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quinta-feira, julho 29, 2004

Cerveja não causa barriga

A matéria da agência EFE é chata que dói, mas o conteúdo muito me interessa:

"Há pouco tempo ficou comprovado que as massas não engordam. Agora, acaba de cair outro mito da nutrição: a cerveja não aumenta o perímetro do abdômen. Segundo pesquisadores de Reino Unido, República Checa e Espanha, não há razões para culpar a popular bebida pelo aumento do tamanho da barriga.

Há poucos meses ficou demonstrado cientificamente que a afirmação "as massas engordam e não alimentam" é equivocada. Durante anos, a popular comida italiana foi erroneamente apontada como um alimento calórico, enquanto seus benefícios nutricionais foram esquecidos.

Porém, agora se sabe que a obesidade é causada pelo consumo excessivo de gorduras e não de carboidratos, o principal nutriente das massas, cujo consumo entre quatro ou cinco vezes por semana é até recomendado por especialistas.

Agora está sendo derrubado outro dos grandes falsos mitos da nutrição, com a comprovação de que, se existe um responsável pelo aumento da barriga, este não é a cerveja, que é pouco calórica em relação a outras bebidas alcoólicas.O fato de a cerveja gerar aquela barriguinha é um mito infundado, segundo recentes estudos científicos..."

A verdade é que não acreditei muito nesta mais nova descoberta científica. Como diria a antiga empregada aqui de casa:

- Vai nessa...

Zapeamento de livros

Revezando a leitura de dois livros. De ficção, 25 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira.  Me chamaram atenção os contos da Tatiana Salem Levy e Nilza Rezende, cujos trabalhos eu não conhecia.

Divido a atenção com Meu nome não é Johnny, do Guilherme Fiúza, que conta a história de João Guilherme Estrela, rapaz carioca de classe média alta que virou tubarão do tráfico de drogas na década de 90.

Na FLIP, muita gente levantou a sobrançelha quando o Sergio Sant'anna disse que não consegue mais ler um romance inteiro. Lê apenas partes, "zapeando" os livros como canais de TV. Entendam isso não como uma preguiça do escritor, mas a verdade, na minha opinião, é que muitos livros que são publicados hoje em dia caem nas nossas mãos sem quase nenhum trabalho de "edição".

Mesmo alguns livros muito bons, acabam ficando enfadonhos e, irei mais longe, repetitivos. Porém, esse é um assunto para uma discussão posterior...

terça-feira, julho 27, 2004

Eles vão conseguir

Se era para colocar um treinador de goleiro como técnico, porque não promover o maluquinho que já faz um ótimo trabalho com o Júlio César e o Diego?

Um rival a menos

A Alemanha, sede da Copa de 2006, acabou de indicar Jurgenn Klinsmann, atacante fantástico da geração dos anos 90, como o novo treinador da seleção germânica. Detalhe: Klinsmann nunca dirigiu nem equipe de amistoso festivo. Quanto desespero.

Parece muito com o que o Brasil fez em 1991, quando colocou Falcão, que também tinha o currículo como técnico em branco, para dirigir a Seleção depois do fracasso na Copa de 90 - ganho pela Alemanha. Deu no que deu.

Agora só nos resta torcer para que a Argentina siga com o Bielsa até 2006. Como o "Loco" no banco, tudo fica mais fácil.

segunda-feira, julho 26, 2004

Peep Show Literário II - A missão

A boa de sábado para quem gosta de literatura e pessoas "interessantes".

[da Paralelos]

Peep show desnuda novos autores A Baratos da Ribeiro, cultuado sebo que funciona em Copacabana, promove neste sábado (31/7) mais uma festa para reunir amantes da literatura: é a segunda edição do inusitato e divertido PIPI SHOW LITERÁRIO (sic).

Nesse pitoresco peep show os destemidos escribas dispostos a leitura ficam encerrados em cabines desnudando seus textos para expectadores ouvintes retesados que podem ao final do ato (da leitura) flertar com a novíssima literatura dos autores presentes, ver seus livros e até levá-los para casa (os livros -- ou quem sabe com uma boa conversa o(a)s autore(a)s mais assanhado(a)s).

