quarta-feira, junho 27, 2007
Será?
"Projeto para manter no ar o No Minimo reunindo Unibanco e o Estadao
Desenvolvido nas ultimas semanas debaixo de grande sigilo, o projeto para manter no ar o No Minimo com suporte do Unibanco vazou hoje na midia revelado pela coluna de Ancelmo Gois no Globo. Ele diz que o Estadao tambem une-se ao esforço que pretende impedir o fechamento do veiculo que estava programado para este sabado, 30*"
* Do Blue bus
"Projeto para manter no ar o No Minimo reunindo Unibanco e o Estadao
Desenvolvido nas ultimas semanas debaixo de grande sigilo, o projeto para manter no ar o No Minimo com suporte do Unibanco vazou hoje na midia revelado pela coluna de Ancelmo Gois no Globo. Ele diz que o Estadao tambem une-se ao esforço que pretende impedir o fechamento do veiculo que estava programado para este sabado, 30*"
* Do Blue bus
terça-feira, junho 26, 2007
Peixinho, peixadas
Então o Flamengo contratou o primo do Messi, depois de testar o filho do Zico e ter nas divisões de base os filhos do Bebeto, Junior Baiano e Djalminha.
Enquanto isso, Renato, Bruno e Juan estão de malas prontas...e o Flamengo na zona de rebaixamento.
Mas quem sabe eles não têm sobrinhos para indicar.
Então o Flamengo contratou o primo do Messi, depois de testar o filho do Zico e ter nas divisões de base os filhos do Bebeto, Junior Baiano e Djalminha.
Enquanto isso, Renato, Bruno e Juan estão de malas prontas...e o Flamengo na zona de rebaixamento.
Mas quem sabe eles não têm sobrinhos para indicar.
quinta-feira, junho 21, 2007
Pavão
Os olhos eram quase brancos. A catarata formara uma névoa lenta e silenciosa. Caso ele ainda se enternecesse e chorasse, suas lágrimas desceriam como córregos, nos sulcos que esculpiam seu rosto.
Vinha andando, pé ante pé, um rastejar mecânico, na direção do ponto do jogo do bicho. O corpo frágil, vestido com a mesma camisa azul-marinho desbotada. Manchada por tantos catarros e desencantos que caíram em sua malha durante os anos. A bermuda era nova, vermelha, moderna. Presente de segunda mão. A filha dera para o neto, que não gostara. Estava fora de moda. Manda pro velho que ele usa. Usa.
Chega calado e espera pela sua vez. Parece distraído:
- Deu galo, Seu Ademir.
- O que?
- Galo na cabeça. 13!
- Galo?
Olha o papelzinho. Com a mão chega o comprovante para frente e para trás, procurando achar o foco. Procurando.
- Você não ganhou, Seu Ademir. Deu galo.
- É, perdi - a voz engolida, a voz um fiapo, e ele repete, ainda mais baixo - É, perdi.
- Quem sabe amanhã não dá o pavão na cabeça? Pode ser o grande dia.
Virou-se, apoiando na vitrine da loja em frente para não cair, e saiu balbuciando pensamentos. Os passos tímidos e inseguros o levariam de volta, o protegendo contra a névoa branca. Mas amanhã voltaria, manhã e tarde, a mão espalmada escorando a queda provável, os passos chutando formigas, mal levantando do chão. E mais uma vez jogaria no pavão. Um bicho que nunca tinha visto, mas diziam que era belíssimo. Todo colorido.
Os olhos eram quase brancos. A catarata formara uma névoa lenta e silenciosa. Caso ele ainda se enternecesse e chorasse, suas lágrimas desceriam como córregos, nos sulcos que esculpiam seu rosto.
Vinha andando, pé ante pé, um rastejar mecânico, na direção do ponto do jogo do bicho. O corpo frágil, vestido com a mesma camisa azul-marinho desbotada. Manchada por tantos catarros e desencantos que caíram em sua malha durante os anos. A bermuda era nova, vermelha, moderna. Presente de segunda mão. A filha dera para o neto, que não gostara. Estava fora de moda. Manda pro velho que ele usa. Usa.
Chega calado e espera pela sua vez. Parece distraído:
- Deu galo, Seu Ademir.
- O que?
- Galo na cabeça. 13!
- Galo?
Olha o papelzinho. Com a mão chega o comprovante para frente e para trás, procurando achar o foco. Procurando.
- Você não ganhou, Seu Ademir. Deu galo.
- É, perdi - a voz engolida, a voz um fiapo, e ele repete, ainda mais baixo - É, perdi.
- Quem sabe amanhã não dá o pavão na cabeça? Pode ser o grande dia.
