terça-feira, agosto 21, 2007
Jabuti
Saiu o resultado do Jabuti. Não que eu seja um adivinho ou tenha informações privilegiadas sobre o júri, mas cravei os vencedores nas duas categorias que fiz previsão, romance e conto.
Quem duvidar, aqui está o link do post de junho.
Na categoria romance venceu Desengano (Agir), de Carlos Nascimento Silva, da Agir. Vista parcial da noite (Record), de Luiz Ruffato foi o segundo e Pelo fundo da agulha (Record), de Antônio Torres ficou em terceiro.
Em contos, Resmungos (Imprensa oficial de São Paulo), de Ferreira Gullar foi o vencedor, com A casa da minha vó e outros contos exóticos (independente), de Artur Oscar Lopes, em segundo, e O volume do silêncio, de João Anzanello Carrascoza (Cosac Naify) em terceiro.
Saiu o resultado do Jabuti. Não que eu seja um adivinho ou tenha informações privilegiadas sobre o júri, mas cravei os vencedores nas duas categorias que fiz previsão, romance e conto.
Quem duvidar, aqui está o link do post de junho.
Na categoria romance venceu Desengano (Agir), de Carlos Nascimento Silva, da Agir. Vista parcial da noite (Record), de Luiz Ruffato foi o segundo e Pelo fundo da agulha (Record), de Antônio Torres ficou em terceiro.
Em contos, Resmungos (Imprensa oficial de São Paulo), de Ferreira Gullar foi o vencedor, com A casa da minha vó e outros contos exóticos (independente), de Artur Oscar Lopes, em segundo, e O volume do silêncio, de João Anzanello Carrascoza (Cosac Naify) em terceiro.
Súplicas número 467
Ela não pensa mais em mim. Esqueceu de ontem, anteontem, da outra vida. Que combinamos o nome de nossos filhos, ser uma família grande e terrivelmente feliz, dançar em Buenos Aires sob a Torre Eiffel numa noite de lua crescente. Nossa lua seria sempre crescente, decidimos, jamais cheia, nunca minguante, decidimos novamente.
Eu lhe dei apelidos, comprei-os de um casal de conhecidos, inventei carinhos, sussurrei mentiras definitivas. O silêncio, o silêncio como eco. Agora são apenas farelos atrás da porta, poeira encrostada nos pratos, a pia que transborda minha espera em pratos sujos e taças de vinho; lembranças daquilo que não será, ou foi.
O casal que brigava em público, beijava mordendo os lábios, gritava, berrava, eu-te-amo-sem-vergonha, sem ter vergonha.
Não mais.
Você não atende meus telefonemas, vira o rosto no messenger, esnoba minhas declarações de amor virtuais. Uma última vez eu lhe quis, segundos antes de me dizer definitivamente que não, não mais, jamais, quando olhava para o horizonte apoiada no parapeito da varanda, o vento despenteando seu cabelo e você toda mãos tentando arrumá-lo. Seus olhos cerrados e a praia lá longe trazendo lágrimas em forma de areia, tudo que não consegui nesse final.
Você desmanchou comigo e não em lágrimas, pisou pesado e não aceitou minhas súplicas sinceras, finalmente sinceras, as de número 467.
Ela não pensa mais em mim. Esqueceu de ontem, anteontem, da outra vida. Que combinamos o nome de nossos filhos, ser uma família grande e terrivelmente feliz, dançar em Buenos Aires sob a Torre Eiffel numa noite de lua crescente. Nossa lua seria sempre crescente, decidimos, jamais cheia, nunca minguante, decidimos novamente.
Eu lhe dei apelidos, comprei-os de um casal de conhecidos, inventei carinhos, sussurrei mentiras definitivas. O silêncio, o silêncio como eco. Agora são apenas farelos atrás da porta, poeira encrostada nos pratos, a pia que transborda minha espera em pratos sujos e taças de vinho; lembranças daquilo que não será, ou foi.
O casal que brigava em público, beijava mordendo os lábios, gritava, berrava, eu-te-amo-sem-vergonha, sem ter vergonha.
Não mais.
Você não atende meus telefonemas, vira o rosto no messenger, esnoba minhas declarações de amor virtuais. Uma última vez eu lhe quis, segundos antes de me dizer definitivamente que não, não mais, jamais, quando olhava para o horizonte apoiada no parapeito da varanda, o vento despenteando seu cabelo e você toda mãos tentando arrumá-lo. Seus olhos cerrados e a praia lá longe trazendo lágrimas em forma de areia, tudo que não consegui nesse final.