Livros quase de graça, descontos, roquenrol ao vivo, batucada, leituras, cerveja, catuaba, pipoca, cuspidores de fogo, contorcionistas e até engolidores de espada. Diversas atrações ao longo da noite com discotecagem até a hora que a prefeitura permitir. A festa começa às 17H na Baratos e termina onde você quiser.

Ah, e se você gosta de escrever, é desinibido, e acha que tem alguém talento com as letras, leve algum de seus melhores textos no bolso e participe da brincadeira. Não dói nada. Tá de bobeira em casa? Levanta o traseiro e dá um pulo lá. Quem sabe você não encontra o homem ou a mulher de sua vida numa livraria. Pra quem curte literatura, ponha seu melhor argumento na bolsa, é uma ótima oportunidade.

Maiores informações entre em contato com Mara Coradello através do e-mail mara@paralelos.org.

PIPI SHOW LITERÁRIO Sábado 31 de Julho a partir das 17H (até a hora que a prefeitura permitir) Livraria Baratos da Ribeiro Rua Barata Ribeiro 354, Copacabana. Metrô Siqueira Campos (21) 2549-3850 ou (21) 0800-701-7326
Curadoria: Mara Coradello Realização: Baratos da Ribeiro Apoio: Revista Paralelos;


sexta-feira, julho 23, 2004

Piadinhas Zorra Total II

Sonhava ser que nem o Popó: campeão mundial de boxe. Apareceria no Faustão, Gugu e Ratinho. Beijaria a Carla Perez, Eliana, Sheila Melo e todas as outras siliconadas. Fantasiou demais e acabou beijando a lona. Coma profundo. Capa de jornal popular.

quinta-feira, julho 22, 2004

Piadinhas Zorra Total I

Sonhava ser dono de terra, plantar batata, cebolinha, mandioca. Por isso entrou no MST. Invadiu fazenda ociosa, acampou a beira da estrada, levou tiro pelas costas. Virou uma cruz no horizonte. Descansa com a boca cheia de terra.


Cia das Letras é mal, pega um pega geral

Saíram os vencedores do Jabuti, o prêmio mais tradicional da literatura brasileira. Assim como em 2003, o vencedor na categoria romance foi Bernardo Carvalho, com Mongólia (Cia das Letras). Na categoria contos, o vencedor foi Sérgio Sant'anna, com Voô da Madrugada (Cia das Letras).

Na dúvida sobre qual comprar? Sugiro o contista. Do Bernardo Carvalho, o livro que mais gosto, por coincidência, também é de contos: Aberração.

Leiam a notícia do Terra:

"Mongólia, de Bernardo Carvalho, foi considerado o melhor romance da 46ª edição do prêmio Jabuti, divulgado nesta quarta-feira. Em segundo e terceiro lugar ficaram, respectivamente, A Margem Imóvel do Rio, de Luiz Antônio de Assis Brasil, e Budapeste, de Chico Buarque. Bernardo viajou à Mongólia em 2002 com uma bolsa concedida pela editora portuguesa Cotovia em parceria com a Fundação Oriente de Lisboa.

Na categoria Contos e Crônicas houve empate de três livros no segundo lugar. Em primeiro ficou O Vôo da Madrugada, de Sergio Sant' Anna, e em segundo Montanha-Russa, de Martha Medeiros, Pequenos Amores, José Roberto Torero, e Mínimos Múltiplos Comuns, de João Gilberto Noll..."



terça-feira, julho 20, 2004

Rio de Janeiro, chuva, 14 graus I
  
Dia nublado, horizonte branco, ideal para ler. Que tal se aventurar por uma palheta de cores mais fortes: vermelho sangue, amarelo vômito, verde catarro? Para os escatológicos, a dica é "se deliciar" com o Especial Grand Guignol da Paralelos.
 