Virou-se, apoiando na vitrine da loja em frente para não cair, e saiu balbuciando pensamentos. Os passos tímidos e inseguros o levariam de volta, o protegendo contra a névoa branca. Mas amanhã voltaria, manhã e tarde, a mão espalmada escorando a queda provável, os passos chutando formigas, mal levantando do chão. E mais uma vez jogaria no pavão. Um bicho que nunca tinha visto, mas diziam que era belíssimo. Todo colorido.
quarta-feira, junho 20, 2007
Meus pitacos
Saiu a lista do Jabuti. Sabe como é premiação, né? Cada um tem sua opinião, cada entendido com suas certezas. Olhando a lista de indicados nas categorias contos e romances, as que me limito a comentar, é nítida a descrepância: a de romance está bem mais forte. Grandes autores lançaram e foram indicados. Na lista de contos muitos nomes de peso, alguns mortos, outros tantos esquecimentos. Prefiro não citar nomes, nem contra nem a favor. Tenho amigos, conhecidos, trabalho numa editora: pode parecer influenciado.
Nunca acompanhei tão de perto o mercado editorial. Sem nenhuma dúvida li mais no ano passado do que em qualquer outro ano da minha vida. No primeiro semestre resenhas, no segundo editora. Pode botar aí uns 50 livros. Um por semana? Sim, pelo menos um por semana, alguns não terminados, grande parte já completamente esquecidos.
Da lista de romance, dos 10 indicados, li sete. E reconheço que todos esses têm mérito. Foi um ano de bons romances, mas sem unanimidades. Bernardo Carvalho e Milton Hatoun não lançaram inéditos.
Abaixo as duas listas. Em itálico os meus preferidos: na lista de contos um, na de romance um quadruplo empate. Em negrito quem eu acho que vai faturar o prêmio. Mas isso é chute, pois não conheço nem os critérios de avaliação ou os jurados.
MELHOR ROMANCE
1ª FASE - FINALISTAS
1º PELO FUNDO DA AGULHA
ANTONIO TORRES
EDITORA RECORD
2º DESENGANO
CARLOS NASCIMENTO SILVA
AGIR EDITORA LTDA
3º MÃOS DE CAVALO
DANIEL GALERA
COMPANHIA DAS LETRAS
4º VISTA PARCIAL DA NOITE
LUIZ RUFFATO
EDITORA RECORD
5º OS VENDILHÕES DO TEMPLO
MOACYR SCLIAR
COMPANHIA DAS LETRAS
6º A DÉCIMA SEGUNDA NOITE
LUIS FERNANDO VERISSIMO
OBJETIVA
7º MÚSICA PERDIDA
LUIZ ANTONIO DE ASSIS BRASIL
L&PM EDITORES
8º O SEGUNDO TEMPO
MICHEL LAUB
COMPANHIA DAS LETRAS
9º A CONFISSÃO
FLÁVIO CARNEIRO
EDITORA ROCCO LTDA
10º BÓRIS E DÓRIS
LUIZ VILELA
EDITORA RECORD
MELHOR LIVRO DE CONTOS E CRÔNICAS
1ª FASE - FINALISTAS
1º RESMUNGOS
FERREIRA GULLAR
IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
2º CONTOS DE PEDRO
RUBENS FIGUEIREDO
COMPANHIA DAS LETRAS
3º A CASA DA MINHA VÓ E OUTROS CONTOS EXÓTICOS
ARTUR OSCAR LOPES
ARTUR OSCAR LOPES
CRÔNICAS DA PROVÍNCIA DO BRASIL
MANUEL BANDEIRA
COSAC NAIFY EDIÇÕES LTDA.
4º REMEMBRANÇAS DA MENINA DE RUA MORTA
VALÊNCIO XAVIER
COMPANHIA DAS LETRAS
5º A COLEIRA NO PESCOÇO
MENALTON BRAFF
EDITORA BERTRAND BRASIL LTDA
6º SEM MEDO DE VOAR
PADRE BETO (ROBERTO FRANCISCO DANIEL)
AMPUB COMERCIAL LTDA.
7º O VOLUME DO SILÊNCIO
JOÃO ANZANELLO CARRASCOZA
COSAC NAIFY EDIÇÕES LTDA.
8º O SENHOR DAS HORAS
AUTRAN DOURADO
EDITORA ROCCO LTDA.
9º LOGO TU REPOUSARÁS TAMBÉM
CHARLES KIEFER
EDITORA RECORD
CARTAS DE VIAGEM E OUTRAS CRÔNICAS
CAMPOS DE CARVALHO (REPRESENTADO POR D. LIGIA ROSA DE CARVALHO)
EDITORA JOSÉ OLYMPIO LTDA.