Você desmanchou comigo e não em lágrimas, pisou pesado e não aceitou minhas súplicas sinceras, finalmente sinceras, as de número 467.
sexta-feira, agosto 17, 2007
Axioma de Maxi
Um pouco de matemática para os senhores:
Como todo mundo sabe, o Obina é melhor do que o Eto'o (isso é fato provado e já está sendo ensinado nas escolas)...então, se o Messi é reserva do Eto'o no Barcelona, e o Obina é reserva do Maxi no Flamengo, logo: o Maxi é melhor do que o Messi.
Um pouco de matemática para os senhores:
Como todo mundo sabe, o Obina é melhor do que o Eto'o (isso é fato provado e já está sendo ensinado nas escolas)...então, se o Messi é reserva do Eto'o no Barcelona, e o Obina é reserva do Maxi no Flamengo, logo: o Maxi é melhor do que o Messi.
terça-feira, agosto 14, 2007
Viva o Zé Pereira
Escrevi o terceiro capítulo do folhetim da Revista Zé Pereira. O texto estará nas bancas em setembro, no terceiro número da publicação. A proposta era muito simples: dar seguimento a história iniciada pelo Marcelo e continuada pelo Henrique.
No ponto que peguei, o herói, Zé Pereira, definido pelo Marcelo como sujeito-homem (sem nenhuma referência homofóbica, naturalmente) entra no Nova Capela e se surpreende ao ver a ex-namorada sentada sozinha numa mesa de canto. Com um detalhe: um anel de casamento na mão esquerda.
A história é simples, como se vê, e está nisso a delícia de sentar e escrever esse terceiro capítulo. Os personagens estão ainda embrionários, esboçados, e só temos uma lauda para seguir adiante. Como bom folhetim, começa-se dando uma porrada e termina-se com uma deixa.
Assim fiz: os leitores vão saber mais do Zé, da Cláudia, sua ex-namorada, da relação de poder dos dois, e dos silêncios - acho que boa parte do que escrevo tem muito mais silêncio do que palavras.
E no final, um novo personagem adentra o Nova Capela. Quem será? Só o próximo escritor poderá responder...
Escrevi o terceiro capítulo do folhetim da Revista Zé Pereira. O texto estará nas bancas em setembro, no terceiro número da publicação. A proposta era muito simples: dar seguimento a história iniciada pelo Marcelo e continuada pelo Henrique.
No ponto que peguei, o herói, Zé Pereira, definido pelo Marcelo como sujeito-homem (sem nenhuma referência homofóbica, naturalmente) entra no Nova Capela e se surpreende ao ver a ex-namorada sentada sozinha numa mesa de canto. Com um detalhe: um anel de casamento na mão esquerda.
A história é simples, como se vê, e está nisso a delícia de sentar e escrever esse terceiro capítulo. Os personagens estão ainda embrionários, esboçados, e só temos uma lauda para seguir adiante. Como bom folhetim, começa-se dando uma porrada e termina-se com uma deixa.
Assim fiz: os leitores vão saber mais do Zé, da Cláudia, sua ex-namorada, da relação de poder dos dois, e dos silêncios - acho que boa parte do que escrevo tem muito mais silêncio do que palavras.
E no final, um novo personagem adentra o Nova Capela. Quem será? Só o próximo escritor poderá responder...
quinta-feira, agosto 09, 2007
Passo Fundo
Saiu a lista do Zaffari & Bourbon de Literatura, mais conhecido como o prêmio da Jornada de Passo Fundo. Vale 100 mil reais para o vencedor, fora o prestígio e os chocolates quentes gratuitos. São 11 indicados, sendo oito brasileiros e três de fora (o prêmio também aceita inscrição de escritores de países lusófonos). O anúncio do vencedor será feito no dia 27 de agosto.