Tem um texto meu lá chamado Cachaça não é vinho. O título etílico - hum, será que estou ficando monotemático, afinal o blog já chama Bohemias - engana à primeira vista. É um conto que tinha publicado o início aqui meses atrás, mas que tinha chegado a um ponto em que não sabia muito bem como continuar.
 
O texto descansou - em álcool, eu diria, porque manteve certa força - e pude então terminá-lo. Relembrem o início e sigam o link, ok? 
 
"Fechou a porta do banheiro do bar, uma cabine simples, apenas a privada, sem papel higiênico, pia ou espelho.Encostou-se na parede e deixou o corpo cair, devagar, até tocar o chão. Um cheiro fétido e a sensação de náusea fizeram aumentar a ânsia de vômito, que saiu como um spray, num jorro quente, único, estrondoso, acertando parcialmente a privada, mas resvalando também na cerâmica.Os olhos demoraram alguns segundos para se recompor, mas, por fim, se equilibraram em foco. A cabeça continuava a rodar, a náusea seguia rondando, à espreita. Um barulho surdo na porta do banheiro foi a senha para que se endireitasse..."

Rio de Janeiro, chuva, 14 graus II 
   
Tudo bem, escatologia não é contigo (ou é e você voltou aqui para me dar os parabéns?). Você é uma pessoa simples, que gosta de viajar, ver belas e novas paisagens. Foi à FLIP? Não foi? Nem eu. Ou será que fui e não vi nada do que as pessoas comentaram depois?
 
Sim, este é o caso. Também na Paralelos - aonde mais? - tem um especial com uma penca - no offense, people - de escritores falando das suas impressões sobre a Festa. Eu falei das minhas não-impressões
 
"Ah, mas o Suplicy você viu? O jornal falou que ele estava em todas. Não! O Veríssimo na festa fechada do Ruy da Travessa? Não. E nesse caso foi ainda pior, porque eu estava na festa ? e quando você pensar em festa pense em uma varanda de 20 metros quadrados. De famoso eu vi o Gugu Liberato. Ou foi a cerveja?"
 
Se você só viaja para tirar fotos, que pelo menos elas sejam tão bonitas quanto as da Mariana.


Rio de Janeiro, chuva, 14 graus III
 
Você leu escatologia, não viajou, mas tirou fotos. Para completar o dia, que tal comparecer ao show de lançamento do CD Dois Bicudos no CCC? Um deles - você logo o reconhecerá pela cara de botafoguense sofredor - é o meu ex-chefe Pedro Paulo Malta.
 
Sim, meu ex-editor nos tempos esportivos Globo.com se tornou um ótimo crooner de samba. Only in Rio.
 
Eu até iria, mas, continuo na labuta da crônica esportiva ? e hoje tem rodada completa do Brasileirão. Em agosto deve rolar mais shows dos Bicudos no CCC - assisti uma prévia no Casarão do Cunha em Paraty e sei que é coisa boa - e estarei lá. 


segunda-feira, julho 19, 2004

Põe o retrato do velho de novo
 
O funcionário público largou o osso. Depois de quase mandar dois times para a Série B (Ponte e Flamengo) em anos consecutivos, Abel "Vamulá" Braga pediu demissão. É um começo. Agora resta tirar o Márcio Braga e os outros asseclas do inventado Fla-Futebol, a turma do Power Point.
 
Júnior está quiemando toda sua trajetória como ídolo. É uma pessoa idônea, mas completamente despreparada. Andrade, que assumiu interinamente como técnico, se encaixa na mesma descrição.
 
Eu sou a favor da política de ídolo zero no Flamengo. Ex-jogadores só fazem merda na Gávea. Além dos supra-citados, que tal lembrar de Gilmar Rinaldi, que inventou que era diretor de futebol e o Flamengo comprou a idéia.
 
Saiu em três meses, sem fazer nada, mas não de mãos abanando. Convenceu Juan e Adriano a assinarem procurações e ficou milionário com as vendas desses atletas.
 
Por isso que lanço as seguintes campanhas: Zico não pode ser presidente do Fla, fora Volta Redonda, Mengão é no Maraca, e, principalmente, a coisa mais importante: Carlinhos, Carlinhos!