10º ELA E OUTRAS MULHERES
RUBENS FONSECA
COMPANHIA DAS LETRAS
Saiu a lista do Jabuti. Sabe como é premiação, né? Cada um tem sua opinião, cada entendido com suas certezas. Olhando a lista de indicados nas categorias contos e romances, as que me limito a comentar, é nítida a descrepância: a de romance está bem mais forte. Grandes autores lançaram e foram indicados. Na lista de contos muitos nomes de peso, alguns mortos, outros tantos esquecimentos. Prefiro não citar nomes, nem contra nem a favor. Tenho amigos, conhecidos, trabalho numa editora: pode parecer influenciado.
Nunca acompanhei tão de perto o mercado editorial. Sem nenhuma dúvida li mais no ano passado do que em qualquer outro ano da minha vida. No primeiro semestre resenhas, no segundo editora. Pode botar aí uns 50 livros. Um por semana? Sim, pelo menos um por semana, alguns não terminados, grande parte já completamente esquecidos.
Da lista de romance, dos 10 indicados, li sete. E reconheço que todos esses têm mérito. Foi um ano de bons romances, mas sem unanimidades. Bernardo Carvalho e Milton Hatoun não lançaram inéditos.
Abaixo as duas listas. Em itálico os meus preferidos: na lista de contos um, na de romance um quadruplo empate. Em negrito quem eu acho que vai faturar o prêmio. Mas isso é chute, pois não conheço nem os critérios de avaliação ou os jurados.
MELHOR ROMANCE
1ª FASE - FINALISTAS
1º PELO FUNDO DA AGULHA
ANTONIO TORRES
EDITORA RECORD
2º DESENGANO
CARLOS NASCIMENTO SILVA
AGIR EDITORA LTDA
3º MÃOS DE CAVALO
DANIEL GALERA
COMPANHIA DAS LETRAS
4º VISTA PARCIAL DA NOITE
LUIZ RUFFATO
EDITORA RECORD
5º OS VENDILHÕES DO TEMPLO
MOACYR SCLIAR
COMPANHIA DAS LETRAS
6º A DÉCIMA SEGUNDA NOITE
LUIS FERNANDO VERISSIMO
OBJETIVA
7º MÚSICA PERDIDA
LUIZ ANTONIO DE ASSIS BRASIL
L&PM EDITORES
8º O SEGUNDO TEMPO
MICHEL LAUB
COMPANHIA DAS LETRAS
9º A CONFISSÃO
FLÁVIO CARNEIRO
EDITORA ROCCO LTDA
10º BÓRIS E DÓRIS
LUIZ VILELA
EDITORA RECORD
MELHOR LIVRO DE CONTOS E CRÔNICAS
1ª FASE - FINALISTAS
1º RESMUNGOS
FERREIRA GULLAR
IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
2º CONTOS DE PEDRO
RUBENS FIGUEIREDO
COMPANHIA DAS LETRAS
3º A CASA DA MINHA VÓ E OUTROS CONTOS EXÓTICOS
ARTUR OSCAR LOPES
ARTUR OSCAR LOPES
CRÔNICAS DA PROVÍNCIA DO BRASIL
MANUEL BANDEIRA
COSAC NAIFY EDIÇÕES LTDA.
4º REMEMBRANÇAS DA MENINA DE RUA MORTA
VALÊNCIO XAVIER
COMPANHIA DAS LETRAS
5º A COLEIRA NO PESCOÇO
MENALTON BRAFF
EDITORA BERTRAND BRASIL LTDA
6º SEM MEDO DE VOAR
PADRE BETO (ROBERTO FRANCISCO DANIEL)
AMPUB COMERCIAL LTDA.
7º O VOLUME DO SILÊNCIO
JOÃO ANZANELLO CARRASCOZA
COSAC NAIFY EDIÇÕES LTDA.
8º O SENHOR DAS HORAS
AUTRAN DOURADO
EDITORA ROCCO LTDA.
9º LOGO TU REPOUSARÁS TAMBÉM
CHARLES KIEFER
EDITORA RECORD
CARTAS DE VIAGEM E OUTRAS CRÔNICAS
CAMPOS DE CARVALHO (REPRESENTADO POR D. LIGIA ROSA DE CARVALHO)
EDITORA JOSÉ OLYMPIO LTDA.
10º ELA E OUTRAS MULHERES
RUBENS FONSECA
COMPANHIA DAS LETRAS
segunda-feira, junho 18, 2007
Fim de semana de muito trabalho, mas o resultado promete.
Aguardem novidades nas próximas semanas...
Aguardem novidades nas próximas semanas...
sexta-feira, junho 15, 2007
Quem não usa a cabeça...
Botafogo 4, Vasco 0. Poderia ter sido mais. O time de General Severiano realmente está jogando o fino e tem tudo para abrir larga vantagem na classificação neste início de Brasileirão em que os outros times estão numa modorra de dar sono.