Corpo estranho - Adriana Lunardi (Rocco)
Um defeito de cor - Ana Maria Gonçalves (Record)
Pelo fundo da agulha - Antônio Torres (Record)
Mãos de cavalo - Daniel Galera (Cia das Letras)
A confissão - Flávio Carneiro (Rocco)
Vista parcial da noite - Luiz Ruffato (Record)
O vôo da guará vermelha - Maria Valéria Rezende (Objetiva)
Cinzas do norte - Milton Hatoun (Cia das Letras)
Sem nome - Helder Macedo (Record)
As intermitências da morte - José Saramago (Cia das Letras)
O outro pé da sereia - Mia Couto (Cia das Letras)
Como se vê, a briga é de gente grande, tanto de autores quanto de editoras. Record e Cia das Letras dividem a liderança com quatro indicações, Rocco tem duas e Objetiva, uma.
Dos indicados, Torres (que ganhou o prêmio em 2001 por Meu querido canibal), Luiz Ruffato e José Saramago também foram finalistas em 2005. O vencedor, na ocasião, foi Chico Buarque, com seu romance Budapeste.
Interessante ver se Cinzas do norte, de Milton Hatoun, que faturou todos os prêmios como melhor livro de 2005 (Portugal Telecom e Jabuti), completará seu ciclo com mais uma vitória. Sinceramente, não é meu palpite.
Os finalistas do Jabuti e Portugal Telecom também serão divulgados neste mês.
Saiu a lista do Zaffari & Bourbon de Literatura, mais conhecido como o prêmio da Jornada de Passo Fundo. Vale 100 mil reais para o vencedor, fora o prestígio e os chocolates quentes gratuitos. São 11 indicados, sendo oito brasileiros e três de fora (o prêmio também aceita inscrição de escritores de países lusófonos). O anúncio do vencedor será feito no dia 27 de agosto.
Corpo estranho - Adriana Lunardi (Rocco)
Um defeito de cor - Ana Maria Gonçalves (Record)
Pelo fundo da agulha - Antônio Torres (Record)
Mãos de cavalo - Daniel Galera (Cia das Letras)
A confissão - Flávio Carneiro (Rocco)
Vista parcial da noite - Luiz Ruffato (Record)
O vôo da guará vermelha - Maria Valéria Rezende (Objetiva)
Cinzas do norte - Milton Hatoun (Cia das Letras)
Sem nome - Helder Macedo (Record)
As intermitências da morte - José Saramago (Cia das Letras)
O outro pé da sereia - Mia Couto (Cia das Letras)
Como se vê, a briga é de gente grande, tanto de autores quanto de editoras. Record e Cia das Letras dividem a liderança com quatro indicações, Rocco tem duas e Objetiva, uma.
Dos indicados, Torres (que ganhou o prêmio em 2001 por Meu querido canibal), Luiz Ruffato e José Saramago também foram finalistas em 2005. O vencedor, na ocasião, foi Chico Buarque, com seu romance Budapeste.
Interessante ver se Cinzas do norte, de Milton Hatoun, que faturou todos os prêmios como melhor livro de 2005 (Portugal Telecom e Jabuti), completará seu ciclo com mais uma vitória. Sinceramente, não é meu palpite.
Os finalistas do Jabuti e Portugal Telecom também serão divulgados neste mês.
We need you
No melhor estilo convocação de exército mesmo. A situação do Flamengo é mais crítica do que os cartolas e jogadores admitem. Agora são seis jogos em casa no próximo mês, a chance para sair do buraco.
É hora de acampar no Maracanã.
No melhor estilo convocação de exército mesmo. A situação do Flamengo é mais crítica do que os cartolas e jogadores admitem. Agora são seis jogos em casa no próximo mês, a chance para sair do buraco.
É hora de acampar no Maracanã.
quinta-feira, agosto 02, 2007
Merda no ventilador
Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, o presidente-vitalício da CBF, Ricardo Teixeira, declarou que alguns jogadores chegavam bêbados na concentração, em Weggis, na Suiça, depois de passar a noite na farra. A declaração soa estranha um ano depois da eliminação da Copa do Mundo e parece proposital para justificar a renovação da Seleção Brasileira.
A geração que deixou a seleção após a Copa de 2006 - Ronaldo, Cafu, Roberto Carlos, Zé Roberto, entre outros - é possivelmente a primeira de atletas que tiveram toda carreira com status de superestrela. Todos, sem exceção, foram paparicados a vida profissional inteira com contratos polpudos de clubes e patrocinadores e não têm identificação com times brasileiros (jogaram a maior parte da carreira na Europa). É o mesmo grupo que passou do limite na Copa das Confederações de 1997, quando todos os atletas do grupo foram obrigados a raspar o cabelo.