Festa no play
 
Festinha de domingo à tarde, no play, com dança das cadeiras, jogo de perguntas e respostas e brincadeira de estourar bola com a barriga. Tudo com direito a brindes. Aniversário de 25 anos!
 
Some as brincadeiras, churrasco e muita cerveja. Diversão garantida. Me parece que estamos (eu e meus amigos mais próximos) numa tênue idade em que ainda adoramos brincar como criança e ninguém têm uma ainda. Se tivesse o filho de alguém, de quatro, cinco anos, correndo pelo salão de festas, talvez a magia acabasse e de repente seriam 50 pessoas fingindo ser sisudas na festa.
 
Mas com todos tendo basicamente a mesma idade, ficamos liberados para viver a infância tardia. Na dança das cadeiras, um bando de marmanjo se empurrando tentando levar vantagem. No jogo de quiz, a prova desempate era virar cerveja.
 
E assim acabou o domingo. Pena que quando saímos daquele salão a realidade voltou. O carro de um amigo havia sido roubado...

quarta-feira, julho 14, 2004

Matou o clube e foi para a Disney

Eu não sou vidente, mas quem tiver paciência de procurar nos arquivos deste blog, lá pelos idos de dezembro de 2003, quando Márcio Braga foi eleito presidente do Flamengo pela quinta vez(!), pode ler minha opinião sobre este sujeito.

Ninguém muda de caráter assim meus caros. Márcio Braga abandonou a presidência do Fla em 1986 (ou 87/88) para ser deputado federal em Brasília com os votos que os rubro-negros lhe deram. Arrumou as malas e abandonou o clube.

Desta vez a situação é ainda mais grave - LANTERNA do Brasileirão - e Márcio Braga escolheu destino mais lúdico para fugir da situação. Foi para a Disney com a família. Que fofo. Mimando os netos.

Para quem duvida, tá aqui o lide da matéria do Pelé.net:

"Enquanto o Flamengo tenta juntar os cacos e se recuperar de um dos piores momentos de sua história, o presidente Márcio Braga aproveitou para tirar férias com a família e foi para a Disney, nos Estados Unidos. Ele ficará cerca de 15 dias fora do país, enquanto o Rubro-Negro luta para sair da última colocação do Brasileiro."

Lanterna e projetos

Este blog anda uma merda, cada vez menos atualizado e completamente clippático. Muita gente me pedindo muita coisa ao mesmo tempo (conto, coluna, roteiro, impressões, idéias, sinopses) e ainda tem o trabalho. Resultado, acabo não fazendo porra nenhuma direito. Diria que vamos por prioridades, mas na verdade vamos pelos deadlines mesmo.

Começando pela coluna, que era para ontem, e falei logo sobre o primeiro assunto que me passou pela cabeça: a porra do time do Flamengo e sua geração de borra-botas...

"...Qualificar alguém de culpado é sempre complicado, pois mais do que os afagos de imprensa, dirigentes e torcedores, a questão é educacional mesmo. É muito difícil segurar a barra de repentinamente ser considerado especial, quando durante toda vida você estava no lado dos excluídos.

Como os holofotes para os jovens atletas são apontados cada vez mais cedo, e sem motivo, um gol, um passe, um drible, atletas ficam metidos antes mesmo de serem alguém. Desistem de treinar com afinco, se aprimorar, estudar os adversários. Essa fase de pré e pós-profissionalização tem que ser melhor orientada dentro dos clubes..."

Para ler o resto, clique aqui.

Voltarei agora ao trabalho, depois o roteiro, as impressões, as idéias, contos, sinopse.

Pena que a Bá esteja viajando...para lembrar dela, me permitam, aqui vai uma fotinho nossa de Paraty.

segunda-feira, julho 12, 2004

Frases do Chico

Não leiam como fãs ou detratores (existem?), mas tentem pensar nessas frases. Não são verdades absolutas, mas ironias finas de um mestre:

"Que gente esquisita!. Todos dizem que seus escritores preferidos são Kafka, Flaubert e Dostoiévski. Aí um diz: Não leio meus contemporâneos. Se ele não lê, quem vai ler?"