Mas eis a notícia do dia: Cuca teria aceitado os petrodólares árabes e deixaria o clube nos próximos dias. Será? Será que uma pessoa pode ser tão burra a ponto de jogar para o alto tudo que batalhou nos últimos cinco anos em troca de um cascalho a mais - um mixaria, mesmo sendo milhões. Não posso esquecer que técnico de futebol já ganha muito bem. Duvido que o técnico do Botafogo já não receba seu cenzinho todo dia 5.
Talvez ele aceite. Dois milhões por dois anos de ostracismo, vale? Mas que tal perguntar para PC Gusmão, que deixou o Botafogo jogando bem, na liderança, e foi para o Cruzeiro, naufragar, como depois fez no Fluminense, Galo e agora está no super Náutico.
Ou Oswaldo de Oliveira, que foi convidado para ser o técnico da Seleção em 2001 e recusou, dizendo que não estava pronto. Quem sabe hoje em dia ele já esteja pronto, mas nem a seleção do Congo o quer mais.
Treinadores, meus queridos burricos, não largem o filé depois de roer o osso. Usem a cabeça, isso que está acima dos seus pescoços sebentos. Nunca seus times jogam bem, mas quando tudo parece funcionar, vocês são o primeiro a deixar o barco à deriva.
*
Enquanto isso, no maravilhoso mundo da Gávea: Bruno vai embora, Juan vai embora, Renato Augusto vai embora, Renato nega, mas se o Cuca quiser levar ele para o Al Atchim, vai embora. Só quem não vai embora são os loucos que seguem assistindo esse time se esfarelando a cada domingo.
Botafogo 4, Vasco 0. Poderia ter sido mais. O time de General Severiano realmente está jogando o fino e tem tudo para abrir larga vantagem na classificação neste início de Brasileirão em que os outros times estão numa modorra de dar sono.
Mas eis a notícia do dia: Cuca teria aceitado os petrodólares árabes e deixaria o clube nos próximos dias. Será? Será que uma pessoa pode ser tão burra a ponto de jogar para o alto tudo que batalhou nos últimos cinco anos em troca de um cascalho a mais - um mixaria, mesmo sendo milhões. Não posso esquecer que técnico de futebol já ganha muito bem. Duvido que o técnico do Botafogo já não receba seu cenzinho todo dia 5.
Talvez ele aceite. Dois milhões por dois anos de ostracismo, vale? Mas que tal perguntar para PC Gusmão, que deixou o Botafogo jogando bem, na liderança, e foi para o Cruzeiro, naufragar, como depois fez no Fluminense, Galo e agora está no super Náutico.
Ou Oswaldo de Oliveira, que foi convidado para ser o técnico da Seleção em 2001 e recusou, dizendo que não estava pronto. Quem sabe hoje em dia ele já esteja pronto, mas nem a seleção do Congo o quer mais.
Treinadores, meus queridos burricos, não largem o filé depois de roer o osso. Usem a cabeça, isso que está acima dos seus pescoços sebentos. Nunca seus times jogam bem, mas quando tudo parece funcionar, vocês são o primeiro a deixar o barco à deriva.
*
Enquanto isso, no maravilhoso mundo da Gávea: Bruno vai embora, Juan vai embora, Renato Augusto vai embora, Renato nega, mas se o Cuca quiser levar ele para o Al Atchim, vai embora. Só quem não vai embora são os loucos que seguem assistindo esse time se esfarelando a cada domingo.
domingo, junho 10, 2007
É meu, mas não recomendo
Vem aí mais um best seller. Bad dogs have more fun, de John Grogan, autor de Marley e Eu, livro de não-ficção mais vendido do Brasil segundo a maioria das listas, será lançado em setembro no mercado mundial - e possivelmente meses depois aqui no país.
A notícia não me importaria caso por trás desse lançamento não estivesse uma das histórias mais curiosas do mercado editorial. John Grogan, parafraseando a abertura da matéria da Publishers Weekly, não quer que você compre seu próprio livro.
É isso mesmo: o próprio autor não recomenda Bad dogs have more fun. A situação é confusa e gera polêmica. Grogan tem uma coluna semanal no jornal Philadelphia Inquirer sobre bichos. Foi a publicação que vendeu os textos das colunas para que uma editora - pelo que eu entendi não a mesma que publicou Marley e eu -, lançar o livro.
Grogan, ao que parece, só foi avisado depois do negócio concretizado - será?, será? - e, segundo seu agente, ficou muito abatido com a notícia. O autor remeteu uma carta para o departamento comercial de todas as grandes redes de livraria, imprensa e para a própria editora, de que é contra a publicação do livro e não vai se envolver de nenhum jeito na promoção de Bad dogs have more fun.
Traduzindo em miúdos, Grogan não dará entrevistas, não fará uma tour de lançamentos - práxis nos EUA - e também não permitirá que fotos suas sejam sequer utilizadas em matérias sobre o livro na imprensa. Ou seja, Grogan vai, deliberadamente, boicotar o próprio livro.