Mas não podemos esquecer que é um grupo vencedor. Conquistaram a Copa de 2002, duas ou três copas América, duas copas das Confederações e um vice-mundial em 1998. Isso não é pouco e sem dúvida alguma deixou o torcedor brasileiro mal acostumado. O fracasso na Alemanha faz com que fiquemos com uma última imagem ruim dessa geração, mas não se pode perder de perspectiva o lugar na história desses atletas.
O técnico da seleção brasileira na Copa, Carlos Alberto Parreira, já veio a público falar que não viu nada dessa magnitude. E aproveitou para alfinetar Teixeira, dizendo que as coisas saíram do controle, sim, e que ele queria deixar Weggis, mas um contrato polpudo assinado pela CBF, coisa de 10 milhões de dólares, impedia. Disse também que Teixeira só aparecia na concentração nos dias dos jogos, para almoçar.
Os jogadores devem se manifestar brevemente, espcialmente Ronaldo, citado nominalmente por Teixeira como beberrão. É fato que o atacante, assim como Adriano, chegou acima do peso; assim como é óbvio que Ronaldinho Gaúcho fez uma competição pífia e deveria ter sido barrado ou substituído em algum momento. Faltou comando, sem dúvida, aliado a percepção de impunidade dos ateltas, acostumados as regalias.
Querer achar culpados justificando erros de cima para baixo parece-me errado. Sempre aprendi que os erros dos subordinados são também os dos chefes. Acredito piamente nisso, até porque geralmente, em qualquer tipo de trabalho, são os subordinados que trabalham para que o chefe ganhe os louros. Ou seja, é muito bonito Ricardo Teixeira ter em seu currículo esses títulos todos e agora venha a público desancar os atletas que fizeram isso por ele.
Profissionalismo, sim. Jogadores não devem beber na concentração às vésperas de jogos importantes. Caça as bruxas, não. Se os jogadores estavam incontroláveis, abusando do poder, deveriam ter sido cortados por Parreira, com anuência de Teixeira. Como nada fizeram, a culpa também é deles.
Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, o presidente-vitalício da CBF, Ricardo Teixeira, declarou que alguns jogadores chegavam bêbados na concentração, em Weggis, na Suiça, depois de passar a noite na farra. A declaração soa estranha um ano depois da eliminação da Copa do Mundo e parece proposital para justificar a renovação da Seleção Brasileira.
A geração que deixou a seleção após a Copa de 2006 - Ronaldo, Cafu, Roberto Carlos, Zé Roberto, entre outros - é possivelmente a primeira de atletas que tiveram toda carreira com status de superestrela. Todos, sem exceção, foram paparicados a vida profissional inteira com contratos polpudos de clubes e patrocinadores e não têm identificação com times brasileiros (jogaram a maior parte da carreira na Europa). É o mesmo grupo que passou do limite na Copa das Confederações de 1997, quando todos os atletas do grupo foram obrigados a raspar o cabelo.
Mas não podemos esquecer que é um grupo vencedor. Conquistaram a Copa de 2002, duas ou três copas América, duas copas das Confederações e um vice-mundial em 1998. Isso não é pouco e sem dúvida alguma deixou o torcedor brasileiro mal acostumado. O fracasso na Alemanha faz com que fiquemos com uma última imagem ruim dessa geração, mas não se pode perder de perspectiva o lugar na história desses atletas.
O técnico da seleção brasileira na Copa, Carlos Alberto Parreira, já veio a público falar que não viu nada dessa magnitude. E aproveitou para alfinetar Teixeira, dizendo que as coisas saíram do controle, sim, e que ele queria deixar Weggis, mas um contrato polpudo assinado pela CBF, coisa de 10 milhões de dólares, impedia. Disse também que Teixeira só aparecia na concentração nos dias dos jogos, para almoçar.
Os jogadores devem se manifestar brevemente, espcialmente Ronaldo, citado nominalmente por Teixeira como beberrão. É fato que o atacante, assim como Adriano, chegou acima do peso; assim como é óbvio que Ronaldinho Gaúcho fez uma competição pífia e deveria ter sido barrado ou substituído em algum momento. Faltou comando, sem dúvida, aliado a percepção de impunidade dos ateltas, acostumados as regalias.