"É bom que escritores saiam da toca, brinquem, joguem bola, bebam no botequim."

"O que existe no Brasil é a crítica dos jornais, que é de péssima qualidade. E isso vale para música, literatura, todas as artes", disse.

Resumindo a literatura de jovens autores na FLIP

Para não ficar narcisista demais, colo aqui a matéria da Folha sobre a "nova literatura" que saiu no último sábado. Explico a referência ao famoso vaidoso: na matéria do JB que tratava do mesmo assunto, tem aspas minhas, ou quase. Eu não falei aquilo que me atribuíram (apesar de ser uma bobeira e não ferir ninguém). Vai então a matéria da Folha que me pareceu mais pensada.

"O Brasil no picadeiro

Escritores e críticos falam à Folha sobre o atual panorama da literatura no país

Cassiano Elek Machado
Luiz Fernando Vianna
Enviados Especiais a Paraty

Paul Auster, Martin Amis, Ian McEwan e Margaret Atwood. OK. Mas e nós? Aproveitando o dia mais brasileiro da Festa Literária Internacional de Parati, que terá de manhã Ferréz, pela tarde o trio Lygia Fagundes Telles, Moacyr Scliar e Luis Fernando Verissimo e Chico Buarque na entrada da noite, a Folha ouviu escritores, críticos, agentes literários para bater uma chapa da ficção que fica aqui depois que o circo da Flip for desmontado. Qual a situação da literatura brasileira hoje?

O caçula do festival, Daniel Galera, 25, dá o mote da toada. 'É impossível definir como é a ficção feita hoje no país. É tudo muito variado, cada um seguindo sua viagem.' Escritor e dono da microeditora Livros do Mal, ele é inimigo ferrenho de 'geração 90', 'geração 00' e outras estampas que pregam nas costas dos autores que se consolidam agora.

A ânsia de classificar o que está sendo feito agora, opina Augusto Massi, é sinal da falta de 'espírito crítico'. Ator, diretor e contra-regra, ou seja, editor, ensaísta, professor e poeta, ele acredita que o problema não está na produção literária nacional nem naqueles que a imprimem. 'quando ninguém consegue se localizar montam-se logo antologias. São coletâneas feitas por gerações, gêneros ou 'os cem melhores'. Mas essas listas são pouco confiáveis.' Massi acredita que faltam críticos novos, que possam organizar um mercado que dá espaço 'para todo mundo: do cara dos poemas pornôs ao best-seller'.

Raimundo Carrero, 14 romances nas costas, discorda. 'Faltam é leitores.' E a oferta nacional das novíssimas gerações ('nova geração sou eu também, não morri'), segundo ele, é das mais generosas possíveis. 'Vivemos a perplexidade de um novo milênio. A literatura brasileira vive o que Alejo Carpentier chamou de terceiro estilo, que é a falta de um estilo', aponta o autor pernambucano.
Os 'novíssimos' apontam a internet como multiplicadora desses modos tão variados de prosear. 'A palavra é jogo. Nós jogamos os textos na internet e estamos jogando literariamente para encontrar nossos caminhos, nossos estilos', opina Emílio Fraia, 22, paulistano.

Essa 'busca de caminhos' o trouxe às Veredas da Literatura. Esse é o nome de um projeto literário da Flip que reuniu de quinta a hoje uma trupe de 50 autores inéditos ou nos primeiros passos para uma oficina com o romancista e professor Milton Hatoum.
Vindos de diversas cidades, e agrupados 'woodstockianamente' em uma pousada, eles terão um mês a contar de hoje para apresentarem projetos de livros. Dois deles serão brindados pela Vivo, patrocinadora do projeto, com R$ 12 mil (oito de R$ 1.500) para concluírem os escritos.

Os 'novíssimos' farão 'vanguardismos'? Não necessariamente. Antonia Pellegrino, 24, carioca, fala sem meias palavras. 'Caguei para a vanguarda. Escrever uma boa história já é ótimo. Se quer fazer vanguarda, tem que ser gênio. Ficar no meio do caminho não dá', diz a neta do poeta e psicanalista Helio Pellegrino.