Reparem na sutileza de que ele não quer embargar a obra. Sem dúvida alguma o jornal tem aparato legal para ter vendido as colunas para uma editora, mesmo a contragosto do autor. Grogan deve faturar - e alto - nos direitos autorais -, enquanto o Philadelphia Inquirer deve ter lucrado em algo que seria como as "luvas" pelo livro.
A polêmica, se é que isso não é um golpe de marketing, o que não descarto, é que um livro de um autor vivo está sendo publicado contra a vontade deste, mas amparado legalmente.
A lei de direito autoral brasileira, pelo que sei, permitiria a mesma situação, desde que no contrato do autor com o jornal existisse uma cláusula que previsse isso.
Agora, cá entre nós, não deixa de ser engraçado que o autor não recomende que os leitores consumam as próprias colunas que ele fez - sendo pago - para o jornal. Ou seja, até ele sabe que suas colunas são picaretas?
Vem aí mais um best seller. Bad dogs have more fun, de John Grogan, autor de Marley e Eu, livro de não-ficção mais vendido do Brasil segundo a maioria das listas, será lançado em setembro no mercado mundial - e possivelmente meses depois aqui no país.
A notícia não me importaria caso por trás desse lançamento não estivesse uma das histórias mais curiosas do mercado editorial. John Grogan, parafraseando a abertura da matéria da Publishers Weekly, não quer que você compre seu próprio livro.
É isso mesmo: o próprio autor não recomenda Bad dogs have more fun. A situação é confusa e gera polêmica. Grogan tem uma coluna semanal no jornal Philadelphia Inquirer sobre bichos. Foi a publicação que vendeu os textos das colunas para que uma editora - pelo que eu entendi não a mesma que publicou Marley e eu -, lançar o livro.
Grogan, ao que parece, só foi avisado depois do negócio concretizado - será?, será? - e, segundo seu agente, ficou muito abatido com a notícia. O autor remeteu uma carta para o departamento comercial de todas as grandes redes de livraria, imprensa e para a própria editora, de que é contra a publicação do livro e não vai se envolver de nenhum jeito na promoção de Bad dogs have more fun.
Traduzindo em miúdos, Grogan não dará entrevistas, não fará uma tour de lançamentos - práxis nos EUA - e também não permitirá que fotos suas sejam sequer utilizadas em matérias sobre o livro na imprensa. Ou seja, Grogan vai, deliberadamente, boicotar o próprio livro.
Reparem na sutileza de que ele não quer embargar a obra. Sem dúvida alguma o jornal tem aparato legal para ter vendido as colunas para uma editora, mesmo a contragosto do autor. Grogan deve faturar - e alto - nos direitos autorais -, enquanto o Philadelphia Inquirer deve ter lucrado em algo que seria como as "luvas" pelo livro.
A polêmica, se é que isso não é um golpe de marketing, o que não descarto, é que um livro de um autor vivo está sendo publicado contra a vontade deste, mas amparado legalmente.
A lei de direito autoral brasileira, pelo que sei, permitiria a mesma situação, desde que no contrato do autor com o jornal existisse uma cláusula que previsse isso.
Agora, cá entre nós, não deixa de ser engraçado que o autor não recomende que os leitores consumam as próprias colunas que ele fez - sendo pago - para o jornal. Ou seja, até ele sabe que suas colunas são picaretas?
sexta-feira, junho 08, 2007
Parla
Republicando uma resenha que fiz do livro Dez mil: autobiografia de um livro, que saiu no JB em novembro de 2005. Coloco aqui, anteriormente tinha postado apenas o link para o jornal, pois gosto do tom de quase crônica do texto.
Deixa que eu conto
No delírio do italiano Andrea Kerbaker, o próprio livro narra a sua história
"Quebrando o silêncio peculiar das livrarias, um livro de capa branca, de formato reduzido, parece murmurar alguma coisa para o possível comprador. A princípio, o descrédito, vencido com a leitura das primeiras páginas, ainda em pé sob os olhares mudos das demais capas coloridas da estante. Quando o leitor finalmente comprar Dez mil: autobiografia de um livro e terminá-lo em uma só sentada - são apenas, e que pena, 83 páginas - um ensurdecedor coro de vozes o manterá acordado por horas e horas.
O italiano Andrea Kerbaker é o culpado. Criou um pequeno pesadelo para os bibliófilos. Um livro como outro qualquer pede a palavra e resolve contar não a história impressa em sua pele-papel, que nem saberemos qual é ou quem é seu autor, mas aquela que presenciou com seus olhos de capa e lombada.
No delírio de Kerbaker, o narrador, em primeira pessoa, é esse livro, e a história é de seus donos, apenas três em quase 70 anos de publicação, e de seus companheiros de estante, títulos de Hemingway, Gide, Steinbeck. O livro trata de sentimentos, de livros mais do que de pessoas. Da satisfação de ouvir seu Dono Número Um elogiá-lo para a mulher, do orgulho de ser colocado na mesma prateleira de clássicos, da emoção de escutar os títulos de poesia recitarem suas estrofes, do ciúme de ser preterido por um livro de arte.