Querer achar culpados justificando erros de cima para baixo parece-me errado. Sempre aprendi que os erros dos subordinados são também os dos chefes. Acredito piamente nisso, até porque geralmente, em qualquer tipo de trabalho, são os subordinados que trabalham para que o chefe ganhe os louros. Ou seja, é muito bonito Ricardo Teixeira ter em seu currículo esses títulos todos e agora venha a público desancar os atletas que fizeram isso por ele.
Profissionalismo, sim. Jogadores não devem beber na concentração às vésperas de jogos importantes. Caça as bruxas, não. Se os jogadores estavam incontroláveis, abusando do poder, deveriam ter sido cortados por Parreira, com anuência de Teixeira. Como nada fizeram, a culpa também é deles.
FLAP in Rio
Fim de semana tem literatura na Puc. Dois dias de debates. É a Flap (Festival Literário Aberto ao Público). Nasceu em SP, há dois anos, como alternativa à Flip. Bons nomes confirmados: Sergio Sant'anna e o amigo Henrique Rodrigues, entre outros. Segue a programação.
FLAP-RJ
4 e 5 de Agosto 2007 - PUC-Rio no Auditório do RDC
http://flap2007.zip.net/
PROGRAMAÇÃO
Sábado, dia 04 de agosto
[1] 14:30h – Leitura do poema Tabacaria, de Álvaro de Campos, pelo poeta Eduardo Tornaghi + Leitura InVERsa
[2] 15h às 16:30h - Contaminações
Mediação: Thiago Ponce - poeta
- Bruno Cattoni - poeta e jornalista
- Márcio-André - poeta e músico
- Paulo Ferraz - poeta e editor
- Sylvio Back - poeta e cineasta
- Toni Barreto - poeta, restaurador e encadernador
[3] 16:30h às 18h - A Literatura na Sala de Aula
Mediação: Vinicius Baião - poeta
- Alberto Pucheu - poeta, professor de Teoria Literária UFRJ
- Érico Braga – poeta e professor
- Flávio Corrêa de Melo - escritor
- Marcus Alexandre Motta - professor de Literatura Portuguesa da UERJ
[4] 18h – InTERvalo InVERso
[5] 18:30h às 20h - E quem vive disso?
Mediação: Raphael Vidal – editor e escritor
- Cairo Trindade - poeta
- Marcelo Lachter
- Pedro Tostes - poeta e editor
- Silviano Santiago - escritor e professor *
- Thereza Cristina Motta - editora e poeta
Domingo , dia 5 de agosto
[6] 14:30h – Apresentação de texturas poéticas e realidades experimentais com Arranjos para assobio
[7] 15h às 16:30h - O Além Livro
Mediação: Leandro Jardim - poeta
- Ana Paula Maia - escritora
- Andréa Paola - poeta
- Cecília Giannetti – escritora e editora
- Sérgio Sant'Anna – escritor
- Viviane Mosé - poeta e filósofa*
[8] 16:30h – InTERvalo InVERso
[9] 17h às 18:30h - Literatura Falada e Literatura Escrita
Mediação: Priscila Andrade – poeta
- Alexei Bueno - poeta
- Geraldo Carneiro - poeta e letrista
- Henrique Rodrigues - poeta e coordenador de projetos literários
- Mano Melo - poeta
- Salgado Maranhão - poeta
[10] 18:30h – Fechamento InVERso
* confirmações pendentes
Fim de semana tem literatura na Puc. Dois dias de debates. É a Flap (Festival Literário Aberto ao Público). Nasceu em SP, há dois anos, como alternativa à Flip. Bons nomes confirmados: Sergio Sant'anna e o amigo Henrique Rodrigues, entre outros. Segue a programação.
FLAP-RJ
4 e 5 de Agosto 2007 - PUC-Rio no Auditório do RDC
http://flap2007.zip.net/
PROGRAMAÇÃO
Sábado, dia 04 de agosto
[1] 14:30h – Leitura do poema Tabacaria, de Álvaro de Campos, pelo poeta Eduardo Tornaghi + Leitura InVERsa
[2] 15h às 16:30h - Contaminações
Mediação: Thiago Ponce - poeta
- Bruno Cattoni - poeta e jornalista
- Márcio-André - poeta e músico
- Paulo Ferraz - poeta e editor
- Sylvio Back - poeta e cineasta
- Toni Barreto - poeta, restaurador e encadernador
[3] 16:30h às 18h - A Literatura na Sala de Aula
Mediação: Vinicius Baião - poeta
- Alberto Pucheu - poeta, professor de Teoria Literária UFRJ
- Érico Braga – poeta e professor
- Flávio Corrêa de Melo - escritor
- Marcus Alexandre Motta - professor de Literatura Portuguesa da UERJ
[4] 18h – InTERvalo InVERso
[5] 18:30h às 20h - E quem vive disso?