Um dos principais contistas brasileiros, Sérgio Sant'Anna, safra 1941, não pensa assim. 'A palavra 'vanguarda' envelheceu, mas o desejo de inovar não. Quem prega que o que importa é só o enredo, e não a linguagem, são setores conservadores, um pouco reacionários', diz o escritor, que pôs o tema na roda ontem em encontro com Luiz Vilela.

Carrero, Marcelino Freire, Ivana Arruda Leite e Daniel Galera, reunidos em frente à Igreja da Matriz, rezam nessa cartilha. Em conversa com a Folha, dizem eles que a ficção brasileira tem muita gente experimentado bem a linguagem, sim. Mas não acreditam que esse (ou qualquer outro traço) possa ser amarrado nas novas escrituras brasileiras.

'Tentar definir o que está acontecendo é como abrir o liqüidificador enquanto a vitamina está sendo feita. Voa abacate para todo lado', diz o poeta, prosador e editor Joca Reiners Terron. Sem receio dos 'abacates', Augusto Sales, editor da revista literária 'Paralelos' e um dos organizadores da Veredas da Literatura, arrisca um retrato de corpo inteiro.

'Os autores cariocas trabalham mais a partir da memória afetiva. São pequenas obsessões, crises existenciais e o incômodo com a superficialidade do mundo contemporâneo. Já São Paulo é mais 'faca no bucho', fala mais da violência urbana. Tem influência de Rubem Fonseca e do cinema. No Sul, vejo mais elementos fantásticos. Mas, em comum, têm a concisão, o apreço pelos minicontos, o que é influência da internet.'

Contam-se em dedos minguados os jovens autores que não trabalham com a 'rede', a julgar pela amostragem da oficina Veredas. Uma delas vem do interior paulista. Fabíola Moura, 31, é o nome da 'avis rara'. 'Sou uma exceção aqui, porque não tenho blog. Sou autora do século passado. O que acho ótimo nos novos autores é a desmistificação da escrita. A busca de comunicação direta pela net possibilita isso.'

Outra 'desmistificação' é a de que não é possível exportar nossa literatura. Lucia Riff, principal agente literária brasileira, diz que não passa nenhum mês sem negociar autores brasileiros com o exterior. 'Tenho recebido pedidos de países que nunca publicaram nossa literatura. Anos atrás o desconhecimento da literatura brasileira chegava a ser constrangedor. Agora estamos na moda.'

Mas ainda falta. Com a palavra o enviado do jornal espanhol 'El País', José Andrés Rojo: 'O leque da literatura brasileira é imenso, com obras de variedade surpreendente. É literatura ainda praticamente desconhecida, que precisa ser posta em órbita'."


quarta-feira, julho 07, 2004

Fui para a FLIP

Até domingo.

terça-feira, julho 06, 2004

"Escrever é uma investigação da natureza humana"

Na véspera da FLIP duas opções para ir se inteirando. A primeira é a ótima entrevista triplice do Cassianno Elek Machado e da Sylvia Colombo com Ian McEwan, Martin Amis e Paul Auster, os escritores estrangeiros mais renomados da FLIP. Vale a pena ler a matéria da Folha.

Outra dica é ler o texto dos próprios autores convidados no especial da Paralelos para a Festa. Trechos dos livros de Galera, Chico Buarque, Vilela, Toibin etc.

domingo, julho 04, 2004

Cesar Aíra no Brasil

"Do Rio de Janeiro ao Rio da Prata
por Augusto Sales


Série de eventos com sabor de tango à moda carioca é opção para quem não vai à Paraty.

No dia 6 de julho, véspera da Festa Literária Internacional de Parati (FLIP), é dado o pontapé inicial em uma série de eventos que farão a conexão cultural entre o Rio de Janeiro e Buenos Aires.