O leitor bibliófilo tem de tomar cuidado, senão acaba preso na paranóia criada pela leve e divertida trama de Kerbaker. Lendo e comendo ao mesmo tempo, será que o livro aprovaria? Anotando nas margens, dobrando as orelhas, deixando-o de lado por um jogo de futebol na televisão - reparou um esgar de desaprovação em papel pólen?
Pense bem: e se todas as suas estantes apinhadas de livros começassem a reclamar a atenção não dispensada depois da primeira leitura? Seriam centenas de vozes difusas gritando com a força que suas gargantas empoeiradas admitissem. Um inferno literário.
O livro-narrador de Dez mil intercala sua interessante autobiografia com o desespero da possibilidade manifesta pela dona do sebo em reciclar os livros não vendidos - ele, entre muitos. Para evitar a morte próxima, assovia, murmura, faz cara de conteúdo e todo tipo de artimanha que sua imobilidade permite para atrair um Dono Número Quatro.
E agora, depois de ler e se afeiçoar ao pequeno livrinho, o que resta fazer? Talvez vendê-lo para um sebo - outro dono o espera - ou emprestá-lo para a namorada, amigos, parentes. Enquanto decido, coloco-o na estante, entre Machado e Lispector, para que ele aproveite sua estada em solo brasileiro.
Republicando uma resenha que fiz do livro Dez mil: autobiografia de um livro, que saiu no JB em novembro de 2005. Coloco aqui, anteriormente tinha postado apenas o link para o jornal, pois gosto do tom de quase crônica do texto.
Deixa que eu conto
No delírio do italiano Andrea Kerbaker, o próprio livro narra a sua história
"Quebrando o silêncio peculiar das livrarias, um livro de capa branca, de formato reduzido, parece murmurar alguma coisa para o possível comprador. A princípio, o descrédito, vencido com a leitura das primeiras páginas, ainda em pé sob os olhares mudos das demais capas coloridas da estante. Quando o leitor finalmente comprar Dez mil: autobiografia de um livro e terminá-lo em uma só sentada - são apenas, e que pena, 83 páginas - um ensurdecedor coro de vozes o manterá acordado por horas e horas.
O italiano Andrea Kerbaker é o culpado. Criou um pequeno pesadelo para os bibliófilos. Um livro como outro qualquer pede a palavra e resolve contar não a história impressa em sua pele-papel, que nem saberemos qual é ou quem é seu autor, mas aquela que presenciou com seus olhos de capa e lombada.
No delírio de Kerbaker, o narrador, em primeira pessoa, é esse livro, e a história é de seus donos, apenas três em quase 70 anos de publicação, e de seus companheiros de estante, títulos de Hemingway, Gide, Steinbeck. O livro trata de sentimentos, de livros mais do que de pessoas. Da satisfação de ouvir seu Dono Número Um elogiá-lo para a mulher, do orgulho de ser colocado na mesma prateleira de clássicos, da emoção de escutar os títulos de poesia recitarem suas estrofes, do ciúme de ser preterido por um livro de arte.
O leitor bibliófilo tem de tomar cuidado, senão acaba preso na paranóia criada pela leve e divertida trama de Kerbaker. Lendo e comendo ao mesmo tempo, será que o livro aprovaria? Anotando nas margens, dobrando as orelhas, deixando-o de lado por um jogo de futebol na televisão - reparou um esgar de desaprovação em papel pólen?
Pense bem: e se todas as suas estantes apinhadas de livros começassem a reclamar a atenção não dispensada depois da primeira leitura? Seriam centenas de vozes difusas gritando com a força que suas gargantas empoeiradas admitissem. Um inferno literário.
O livro-narrador de Dez mil intercala sua interessante autobiografia com o desespero da possibilidade manifesta pela dona do sebo em reciclar os livros não vendidos - ele, entre muitos. Para evitar a morte próxima, assovia, murmura, faz cara de conteúdo e todo tipo de artimanha que sua imobilidade permite para atrair um Dono Número Quatro.
E agora, depois de ler e se afeiçoar ao pequeno livrinho, o que resta fazer? Talvez vendê-lo para um sebo - outro dono o espera - ou emprestá-lo para a namorada, amigos, parentes. Enquanto decido, coloco-o na estante, entre Machado e Lispector, para que ele aproveite sua estada em solo brasileiro.
quarta-feira, junho 06, 2007
1984 - o livro do século XX?
Numa eleição para lá de caseira (vejam os outros selecionados abaixo), os leitores do jornal inglês The Guardian escolheram 1984, livro de George Orwell, como o romance mais significativo do século XX. A eleição foi feita pelo público, a partir de uma lista de 50 livros selecionados por especialistas.