Mediação: Raphael Vidal – editor e escritor
- Cairo Trindade - poeta
- Marcelo Lachter
- Pedro Tostes - poeta e editor
- Silviano Santiago - escritor e professor *
- Thereza Cristina Motta - editora e poeta
Domingo , dia 5 de agosto
[6] 14:30h – Apresentação de texturas poéticas e realidades experimentais com Arranjos para assobio
[7] 15h às 16:30h - O Além Livro
Mediação: Leandro Jardim - poeta
- Ana Paula Maia - escritora
- Andréa Paola - poeta
- Cecília Giannetti – escritora e editora
- Sérgio Sant'Anna – escritor
- Viviane Mosé - poeta e filósofa*
[8] 16:30h – InTERvalo InVERso
[9] 17h às 18:30h - Literatura Falada e Literatura Escrita
Mediação: Priscila Andrade – poeta
- Alexei Bueno - poeta
- Geraldo Carneiro - poeta e letrista
- Henrique Rodrigues - poeta e coordenador de projetos literários
- Mano Melo - poeta
- Salgado Maranhão - poeta
[10] 18:30h – Fechamento InVERso
* confirmações pendentes
quarta-feira, agosto 01, 2007
Em homenagem ao frio
Condicionantes*
Para ler esse texto você tem que estar sentindo frio. Para ler e entender esse texto, o frio que você está sentindo tem que ser anormal, algo como um tremor de início de outono no Rio de Janeiro. Mas não existe esta estação na cidade. Porque aqui é assim: ou é verão ou não é verão. Para ler e sentir esse texto você tem que estar andando, e sentir uma brisa gelada soprar por trás da orelha. O medo. Para você entender esse texto, sentir este texto, viver este texto, tem que ser noite, escura, fechada, só com as lâmpadas frias dos postes te iluminando. Para ler esse texto é preciso silêncio, concentração, nada de carros na rua, pessoas brindando, mouse correndo. Nada. Para ler, entender e sentir esse texto é preciso que o sinal esteja fechado, aberto pra você, para o trânsito, que não exista, e assim, mesmo assim, você estaque, como um ponto final, para depois, quando fechar, quando abrir, você reinicie, reticente, reticências... Para ler esse texto é preciso que você fraqueje, gagueje. Negue, negue tudo. O impossível desminta, para ler esse texto. E quem lerá esse texto então? Então, quem passou por isso tudo, as condicionantes, os condicionados, os condicionais? Só quem lerá esse texto, e viverá esse texto, e sentirá esse texto, e o entenderá, coitado, coitado, sou eu. Se tiver chegado até aqui. O que duvido.
* Texto originalmente publicado em 2004.
Condicionantes*
Para ler esse texto você tem que estar sentindo frio. Para ler e entender esse texto, o frio que você está sentindo tem que ser anormal, algo como um tremor de início de outono no Rio de Janeiro. Mas não existe esta estação na cidade. Porque aqui é assim: ou é verão ou não é verão. Para ler e sentir esse texto você tem que estar andando, e sentir uma brisa gelada soprar por trás da orelha. O medo. Para você entender esse texto, sentir este texto, viver este texto, tem que ser noite, escura, fechada, só com as lâmpadas frias dos postes te iluminando. Para ler esse texto é preciso silêncio, concentração, nada de carros na rua, pessoas brindando, mouse correndo. Nada. Para ler, entender e sentir esse texto é preciso que o sinal esteja fechado, aberto pra você, para o trânsito, que não exista, e assim, mesmo assim, você estaque, como um ponto final, para depois, quando fechar, quando abrir, você reinicie, reticente, reticências... Para ler esse texto é preciso que você fraqueje, gagueje. Negue, negue tudo. O impossível desminta, para ler esse texto. E quem lerá esse texto então? Então, quem passou por isso tudo, as condicionantes, os condicionados, os condicionais? Só quem lerá esse texto, e viverá esse texto, e sentirá esse texto, e o entenderá, coitado, coitado, sou eu. Se tiver chegado até aqui. O que duvido.
* Texto originalmente publicado em 2004.