<$BlogRSDUrl$>

quarta-feira, novembro 30, 2005

O blog está meio desatualizado de textos literários, mas tenho um motivo justo. Não quero misturar o que estou escrevendo offline com outro tipo de texto, mas enxuto, bruto, que se aplica melhor aqui neste espaço(minha opinião, não uma tese).

Para não deixar as pessoas que ainda entram aqui sem nada para ler, republico um textinho que escrevi há uns dois anos.

Mensagem para um amigo perdido


Pena, Pedro. A vida é tão óbvia que mesmo o acaso é previsível. Quando éramos duas crianças vimos um passarinho bater com a cabeça no vidro uma, duas vezes. Na terceira eu fui atrás, correndo, tentar impedir o suicídio inconsciente do pássaro, mas você segurou meu braço e disse: ?Deixa. Tem um espaço entre o vidro e a porta. Ele vai conseguir passar?.

Aquele já era você, que não tinha medo de nada, corajoso, pulou de cabeça do trepa-trepa tentando voar. Quebrou a cabeça, literalmente, operou e tudo. Do sangue eu não lembro, mas de te ver careca, sorrindo, já depois da cirurgia, não me esqueço. Eu, que pulei do mesmo trepa-trepa, quebrei apenas o braço. Não tinha sua coragem, tentava imitar, mas controlava mais a situação, tanto que antes da cabeça bater no chão veio o braço.

Depois a gente se perdeu na vida, duas crianças que vão para colégios diferentes e têm vergonha de se ligarem. Falar o que quando se tem sete anos? E depois, com 19, quando a gente se reencontrou, ninguém disse nada, fingiu que a amizade nunca existira, que as tardes jogando bola, brincando de... bem, só jogando bola mesmo, o tempo todo, os melhores do colégio!, eram outras pessoas. Pena, Pedro, porque eu não mudei, nem você, e não aproveitamos mais nada da nossa amizade.

O passarinho eu apaguei da memória. Não sei se passou ou se morreu de tanto bater no vidro. Eu lembro dos barulhos secos, seguidos, e de você falando ?Deixa, ele vai conseguir?. Você não conseguiu. Avançou o sinal, vermelho, amarelo, verde, sei lá, mas avançou, aquele sinal específico, entre a Real Grandeza e a Voluntários. Logo de carro. Eu não dirijo, tenho medo, isso você nunca saberá, mas você, o corajoso, avançou o sinal. E bateu com a cabeça no vidro. Uma só vez. E foi o suficiente.

segunda-feira, novembro 28, 2005

Curtas

Obrigado, Joel. Agora, a porta da rua é serventia da casa. Idem Kléber Leite e o outro ex-presidente que escreve contos eróticos.

*

A favorita deste blog caiu de bunda no chão. De novo.

*

Talvez alguém sopre meus ouvidos e afaste as verdades que falam quando estou ausente.

quinta-feira, novembro 10, 2005

Post sobre terça

Obrigado aos amigos que compareceram ao lançamento do Contos Sobre Tela, na belíssima casa da Pinakotheke Cultural. Agora é ver como o livro será recebido pelos leitores e críticos.



Na própria terça-feira saiu uma resenha minha no Caderno B (JB) sobre Dez Mil: a autobiografia de um livro. Acho que ficou legal, um tom mais de crônica do que de crítica literária. Afeiçoei-me bastante ao livrinho...

terça-feira, novembro 01, 2005


Amigos,

tenho o prazer de convidá-los para o lançamento do livro Contos sobre Tela, minha terceira incursão no maravilhoso mundo das antologias literárias.

Dezesseis autores escreveram contos baseados em quadros de famosos artistas plásticos brasileiros. O meu conto, chamado Apenas eco, foi inspirado em Moças, do Di Cavalcanti.

Também estão no livro: Adriana Lunardi (Pedro Weingartner), Ana Paula Maia (Goeldi), Antônio Mariano (Pedro Américo), Arnaldo Bloch (Gonçalo Ivo), Bianca Ramoneda (Waltércio Caldas), Diana de Hollanda (Ismael Nery), Fabrício Carpinejar (Guignard)), Ivana Arruda Leite (Pancetti), João Anzanello Carrascoza (Raimundo Cela), João Filho (Rubem Grilo), João Paulo Cuenca (Leonilson), Luciano Trigo (Adriana Varejão), Marcelo Moutinho (Ibere Camargo), Nelson de Oliveira (Cândido Portinari) e Pedro Süssekind (Milton Dacosta).

O lançamento será na próxima terça-feira (8 de novembro), às 20h, em Botafogo (Rua São Clemente 300).

Espero vocês!

This page is powered by Blogger. Isn't yours?