A futurologia, posso chamar assim??, parece ser um tema que interessa bastante os britânicos, visto algumas das outras escolhas dos 10 mais. Outro detalhe é que apenas um dos livros selecionados não foi escrito diretamente em inglês: O diário de Anne Frank.
Este livro, aliás, foi o primeiro adulto que li; lembro que minha mãe leu para mim o diário numa viagem quando eu tinha seis, sete anos? Depois de alfabetizado reli o sofrido relato da jovem judia holandesa. Como na frente da minha antiga rua fica a escola municipal Anne Frank, todas as manhãs, quando íamos para o colégio (eu e minha irmã) pedíamos para minha mãe contar a história da menina. Vai entender!
Voltando a lista, além dos livros citados, destaque para O apanhador no campo de centeio, Admirável mundo novo, O coração das trevas e, claro, Diário de Bridget Jones, que, of course, this is an english list.
Conste que Harry Potter não está na lista (em inglês para me facilitar):
Heart of Darkness by Joseph Conrad
The Ragged Trousered Philanthropists by Robert Tressell
The Great Gatsby by F Scott Fitzgerald
Brave New World by Aldous Huxley
The Grapes of Wrath by John Steinbeck
Nineteen Eighty-Four by George Orwell
The Diary of a Young Girl by Anne Frank
The Catcher in the Rye by JD Salinger
Catch-22 by Joseph Heller
Bridget Jones's Diary by Helen Fielding
Numa eleição para lá de caseira (vejam os outros selecionados abaixo), os leitores do jornal inglês The Guardian escolheram 1984, livro de George Orwell, como o romance mais significativo do século XX. A eleição foi feita pelo público, a partir de uma lista de 50 livros selecionados por especialistas.
A futurologia, posso chamar assim??, parece ser um tema que interessa bastante os britânicos, visto algumas das outras escolhas dos 10 mais. Outro detalhe é que apenas um dos livros selecionados não foi escrito diretamente em inglês: O diário de Anne Frank.
Este livro, aliás, foi o primeiro adulto que li; lembro que minha mãe leu para mim o diário numa viagem quando eu tinha seis, sete anos? Depois de alfabetizado reli o sofrido relato da jovem judia holandesa. Como na frente da minha antiga rua fica a escola municipal Anne Frank, todas as manhãs, quando íamos para o colégio (eu e minha irmã) pedíamos para minha mãe contar a história da menina. Vai entender!
Voltando a lista, além dos livros citados, destaque para O apanhador no campo de centeio, Admirável mundo novo, O coração das trevas e, claro, Diário de Bridget Jones, que, of course, this is an english list.
Conste que Harry Potter não está na lista (em inglês para me facilitar):
Heart of Darkness by Joseph Conrad
The Ragged Trousered Philanthropists by Robert Tressell
The Great Gatsby by F Scott Fitzgerald
Brave New World by Aldous Huxley
The Grapes of Wrath by John Steinbeck
Nineteen Eighty-Four by George Orwell
The Diary of a Young Girl by Anne Frank
The Catcher in the Rye by JD Salinger
Catch-22 by Joseph Heller
Bridget Jones's Diary by Helen Fielding
domingo, junho 03, 2007
NoMínimo: page not found?
A Internet brasileira é uma grande farsa. Vive-se de orçamentos milionários para períodos curtíssimos de tempo. Ou vai ou fecha. Mas o que seria esse vai para os tais aplicadores financeiros que querem resultado? Faço essa pergunta ao ler que daqui um mês o NoMínimo e seus 5 milhões de pageviews em dezembro vão para o ralo virtual. Para onde irão essas pessoas - duas ou três para cá, cinco ou nove para o Guardian, três ou cinco milhões para os grandes portais, que, em sua maioria são acéfalos.
Perde e muito a Internet brasileira com o fim do NoMínimo, como perdeu, e muito, com a extinção do NO., este um caso de imprensa brasileira que merecia ser estudado, se já não está sendo, nas pós-graduações.
O NoMínimo aposta, apostava?, menos em matérias, reportagens, e mais na qualidade de texto e de informação dos seus colunistas. O site perdeu sua cara de revista e passou a ser um arremedo de blogs. Isto é bom ou ruim? Difícil afirmar, mas sem dúvida sinal dos tempos em que a atualização é a alma do negócio e ter opinião é mais importante do que consultar opiniões. E viva a caixa de comentários.
Lembro que quando lançaram o No. tinha um aviso de que "a próxima atualização seria tal hora". Aprende-se errando, obviamente. E não existia jornalismo on line no Brasil em 2000. Só em esporte (e eu que comecei em 2001 na Globo.com posso dizer isso), mas no resto era tudo novidade. E a turma do NO. era egressa do jornal, quase a redação do Globo atual: Ancelmo Góis, Joaquim Ferreira dos Santos, entre outros.
