de se esconder com medo de retaliação.
BligSports
Para quem gosta de esportes, indico uma visita ao BligSports. O site está cada vez melhor, com colunas opinativas e contundentes sobre futebol, basquete, vôlei, imprensa e tudo mais que gira em torno do mundo esportivo.
Para quem gosta de esportes, indico uma visita ao BligSports. O site está cada vez melhor, com colunas opinativas e contundentes sobre futebol, basquete, vôlei, imprensa e tudo mais que gira em torno do mundo esportivo.
segunda-feira, março 01, 2004
Voltamos a programação normal
Depois do Carnaval, aniversário e respectivas ressacas, voltamos a programação normal do Bohemias.
Depois do Carnaval, aniversário e respectivas ressacas, voltamos a programação normal do Bohemias.
Falta do que fazer
Dois produtores musicais farão um "show" hoje na Casa da Gávea, onde prometem tocar apenas Gameboys. Isso mesmo, aquele video-game portátil do início da década de 90.
Esse é o tipo experimentalismo vazio que acontece em todas as artes. Na música é isso: fazer show tocando Gameboy. Transgredir, uma palavrinha na moda desde os anos 60, perdeu completamente o significado e acaba gerando coisas como essa.
Aposto que já rolou até show com barulhos de atari, por isso a inovação do Gameboy. O próximo show é com musiquinhas de Nintendo, depois Master System e, daqui a um 10 anos, de Playstation 2.
Por favor, no próximo show da dupla de produtores não deixem de não me avisar.
Dois produtores musicais farão um "show" hoje na Casa da Gávea, onde prometem tocar apenas Gameboys. Isso mesmo, aquele video-game portátil do início da década de 90.
Esse é o tipo experimentalismo vazio que acontece em todas as artes. Na música é isso: fazer show tocando Gameboy. Transgredir, uma palavrinha na moda desde os anos 60, perdeu completamente o significado e acaba gerando coisas como essa.
Aposto que já rolou até show com barulhos de atari, por isso a inovação do Gameboy. O próximo show é com musiquinhas de Nintendo, depois Master System e, daqui a um 10 anos, de Playstation 2.
Por favor, no próximo show da dupla de produtores não deixem de não me avisar.
Evento no CCBB
Promete muito o simpósio "A Arte da Crítica", que acontecerá a partir da semana que vem no CCBB. Os debates começam sempre às 18h30, mas deverá ser necessário chegar uma hora antes de cada palestra para garantir sua cadeira. Veja a programação completa, clippada do Pentimento.
Literatura - 9 de março, terça:
Adriana Lisboa, Cecília Costa, Paulo Roberto Pires, Silviano Santiago. Moderadora: Susana Schild
Televisão - 10 de março, quarta
Amélia González, Artur Xexéo, Mauro Mendonça Filho, Wilson Cunha. Moderadora: Ivana Bentes
Teatro - 11 de março, quinta
Bárbara Heliodora, Lionel Fischer, Sérgio Britto, Tania Brandão. Moderador: Daniel Schenker Wajnberg
Música popular - 12 de março, sexta
Arthur Dapieve, Hugo Sukman, Lobão, Tárik de Souza. Moderador: Marcelo Janot
Dança - 16 de março, terça
Lia Rodrigues, Nayse Lopez, Roberto Pereira, Silvia Soter. Moderadora: Maria Silvia Camargo
Cinema - 17 de março, quarta
Eduardo Valente, José Wilker, Murilo Salles, Rodrigo Fonseca. Moderador: Carlos Alberto Mattos
Música clássica - 18 de março, quinta
Clóvis Marques, Luiz Paulo Horta, Marcos Ribas de Faria, Ronaldo Miranda. Moderador: José Carlos Avellar
Artes plásticas - 19 de março, sexta
Affonso Romano de Sant'anna, Anna Bella Geiger, Fernando Cocchiarale, Luiz Camilo Osório. Moderador: Carlos Brandão
Promete muito o simpósio "A Arte da Crítica", que acontecerá a partir da semana que vem no CCBB. Os debates começam sempre às 18h30, mas deverá ser necessário chegar uma hora antes de cada palestra para garantir sua cadeira. Veja a programação completa, clippada do Pentimento.
Literatura - 9 de março, terça:
Adriana Lisboa, Cecília Costa, Paulo Roberto Pires, Silviano Santiago. Moderadora: Susana Schild
Televisão - 10 de março, quarta
Amélia González, Artur Xexéo, Mauro Mendonça Filho, Wilson Cunha. Moderadora: Ivana Bentes
Teatro - 11 de março, quinta
Bárbara Heliodora, Lionel Fischer, Sérgio Britto, Tania Brandão. Moderador: Daniel Schenker Wajnberg
Música popular - 12 de março, sexta
Arthur Dapieve, Hugo Sukman, Lobão, Tárik de Souza. Moderador: Marcelo Janot
Dança - 16 de março, terça
Lia Rodrigues, Nayse Lopez, Roberto Pereira, Silvia Soter. Moderadora: Maria Silvia Camargo
Cinema - 17 de março, quarta
Eduardo Valente, José Wilker, Murilo Salles, Rodrigo Fonseca. Moderador: Carlos Alberto Mattos
Música clássica - 18 de março, quinta
Clóvis Marques, Luiz Paulo Horta, Marcos Ribas de Faria, Ronaldo Miranda. Moderador: José Carlos Avellar
Artes plásticas - 19 de março, sexta
Affonso Romano de Sant'anna, Anna Bella Geiger, Fernando Cocchiarale, Luiz Camilo Osório. Moderador: Carlos Brandão