Essa conexão se dará principalmente no âmbito da literatura, quando representantes da revista Paralelos estarão recebendo, na Casa de Cultura Laura Alvim, César Aira, considerado um dos mais importantes escritores argentinos contemporâneos vivos, romancista, ensaísta e dramaturgo. Aira vai debater com o escritor e crítico brasileiro Silviano Santiago e terá a e terá a companhia dos escritores paralelos João Paulo Cuenca, Mariel F. dos Reis e Augusto Sales. Paloma Vidal coordenará a mesa de debates.

O evento, batizado de Conexões Rio-Buenos Aires, pode ser bastante interessante para quem não for à FLIP, pois se estende até quinta (8/7), e abrigrará, além dos debates com com escritores, críticos, artistas e cineastas brasileiros e argentinos, projeção de filmes, empanadas, vinhos argentinos, o lançamento do terceiro número da revista de literatura Grumo, que reúne trabalho de escritores dos dois países e show da banda Fábrica.

Além da Casa de Cultura Laura Alvim, a integração se alastra para o lado do BNDES, onde a exposição Rio & Buenos Aires: duas cidades modernas, está sendo exibida e reúne 14 das 120 fotografias do livro homônimo, com trabalhos de pioneiros, como o brasileiro Augusto Malta e o norte-americano H.G. Olds (a mostra retrata a cidade maravilhosa e a capital Argentina no início do século 20, no auge das reformas da Belle Époque) e para o CCBB, que promove, nos dias 7, 8 e 13, os Encontros Literários: Palestras com Escritores Espanhóis e Argentinos. Entre os convidados estão a espanhola Rosa Montero e os argentinos César Aira, Pablo de Santis e a Tamara Kamenszain.

O evento se encerrará com uma festa no cine buraco, na quinta-feira, a partir das 23:00.
"

Mais informações aqui

Na véspera do início da FLIP é um bom esquenta. Eu estarei trabalhando, cobrindo a vibrante rodada de terça-feira do Brasileirão. Pelo menos o Flamengo ganhou hoje.

sábado, julho 03, 2004

Caiu o primeiro

Retirado do Lancepress:

"O diretor de comunicação e marketing do Fla-Futebol, João Henrique Areias, comunicou nesta sexta-feira, através de carta ao presidente do clube, Márcio Braga, a sua demissão. Os dois devem se encontrar na próxima semana, mas Areias já decidiu deixar o Fla.

É a primeira quebra na estrutura coesa do Fla-Futebol. Areias tinha grande entrosamento com Júnior, diretor técnico, e José Maria Sobrinho, diretor executivo."

Farsante, farsante, farsante...Areias farsante.

Eu pago uma Bohemia para quem me provar uma medida que gerou frutos financeiros idealizada pelo diretor de comunicação e marketing. Fora profissionais do Power Point!

Dupla personalidade

Segundo o JB, a Festa Literária Internacional de Parati acontecerá em Paraty. Essa confusão de i ou y no nome da cidade com certeza é fruto de convenção, mas torna isso um absurdo. Coitado dos jornalistas que têm que escrever essa aberração.

[depois de ler o Prosa & Verso]

Li o suplemento literário do Globo e vi que essa discussão entre i e y é bem maior do que imaginava. Parece que os moradores estão incomodados com o i adotado pela organização da Festa. Será que é para tanto? Talvez seja o caso de adotar logo o y e deixar os moradores satisfeitos, até porque esse mundo de gente estará invadindo a cidade deles:

"O nome da cidade se escreve com 'y', mas a organização resolve adotar o 'i' no nome oficial da 'Festa Literária Internacional de Parati'. Disseram que seria uma maneira de dizer 'para ti', mas se querem preservas o aspecto cultural, devem respeitar a maneira como escrevemos o nome da cidade".

Depois do luto, a FLIP

Depois dos dias de luto pelo desastre que presenciei no Maracanã, o blog retorna ao normal. Contagem regressiva para a FLIP. Quarta-feira chego em Paraty. Na quinta começa a Oficina Veredas da Literatura.

Estou animado para aprender muita coisa, encontrar quem só conheço por palavras e aproveitar essa viagem que promete muito.

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