O site era dividido em seções, com a de cultura, Babel, capitaneada pelo hoje editor da Ediouro Paulo Roberto Pires, sendo a minha favorita. PRP era meu professor da Eco na época e lembro dele falando uma coisa que soa trivial, mas esconde uma personalidade que só a experiência e a autonomia no veículo dão. Segundo ele, não era porque todos os jornais davam capa do novo cd da Gal Gosta nos seus cadernos culturais que ele deveria fazer o mesmo. Se neste caso o cd era ruim - e era, em sua opinião -, o site podia passar batido. Banal, sim, mas vamos ver se isto acontecesse em algum lugar...o novo-mesmo-de-sempre livro daqueles medalhões, o novo-mesmo-de-sempre cd dos cultzinhos da guitarra, o novo-mesmo-de-sempre dos cineastas bonequinho aplaudindo.
Digressiono, como escreve Dapieve, um dos poucos colunistas que segue no site desde o início. Pois o Nomínimo vai acabar, a marca NO. vai para o ralo, desta vez definitivamente, na mesma semana em que os herdeiros do Wall Street Journal anunciam que têm intenção de vender o jornal por 500 bilhões de dólares.
O NoMínimo vai virar uma page not found e onde estão esses investidores que não lêem a própria página de economia dos jornais e ignoram o poder da imprensa, o poder de uma marca. Um show da Ivete Sangalo para os 60 anos do Omo daria para bancar quantos meses do Nominimo?
Mas, como os editores do site escreveram no título da nota que anuncia o aviso prévio do site, quem liga para isso?
A Internet brasileira é uma grande farsa. Vive-se de orçamentos milionários para períodos curtíssimos de tempo. Ou vai ou fecha. Mas o que seria esse vai para os tais aplicadores financeiros que querem resultado? Faço essa pergunta ao ler que daqui um mês o NoMínimo e seus 5 milhões de pageviews em dezembro vão para o ralo virtual. Para onde irão essas pessoas - duas ou três para cá, cinco ou nove para o Guardian, três ou cinco milhões para os grandes portais, que, em sua maioria são acéfalos.
Perde e muito a Internet brasileira com o fim do NoMínimo, como perdeu, e muito, com a extinção do NO., este um caso de imprensa brasileira que merecia ser estudado, se já não está sendo, nas pós-graduações.
O NoMínimo aposta, apostava?, menos em matérias, reportagens, e mais na qualidade de texto e de informação dos seus colunistas. O site perdeu sua cara de revista e passou a ser um arremedo de blogs. Isto é bom ou ruim? Difícil afirmar, mas sem dúvida sinal dos tempos em que a atualização é a alma do negócio e ter opinião é mais importante do que consultar opiniões. E viva a caixa de comentários.
Lembro que quando lançaram o No. tinha um aviso de que "a próxima atualização seria tal hora". Aprende-se errando, obviamente. E não existia jornalismo on line no Brasil em 2000. Só em esporte (e eu que comecei em 2001 na Globo.com posso dizer isso), mas no resto era tudo novidade. E a turma do NO. era egressa do jornal, quase a redação do Globo atual: Ancelmo Góis, Joaquim Ferreira dos Santos, entre outros.
O site era dividido em seções, com a de cultura, Babel, capitaneada pelo hoje editor da Ediouro Paulo Roberto Pires, sendo a minha favorita. PRP era meu professor da Eco na época e lembro dele falando uma coisa que soa trivial, mas esconde uma personalidade que só a experiência e a autonomia no veículo dão. Segundo ele, não era porque todos os jornais davam capa do novo cd da Gal Gosta nos seus cadernos culturais que ele deveria fazer o mesmo. Se neste caso o cd era ruim - e era, em sua opinião -, o site podia passar batido. Banal, sim, mas vamos ver se isto acontecesse em algum lugar...o novo-mesmo-de-sempre livro daqueles medalhões, o novo-mesmo-de-sempre cd dos cultzinhos da guitarra, o novo-mesmo-de-sempre dos cineastas bonequinho aplaudindo.
Digressiono, como escreve Dapieve, um dos poucos colunistas que segue no site desde o início. Pois o Nomínimo vai acabar, a marca NO. vai para o ralo, desta vez definitivamente, na mesma semana em que os herdeiros do Wall Street Journal anunciam que têm intenção de vender o jornal por 500 bilhões de dólares.
O NoMínimo vai virar uma page not found e onde estão esses investidores que não lêem a própria página de economia dos jornais e ignoram o poder da imprensa, o poder de uma marca. Um show da Ivete Sangalo para os 60 anos do Omo daria para bancar quantos meses do Nominimo?
Mas, como os editores do site escreveram no título da nota que anuncia o aviso prévio do site, quem liga para isso?